Capítulo III - Promessa

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— Senti saudades.

Um alívio quase imediato me apossou assim que ouvi sua voz, fazia pouco mais de uma semana que não nos víamos, tempo o suficiente para deixar nós dois ansiosos.

Não tive tempo pra lhe dar uma resposta, logo seus lábios tocaram os meus, e eu não consegui pensar em mais nada. Não havia Seleção, estresse familiar ou preocupações, finalmente podia tê-lo, nada mais importava naquele momento.

Foi inevitável não aprofundarmos o beijo quando sua língua deslizou por meus lábios pedindo passagem que foi prontamente cedida, minhas mãos acariciaram seu peito sobre o tecido da camisa e subiram pelos ombros de encontro com seus cabelos soltos, raspando de leve sua nuca com as unhas curtas, Neji soltou um ofego em aprovação enquanto afundava os dedos em minha cintura e descia pelos meus quadris puxando-me mais para perto.

Como eu senti falta daqueles toques, parecia ter me dado conta disso somente naquele momento.

Nos afastamos contra a vontade, quando a necessidade de ar se fez presente. Senti seus lábios tocarem minha pele, depositando selares em minha bochecha e seguindo até a ponta de minha orelha, uma mordida fraca seguida de um leve chupão me fez arfar, puxei seus cabelos com um pouco mais de força ao sentir minhas pernas falharem, sua língua acompanhou o desenho de meu maxilar, refez o caminho de volta até a minha boca semiaberta e sugou meu lábio inferior retomando o beijo de forma um pouco mais afoita.

Um arrepio percorreu meu corpo ao fitar seus olhos perolados com um brilho luxurioso, seu cheiro inebriante se intensificou mandando minha pouca sanidade para o espaço. Nossas línguas se entrelaçavam com fervor enquanto suas mãos desciam do quadril para as minhas coxas agarrando-as e me içando pra cima, me apoiei em seus ombros, surpreso pela movimentação repentina e entrelacei minhas pernas ao redor de sua cintura.

Soltei o ar de uma vez ao sentir minhas costas irem de encontro a parede de madeira, ofegante, não pude conter um gemido manhoso quando nossos membros já despertos esbarraram um no outro ao mesmo tempo em que a pele sensível de meu pescoço era sugada com um pouco mais de força, senti minha lubrificação natural escorrer resultando em um rosnado por parte do alfa, nossos feromônios a essa altura já estavam fora de controle e foi isso que me forçou a recobrar a razão para onde estávamos e o que estávamos prestes a fazer.

— N-Neji... — chamei com dificuldade. — Precisamos parar.

Com um suspiro contrariado, Neji parou e se afastou devagar mirando meu rosto ainda ofegante, seus cabelos estavam emaranhados e as bochechas rubras assim como os lábios finos. — Minha situação certamente não estava diferente. — Seu olhar penetrante me desconcertou por um momento e quase cedi a tentação de retomar de onde paramos. Parecendo ler meu conflito interno, ele soltou um riso abafado antes de sorrir ladino e me colocar no chão.

Precisamos de alguns minutos para voltar a respirar normalmente. Estava se tornando cada vez mais difícil manter o controle, o desejo parecia aumentar mais a cada encontro juntamente com a saudade que tornava tudo ainda mais intenso e complicado. Não podíamos ir além, estávamos nesse relacionamento às escuras a dois anos, o risco que corríamos com as escapadas noturnas pós toque de recolher já poderia nos meter em sérios problemas, relações íntimas não assumidas oficialmente, não eram bem-vistas em nossa sociedade, na verdade essa era uma questão fora de cogitação, isso sem falar que dona Mikoto me mataria se soubesse.

— Também senti saudades. — Declarei de repente sorrindo de canto e arrancando um riso contido de Neji.

Nos aconchegamos para comer no carpete cinza gasto. A casa da árvore era bem pequena e por isso não tinha muito dentro dela, fora o carpete havia uma banqueta velha em um dos cantos que servia como suporte de vela, uma pequena janela na parede oposta e uma porta de entrada na lateral, tudo muito simples sem luxo algum, mas nesse momento, tudo me parecia perfeito.

Ligados pelo Destino - (NaruSasu)Onde histórias criam vida. Descubra agora