𝗕𝗲𝘃𝗲𝗿𝗹𝘆 𝗪𝗮𝗹𝗸𝗲𝗿 𝗖𝗼𝘀𝘁𝗲𝗹𝗹𝗼
# – 𝟬𝟯/𝟭𝟮𝗗𝗜𝗥𝗜𝗚𝗜𝗥 𝗨𝗠 𝗖𝗔𝗥𝗥𝗢 por Nova York, nunca exigiu tanto de minha capacidade. Eu tinha feito merda, e estava consciente disso, o que só me deixava ainda mais apreensiva. Minhas mãos escorregavam do volante, devido ao nervosismo, durante todo o percurso até a residência de Cassidy. Em certos momentos tive certeza absoluta de que violei algumas das principais leis de trânsito, especialmente o limite de velocidade, que deveria estar um pouco acima do permitido. Mas isso não importava, não agora.
Quando finalmente cheguei em frente ao edifício onde a loira residia, meu corpo pareceu absorver ainda mais o nervosismo. Me apressei em caminhar até o elevador, sendo parada no caminho pelo porteiro do local com a típica pergunta: "Deseja que eu a avise que está aqui?" como sempre, apenas neguei. Já dentro do cubículo de metal, aguardando-o parar, passei a mão por minha testa, que soava mais que o normal, além de sentir minha visão ficar levemente turva e meu corpo fraquejar. Eu havia bebido muito na noite anterior, e mesmo que com meus pais por perto, também havia tomado decisões imprudentes e ainda por cima, antes de sair esqueci de tomar o maldito remédio para aliviar os sintomas da ressaca. O cubículo de metal havia finalmente parado, suas portas se abriram e eu rapidamente saí, a procura do apartamento de minha amiga. Quando finalmente encontro, digito a senha e entro, tendo a visão de Cassidy digitando freneticamente em seu celular.
– PUTA QUE ME PARIU, BEVERLY! QUASE ME MATA DO CORAÇÃO. – a ouvi gritar assim que notou minha presença.
– Eu fiz merda. – foi a única coisa que saiu de minha boca naquele momento.
[...]
Cassidy agora encarava a tela do meu antigo computador, a loira lia aquilo, totalmente interessada. Enquanto eu permanecia em seu sofá, com um copo de água com açúcar em mãos, segundo ela, isso me acalmaria, mas pelo visto estava fazendo o efeito contrário, eu só ficava cada vez mais nervosa.
– Bev… Eu realmente não sei o que dizer.
– Eu não esperava que você soubesse. O que eu faço agora? Porra! Ele vai acabar descobrindo essa merda e passando a me odiar como nunca odiou ninguém. – praguejo, sentindo o desespero começar a me consumir novamente.
– Fica calma! Ele não vai descobrir, é só apagar… – ela sugere e eu a encaro com a pior feição do mundo.
– Ele já viu! Não tem como apagar da memória dele Cass! – suspiro, deixando o copo, já vazio, sob a mesa de centro. – Uma hora ou outra ele vai deduzir que fui eu quem escreveu isso, e eu vou perder meu melhor amigo por causa dessa porcaria.
– Para de ser tão negativa Beverly!
– Não dá! Eu simplesmente não consigo. Tenho medo de perder o meu melhor amigo devido a alguns litros de cerveja que bebi a mais. – levo as mãos ao rosto, já sentindo que a qualquer momento eu começaria a chorar.
A loira não disse mais nada. Fiquei por alguns minutos ali, parada, com os olhos fechados e as mãos no rosto, sentindo que caso eu abrisse os olhos, desabaria ali mesmo. E foi o que aconteceu.
Cassidy em momento algum fez questão de me pedir para parar de chorar. Ela só se aproximou quando, eu já havia me recuperado parcialmente da crise de choro. Deixou outro copo d'água sob a mesinha de centro, este estava cheio, e se sentou ao meu lado no sofá, me abraçando em seguida. Ali, em meio ao abraço de minha melhor amiga, finalmente me senti segura. Era como se nada mais importasse, como se estivesse tudo em sua mais perfeita ordem.
