Capítulo 13

65 9 1
                                    

Escuro. Frio. Silêncio. O seu coração palpitava loucamente no seu peito e as suas mãos estavam frias. Estava apavorado com o desconhecidos, ao mesmo tempo, que imaginava-se nos piores cenários que lhe vinham em mente. Não queria ter o mesmo fim que o seu amigo, mas perguntava-se se o seu destino seria pior.

Os seus olhos demoraram a acostumar-se à claridade quando o capuz preto foi levantado. Semicerrava-os bruscamente e empalideceu quando descobriu que Pol não estava sozinho.

Desconforto. Medo. Pânico. O ar simpático e afável de Pol tinha sido desmascarado por uma carranca dura com olhos inquisitivos, complementado com o olhar dos outros homens que o rodeiavam. Não conhecia o patrão de Pol nem nunca falara com ele e agora preferiria que se tivesse mantido assim.

Um homem de cabelos escuros aproximou-se de si como um predador se aproxima da sua presa. Apresentava-se de forma diferente dos outros, trajando uma camisa aberta quase transparente adornando o seu abdómen e camisas jeans largas. O homem sorria perversamente e James desviou o seu olhar para os sapatos pretos.

A sua cabeça foi levantada bruscamente e o homem esmurrou-o com força. James tentou reprimir a dor que sentia e sentiu o gosto metálico do sangue na sua boca. Assustou-se com a risada sádica.

Outro murro. Mais outro, mais outro e outro até quase perder os sentidos. Não sabia onde tinha arranjado forças para levantar a cabeça para olhar para o tailandês. Nenhum dos outros que o rodeavam sentiam pena dele e apontavam as armas com determinação no olhar.

- É bom que nos digas tudo o que partilhaste com as outras gangues sobre os nossos negócios!

James balançou a cabeça desconcertado.

- Eu já disse tudo o que tinha a dizer a Pol... - disse numa voz arrastada.

- MENTIROSO! - gritou-lhe na cara e pousou as mãos nos braços da cadeira. - Tens 20 segundos para começar a desbobinar!

James roçou as unhas nos braços da cadeira, sentindo-se cada vez mais nervoso ao ouvir o tailandês cantarolar "tic-tac, tic-tac" enquanto balançava a cabeça.

- O tempo está a esgotar-se... - disse Pol sorrindo diabolicamente.

- Eu não tenho nada a dizer... - murmurou James fracamente.

James gritou agoniado quando o tailandês lhe deu um murro no estômago e foi sacudido violentamente para o chão. Teve um dislumbre de um pequeno anel de prata com a letra "K" incrustada na parte da frente.

O tailandês fez sinal para cada um dos colegas avançarem sobre James. Era divertido para si vê-lo em sofrimento. Desejava que James sofresse o dobro do que tinha afligido a Ken. Esperava que Ken não ficasse contra si e o perdoasse pelo que tinha feito ao tio e por todas as palavras dolorosas que lhe dissera. Estava determinado a mostrar-lhe o quanto o amava.

- É o suficiente! Já nos divertimos o bastante.

James respirou aliviado com a declaração do tailandês, mas sentia no seu âmago, um desconforto agreste. Era como uma labareda de uma infâma chama que crescia vigorosamente prestes a incendiar todo o seu interior
Pol juntamente com outros guardas-costas ligaram a ignição do carro e puseram máscaras para cobrir os seus narizes.

James olhou atordoado e inclinou-se contra o tailandês que lhe atava uma corda ao pescoço, enquanto os seus outros colegas prenderam o carro a uma viga de ferro.

Pol mudou a velocidade para a quinta e aumentou a velocidade. Os pneus do carro rapavam tão fortemente no chão acimentado da oficina deixando marcas profundas. O tailandês atou os pés de James e deitou-o perto do escape  do carro.

James respirava com dificuldade e sentia a pele da sua cara a queimar com os gases que saíam do escape do carro.
Os homens mascarados saíram por uma pequena porta da frente e o mais pequeno segurava um cigarro aceso. James amaldiçoou-se quando viu um rio de gasolina a rodeá-lo e fechou os olhos quando as chamas se elevaram.

Kinn sorria satisfeito para o tablet. Não era por menos que Big era o seu guarda-costa chefe e já tinha discutido com o marido sobre o aumento do ordenado de Big.

Vegas repousou a sua mão no ombro de Kinn.

- Ensinaste-lhe bem, priminho! Eu não faria assim!

- Vegas, há mais formas de torturar alguém sem deixar uma poça de sangue ao redor! - exclamou Pete.

- Não fui eu, mas sim Ken! Diz-me não farias de tudo para proteger o Pete?

Ambos sorriram em concordância um para o outro e Porsche e Pete olhavam aterrorizados para o sofrimento de James.

BigKen - Depois da traiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora