ℬ𝖾𝗏𝖾𝗋𝗅𝗒 𝒞𝗈𝗌𝗍𝖾𝗅𝗅𝗈
# 05 · november𝗧𝗥𝗜𝗡𝗧𝗔 𝗗𝗜𝗔𝗦. Hoje se completam exatos trinta dias desde que deixei a Europa, em cinco de outubro, e voltei para a América. A sensação de estar em casa era reconfortante, ter meu espaço em Nova York, a poucos quilômetros de distância da casa dos meus pais, tornava tudo ainda mais incrível. Nos últimos dias, tudo o que fiz foi ir a casa deles em busca de conforto, e em todas as vezes, foi o que encontrei.
Tudo o que eu mais precisava no mundo há um mês atrás era minha família. Eu me sentia culpada de tê-los deixado e simplesmente ido embora, mas agora que eu os tinha aqui, bem ao meu lado. Tudo parecia bem, mas só parecia mesmo. Porque eu sabia que algo estava errado.
[...]
Nesse meio tempo, eu e Marcus demos um tempo, visto que, um dia antes de eu deixar o continente europeu, ele me ligou às três da madrugada. Extremamente bêbado. Provavelmente havia enchido a cara o dia todo e só naquele horário se lembrado da minha existência. E tudo o que ele fez em alguns minutos de ligação foi me xingar e me culpar por coisas que não faziam o mínimo sentido e muito menos haviam acontecido. Na manhã seguinte, ele mandou várias mensagens, áudios e deixou chamadas perdidas, diversas delas, se desculpando e dizendo que me amava, ou pelo menos tentando me convencer disso. Tarde demais.
Ele tentou com todas as suas forças e usou tudo o que pode para culpar o álcool que havia ingerido na hora do acontecido, mas não deu nem um pouco certo. Eu sou o tipo de pessoa que não culpa o álcool por essas ações escrotas. Até porque ele não te obriga a fazer o que não quer. Você apenas “toma coragem” de fazer o que não tem coragem de fazer sóbrio.
Não dei atenção aos pedidos de desculpa, nem as justificativas, eu apenas enviei uma única mensagem. “Eu preciso de um tempo”. E oficialmente deixei o continente poucas horas depois de enviar a mensagem, indo para longe de Marcus o mais rápido que pude. Esse era o meu modo de botar a cabeça no lugar. Fugir e pensar sozinha sobre tudo.
As coisas que ele havia dito naquela noite, viviam passando pela minha mente durante os últimos dias. E consequentemente eu me sentia culpada por algo que nem mesmo fiz. Eu me sentia suja por palavras que não condizem com a realidade. E ter ciência disso, de que tudo o que ele disse era mentira, fazia com que eu me sentisse uma idiota por em alguns momentos pensar que ele estivesse certo a meu respeito. Eu era um ser humano horrível.
[...]
Faltam algumas semanas para o meu aniversário e sou lembrada disso regularmente por meus amigos. Eles sempre se animam com a data, e eu acabo me animando por causa deles, mas esse ano, nem um sorriso sequer eu esbocei ainda.
De alguma forma eu me sentia incompleta, mesmo tendo tudo o que eu sentia falta quando estava na Europa. Pelo visto, eu sempre tive a estranha sensação de vazio, só que ultimamente ela está mais aparente.
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𝟬𝟯 𝗼𝗳 𝗱𝗲𝗰𝗲𝗺𝗯𝗲𝗿 ' 𝖬𝖺𝗍𝗍 𝖲𝗍𝗎𝗋𝗇𝗂𝗈𝗅𝗈
Fanfiction🫀. 𝖮𝗇𝖽𝖾 𝖬𝖺𝗍𝗍𝗁𝖾𝗐 𝗋𝖾𝖼𝖾𝖻𝖾 𝗎𝗆 𝖾𝗆𝖺𝗂𝗅 𝖺𝗇𝗈̂𝗇𝗂𝗆𝗈 𝖽𝗎𝗋𝖺𝗇𝗍𝖾 𝖺 𝗆𝖺𝖽𝗋𝗎𝗀𝖺𝖽𝖺. "𝗲𝘂 𝗮𝗶𝗻𝗱𝗮 𝗺𝗲 𝗹𝗲𝗺𝗯𝗿𝗼." "𝗆𝖺𝗌 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝗀𝗈𝗌𝗍𝖺 𝗆𝖺𝗂𝗌 𝖽𝖾𝗅𝖺 𝖾𝗎 𝗊𝗎𝖾𝗋𝗂𝖺 𝗌𝖾𝗋 𝖺 𝖧𝖺𝗓𝖾𝗅."