Eu consegui me acalmar, com bastante esforço e paciência. Cassidy havia me convencido que tudo ficaria bem e que logo logo Matt nem ao menos se lembraria do e-mail recebido durante essa madrugada. E eu estava contando com isso. Tudo o que eu mais quero nesse momento é que ele esqueça desse e-mail. Esqueça que um dia recebeu isso. Esqueça que por algum tempo, pensou em encontrar a pessoa por trás da confissão.
Esse e-mail, não devia ter sido enviado, fiz isso inconscientemente. Se eu pudesse retornar no tempo, jamais teria bebido aquela noite e muito menos enviado a ele tais palavras. Não me arrependo de tê-las escrito, porque são verdadeiras, de alguma forma, representam o quê sinto, mas me arrependo de em algum momento daquela noite, tê-las enviado para Matt, provavelmente, por efeito da bebida, achando que tudo ficaria bem, quando obviamente, não ficaria.
Poderia ser tudo apenas um engano, alguém poderia ter pegado meu computador e escrito aquilo no meu lugar, mas quem escreveria esse tipo de coisa se não eu? Que um dia já desejei ser Hazel Carter, que um dia já invejei a garota por simplesmente namorar Matt, que um dia já me apaixonei pelo meu melhor amigo. Quem escreveria? Provavelmente apenas eu, tendo como fonte de inspiração esse sentimento que ainda permanece em cada canto de meu corpo e de minha alma, pois sei que nunca irei ser amada por ele como Hazel é e sempre será. Sei que tudo aquilo veio de minha mente, e a única coisa da qual não posso fazer é negar isso, mesmo que eu queira me convencer de que não fui eu.
[...]
Passei o restante do dia junto de Cassidy, a loira insistiu para que eu ficasse com ela. Segundo ela, eu poderia acabar fazendo alguma besteira maior, e ela provavelmente acertaria a previsão se eu não aceitasse ficar. A loira me convenceu a assistir filmes e séries que eu nunca imaginei que assistiria, me apresentou diversas músicas e de brinde, me forçou a cozinhar, o que em si é um milagre, já que eu costumo passar bem longe do fogão.
Por incrível que pareça, não me lamentei sobre o e-mail o dia todo, Cassidy fez total questão de me fazer esquecer da situação em que eu havia me metido, e funcionou por alguns bons momentos, até a noite chegar e com ela, as memórias e pensamentos negativos. "A vida é curta de mais para você se arrepender de enviar um e-mail anônimo, Beverly." foi o que ela me disse ao fim do dia, quando já se preparava para dormir.
Eu sei que prometi soltar o cap
anteontem, mas tive umas complicações
e não deu certo, porém está aqui.A história mal começou.
Até uma próxima ! ♡
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𝟬𝟯 𝗼𝗳 𝗱𝗲𝗰𝗲𝗺𝗯𝗲𝗿 ' 𝖬𝖺𝗍𝗍 𝖲𝗍𝗎𝗋𝗇𝗂𝗈𝗅𝗈
Fanfiction🫀. 𝖮𝗇𝖽𝖾 𝖬𝖺𝗍𝗍𝗁𝖾𝗐 𝗋𝖾𝖼𝖾𝖻𝖾 𝗎𝗆 𝖾𝗆𝖺𝗂𝗅 𝖺𝗇𝗈̂𝗇𝗂𝗆𝗈 𝖽𝗎𝗋𝖺𝗇𝗍𝖾 𝖺 𝗆𝖺𝖽𝗋𝗎𝗀𝖺𝖽𝖺. "𝗲𝘂 𝗮𝗶𝗻𝗱𝗮 𝗺𝗲 𝗹𝗲𝗺𝗯𝗿𝗼." "𝗆𝖺𝗌 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝗀𝗈𝗌𝗍𝖺 𝗆𝖺𝗂𝗌 𝖽𝖾𝗅𝖺 𝖾𝗎 𝗊𝗎𝖾𝗋𝗂𝖺 𝗌𝖾𝗋 𝖺 𝖧𝖺𝗓𝖾𝗅."