Capítulo XXV - Distância

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Aviso: No início do capítulo tem uma descrição de mutilação que pode ser um pouco desconfortável. Se necessário, pulem a cena!

 Se necessário, pulem a cena!

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3 meses depois.

Sentado em frente ao espelho, analisei silenciosamente as roupas completamente pretas que remetiam ao luto. A cor simbólica era tradicionalmente associada a escuridão e a falta de luz, usada em cerimoniais fúnebres como forma de expressar tristeza e sofrimento pela perda de um ente querido. Apesar da ocasião exigir tal formalidade por uma questão de etiqueta, meus sentimentos não poderiam ser definidos como bons ou ruins, tristeza ou felicidade, eu simplesmente não sentia absolutamente nada.

Batidas suaves soaram na porta.

Murmurei um breve "entre" e me virei em direção a pessoa que adentrava o quarto naquele instante. A presença de Makomo ali não me surpreendeu. A jovem ômega como sempre se vestia de maneira modesta, mas elegante; um simples vestido de tom negro que abraçava suas curvas com suavidade e deixava seus braços a mostra, destacando ainda mais sua pele branca como porcelana.

Ela cruzou as mãos sobre o colo, se curvando suavemente antes de pronunciar em tom gentil:

— Está na hora, senhor Uchiha.

Assenti, sorrindo levemente em agradecimento antes de me levantar e acompanhá-la.

O caminho foi silencioso, não havia clima para conversas amenas. Os corredores completamente vazios pareciam mais extensos do que realmente eram, ecoando nossos passos pelo que pareceram minutos intermináveis.

Ao terminar de descer as escadarias, seguimos rumo ao jardim onde um pequeno grupo de pessoas incluindo a minha família e os outros cinco selecionados nos aguardava, todos com roupas escuras e a mesma expressão vazia presente em seus rostos.

A procissão em forme de fila era ladeada por dez guardas fortemente armados de cada lado, cruzamos a fonte principal e continuamos em frente até avistar os imensos muros que circulavam a propriedade. Com um estrondo ruidoso, observei pela primeira vez desde a minha chegada os grandes portões do palácio sendo abertos, e logo fomos saudados pelo barulho ensurdecedor de uma multidão polvorosa.

Um grande palanque fora montado na rua. Havia centenas, talvez milhares de pessoas reunidas ali, de forma que a aglomeração se perdia de vista por quilômetros. Adultos, idosos, crianças sobre os ombros dos pais e inúmeros representantes midiáticos portando incontáveis câmeras estrategicamente posicionadas para cobrir todo o "evento". Fomos guiados até uma arquibancada disposta no canto direito da estrutura, sendo ovacionados pela massa de pessoas conforme a caminhada. Assim como os outros membros da Elite forcei um sorriso acenando simpaticamente para o público que parecia eufórico, antes de finalmente me acomodar no assento pré-determinado.

No centro do extenso palco, havia sido armado uma grande estrutura de madeira. O arranjo em si era simples; dois troncos grossos compunham as laterais de forma paralela e sobrepondo ambos havia um terceiro tronco posicionado na horizontal formando uma espécie de "teto". Ao longo da estrutura foram amarradas três cordas já preparados com o nó de forca, apenas esperando para serem usadas. Não era preciso pensar muito para saber o que aconteceria ali, e todos os presentes estavam cientes desse fato. Naquele dia três pessoas seriam executadas.

Ligados pelo Destino - (NaruSasu)Onde histórias criam vida. Descubra agora