𝟮𝟴.

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ℬ𝖾𝗏𝖾𝗋𝗅𝗒 𝒞𝗈𝗌𝗍𝖾𝗅𝗅𝗈
# 03 · december

𝗖𝗔́ 𝗘𝗦𝗧𝗔́𝗩𝗔𝗠𝗢𝗦 eu e Matt, lado a lado na minha sala de estar, encarando a carta na mesinha de centro, em meio a alguns papéis de presente que ainda haviam restado no cômodo

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𝗖𝗔́ 𝗘𝗦𝗧𝗔́𝗩𝗔𝗠𝗢𝗦 eu e Matt, lado a lado na minha sala de estar, encarando a carta na mesinha de centro, em meio a alguns papéis de presente que ainda haviam restado no cômodo. Estávamos em um silêncio estranho, parecia que ambos estávamos tentando processar todas as informações.

Respirei fundo, tomando coragem para começar o assunto que aparentemente tanto nos assombrava. E quando finalmente me senti pronta me virei para o rapaz.

– Há quanto tempo você sabia? – disse, sem rodeios.

– Desde a festa do ano passado. – ele respirou fundo. – Eu não tinha certeza até a hora que você praticamente fugiu de mim na piscina. Mas não tive a chance de saber a verdade até hoje, graças a minha birra estúpida.

Tentei segurar a risada, mas totalmente em vão, visto que acabei soltando uma gargalhada. Mas em seguida me recompus, sabendo que era um assunto sério que estávamos tratando no momento.

– Se você não fosse como uma criancinha birrenta, acho que tudo teria sido mais fácil…

– É, mas acho que fui pior que uma criancinha em alguns quesitos.  – ele riu e eu apenas concordei. –  Posso fazer uma pergunta?

– Já está fazendo… – brinquei, o vendo revirar os olhos, como se já esperasse por essa frase.

– Por que eu, Beverly? – ele perguntou e a sala ficou em silêncio. – Você poderia ter quem quisesse, e pessoas muito melhores. Então, por que eu?

Senti um nó se fechar em minha garganta. Eu já havia me feito essa pergunta tantas vezes antes, e nunca, nunca mesmo consegui pensar em uma resposta. Suspirei, lutando contra o incômodo na garganta, que me impedia de falar.

– Eu não sei… – abaixei o olhar. – Acho que meu coração simplesmente te escolheu. Desde o primeiro momento em que coloquei meus olhos sobre você pela primeira vez, eu senti algo diferente Matt, algo que nunca consegui entender e muito menos conter só pra mim, já que todos dizem que meus sentimentos por você são totalmente transparentes. – respirei fundo. – Quando finalmente notei o que eu sentia por você, eu neguei pra mim mesma o máximo que pude, não queria pensar na mínima possibilidade de estragar nossa amizade ou de que meus sentimentos pudessem interferir em algo, mas agora vejo que minha escolha acabou gerando tudo isso pelo que estamos passando.

Novamente o silêncio se instaurou no ambiente, eu estava nervosa pensando na situação e ele parecia absorver as informações.

𝟬𝟯 𝗼𝗳 𝗱𝗲𝗰𝗲𝗺𝗯𝗲𝗿 ' 𝖬𝖺𝗍𝗍 𝖲𝗍𝗎𝗋𝗇𝗂𝗈𝗅𝗈Onde histórias criam vida. Descubra agora