Luna é uma jovem mãe de vinte e dois anos que teve sua adolescência perdida ao acreditar num homem que só queria se aproveitar de sua inocência. Desacreditada de seus pais e sem o apoio de ninguém, viu-se perdida, sozinha e grávida. Como será que e...
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Estou até agora em pé na área vip pensando na minha conversa nada amigável que tive com meu alemão que demonstrou não ter ficado nada feliz com minha vinda a esse lugar. Ou será que foi apenas com o fato de eu ter aceitado a dança particular para o árabe?
Só sei que fiz a maior besteira!
Eu deveria ter negado. Deveria ter me contentado com a dança no palco que já foi bastante boa, porém, a porra da ambição não me permitiu. E agora estou aqui com a consciência pesada por ter quase certeza de que decepcionei o homem que mais tem feito por mim.
- Senhorita? Está tudo bem? - A voz do árabe ressoa em meu ouvido e me viro para olhá-lo. - Está bem? Aquele homem machucou você?
- Aquele homem é o meu marido. - Falo, sentindo o peso que essa palavra tem. - E na verdade, fui eu quem o machuquei. - Assumo. Por certo a pessoa que está errada aqui sou eu, não o Erick.
- A senhorita deveria ir atrás dele e se desculpar por isso.
- Hum? - Exclamo confusa.
- Se acha que o machucou, peça desculpas. Quando erro com uma das minhas três esposas, tenho de pedir desculpas para as três e assumir o erro na frente de cada uma. - Ergo minha sobrancelha pasmada.
- Elas se dão bem com o fato de estarem casadas com um homem que tem outras duas mulheres e ainda sim as traem em outros lugares?
- Elas entendem as necessidades do marido que tem e atentam para ela. Assim como eu entendo a necessidade de cada uma das minhas esposas. Nunca lhes deixo faltar nada, inclusive no campo sentimental. Posso amar as três na mesma proporção e satisfazê-las como mulheres. Elas gostam. Mas, pelo que pude perceber, ele a quer só para si e é recíproco já que brigou com sua colega de trabalho por ciúmes dele.
- O senhor também percebeu? - Pergunto sentindo uma vergonha inexplicável.
- Acho que todos percebemos. Há amor em vocês e isso é importante. Vá até ele, menina Luna e faça compreender que o ama também. - O homem pega em minha mão e deixa um beijo nela.
Desço as escadas rapidamente indo para o camarim pegar minhas coisas e saio por uma das saídas de emergência da boate até o estacionamento onde há um ponto de táxi bem próximo dali. A essa altura, Erick já deve estar bem longe e prefiro então chegar em casa para conversarmos sobre o que acontecerá conosco agora que fiz essa besteira.
Caminho rápido, quase que tropeçando com meu salto que vai agarrando entre os paralelepípedos da calçada, seguindo por entre alguns carros, até que vejo meu loiro encostado do lado de fora de sua BMW preta, com os braços cruzados em sua frente, parecendo bastante chateado com tudo que aconteceu.
Analiso o homem por um longo tempo, pensando novamente que talvez eu não o mereça dessa forma, mas por ser egoísta eu o quero demais. Sem ter nenhuma alternativa, caminho em sua direção e paro em sua frente e seus olhos logo se prendem aos meus. Ele nada fala ou faz, apenas fica ali me olhando firmemente.
