Para vinte e cinco ômegas, a Seleção é a chance de uma vida. Nas terras de El Khemed, Akhimédia um recém criado reino governado pela família Namikaze Uzumaki, a tradicional competição passada por gerações, reúne jovens de dezoito a vinte e um anos d...
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— Como está se sentindo? — Naruto questionou em tom suave.
Fechei os olhos, suspirando em agrado ao sentir a sequência de selares delicados na pele desnuda de meu ombro.
— Hum... para ser sincero me sinto um pouco estranho.
— Estranho? — assenti em resposta. — Em que sentido exatamente, bom ou ruim?
— Definitivamente não é uma sensação ruim é apenas... diferente. — Franzi a testa pensando em qual seria a melhor maneira de explicar aquilo, quando nem eu mesmo entendia o que exatamente estava acontecendo com meu corpo.
A água morna da banheira ondulou ao nosso redor conforme Naruto se remexeu, me acomodando em seu colo de maneira mais confortável. Ele circulou seus braços entorno da minha cintura, de forma que pude apoiar minhas costas em seu peito, enquanto seu queixo relaxou sobre o meu ombro aguardando que eu continuasse.
— Eu já tinha ouvido falar sobre a ligação entre ômegas e alfas através da marca antes, e que ela torna possível sentir o que a outra pessoa sente, mas na prática isso é mais difícil do que pensei que seria — esclareci, levando a mão até a mordida já praticamente cicatrizada em meu pescoço. — É como se nossos sentimentos estivessem entrelaçados, entende? Então eu tenho essa consciência de que parte dessas sensações vem de você, porém não consigo separá-las das minhas com exatidão. Por exemplo; agora nós dois estamos nos sentindo relaxados, então eu apenas sinto isso com mais intensidade do que o normal e não como se tivesse "outra pessoa dentro de mim", se é que deveria ser dessa forma, eu sinceramente nem sei mais. — Grunhi inconformado esfregando o rosto com a palma da mão.
Naruto riu suavemente, provavelmente achando graça da minha explicação completamente sem sentido. Suspirei, me estapeando mentalmente. Eu realmente deveria ter conversado melhor com Itachi sobre isso.
— Não se preocupe, eu entendi o que você quis dizer — garantiu com tranquilidade. — E se te serve de consolo, me sinto da mesma forma.
O encarei surpreso por um instante.
— É mesmo?
— Uhum — murmurou depositando um breve selar sobre a marca, que me arrepiou dos pés à cabeça. — A sensação é mesmo estranha, porém isso é apenas no começo e depois de um tempo melhora. A nossa ligação é bastante recente e demora um pouco para ambos os corpos e mentes se adaptarem, mas quando isso acontecer ficará bem mais fácil distinguir o que vem de você e o que vem de mim.
— Oh... bem, até que isso faz sentido — e era um alívio na verdade. — Você parece entender bem desse assunto.
E parando para pensar; é estranho o quão pouco eu sei sobre isso mesmo em uma família com tantos ômegas ligados.
— Sim, bem, eu era uma criança bastante curiosa — riu baixinho. — Quando eu era pequeno, teve uma época em que meu pai se tornou um pouco mais ausente por conta do trabalho como rei e durante esse período eu passava a maior parte do tempo com a minha mãe, e o tempo todo ela me dizia que ele estava sentindo a nossa falta e que gostaria de estar lá com a gente se pudesse. — Sorriu. — No início eu pensei que ela dizia aquelas coisas apenas para que eu não me sentisse frustrado por vê-lo tão pouco, mas aí vinha aqueles momentos em que ela parava tudo o que estava fazendo, levava a mão até o pescoço e ficava séria de repente e depois resmungava algo sobre o otōsan estar se esforçando demais, ou que ele não estava comendo nem se cuidando corretamente. Não importa o quão distante eles estivessem, ela sempre sabia dizer se ele estava cansado, estressado, feliz ou mal-humorado e eu achava aquilo tudo muito estranho. Então, um dia eu a questionei muito seriamente se ela era uma espécie de bruxa ou fada encantada com poderes mágicos, e se ela era, por que havia escondido um segredo tão incrível assim de mim? — Riu contido, sacudindo a cabeça em negação e eu o acompanhei imaginando um pequeno Naruto de cabelos dourados, grandes olhos azuis e bochechas cheinhas, com a testa franzida em confusão e expressando sua melhor feição de seriedade, tanto quanto uma criança poderia ser.
