21 [Vamos fazer isso.]

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Quando voltei para o Santuário, pensei muito em tudo o que Enid disse. Haviam tantas possibilidades de tudo ser uma armação, mas ao mesmo tempo, eu poderia estar perdendo a oportunidade de ficar com Carl. Depois de tudo o que passamos, acho que merecemos um pouco de felicidade, e ela estava certa, Carl não tinha culpa.

— Pensando no Cowboy de novo? — Sophia questionou, me tirando de meus pensamentos. Ela tinha um sorriso divertido, e me encarava como se soubesse ler meus olhos. — Claro que estava, não precisa nem responder.

— E se for uma armação? Por que a Enid o jogaria assim de bandeja para cima de mim? — disse me sentando na cama. — Ele me beijou, mas isso pode não significar nada.

— Madison, querida, dá um tempo! — Soph disse me dando um leve empurrão. — Já pensou em conversar com ele, tipo, uma conversa de verdade. Vocês podem se encontrar em algum lugar, sentar e falar sobre o que se passa na sua cabeça. Você só vai ter suas respostas se perguntar.

— Se você estivesse querendo manipular alguém, você diria se ela te perguntasse?

— Você tem um ponto. Mas ainda acho que deveriam conversar.

O assunto acabou quando ouvimos barulho de tiro vindo do pátio. Meu coração gelou, só poderia ser Rick invadindo o Santuário para matar o Negan. Levantei rapidamente e peguei minha arma e o arco. Sophia não queria me deixar sair, mas eu não ficaria parada apenas esperando o desgraçado do Grimes matar as famílias que moravam ali.
Pedi que a garota trancasse a porta e que ficasse em segurança, e após isso deixei o quarto com a arma destravada em mãos. Encontrei algumas pessoas assustadas, porém logo Simon apareceu nos informando de que não era nada de mais. E então, Negan entrou com Carl ao seu lado.

— Mas que porra... — disse esperando os dois se aproximarem. — Que merda é essa, Carl?

— Pode voltar para o seu quarto, Maddie. Eu cuido do garoto. — Negan disse passando por mim.

— O que vai fazer com ele? — questionei os seguindo.

— Volta para o quarto, Madison. — respondeu entrando em seu quarto, e em seguida fechou a porta na minha cara.

— Se quer saber o que o seu namoradinho fez, pode ver pessoalmente no pátio. — Simon disse passando por mim.

Segui até o pátio, e tudo o que vi foram nossos homens mortos, e outros dos nossos carregando seus corpos para a caminhonete. Conversei com alguns, e eles me deram os detalhes do que Carl havia feito. Perguntei o nome de cada um dos mortos e anotei em um bloquinho, queria contar pessoalmente para as famílias.
Passei os trinta minutos seguintes indo atrás das famílias daqueles que tinham uma, e informando sobre as mortes. Um deles deixou uma mãe idosa, o outro uma filha de oito anos e uma esposa. Apenas um não tinha família, e eu agradeci aos céus por não ter mais que informar a morte de alguém. Após isso, segui até o quarto de Negan, e entrei sem bater.

— Que droga você tinha na cabeça. — disse alto fazendo Carl me encarar. Ele estava sem o curativo do olho, com sua cicatriz totalmente exposta. — E-eu... Não sabia...

— Não é horrível? — Negan disse soltando uma risada. — Mas isso é de botar medo em qualquer um, faria alguém se borrar todo. Você não tem noção do quanto é fodão, não é garoto?

— Posso falar um pouco com ele? — perguntei encarando Negan.

— Madison... — Negan me encarou, não parecia curtir a ideia.

— Eu passei meia hora informando o óbito daqueles homens para suas famílias, eu preciso de pelo menos dez minutos com ele. Eu não vou demorar, pai, eu prometo. — disse séria, e então ele se levantou deixando o quarto.

Thᥱ Othᥱr Sιdᥱ ᵗʰᵉ ʷᵃˡᵏᶦⁿᵍ ᵈᵉᵃᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora