16. incógnita

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Naquela noite, não consegui pregar os olhos

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Naquela noite, não consegui pregar os olhos. Sentia meu corpo clamando por descanso, mas do outro lado, minha mente se recusava a desligar.

Uma das minhas qualidades mais notáveis no futebol é sempre saber o que esperar dos jogares do time adversário, uma habilidade que me forcei a adquirir desde o começo e que já nos trouxe incontáveis vitórias. É essencial prever jogadas antes mesmo que elas passem pelas cabeças dos rivais.

Mas não neste caso.

Adam é uma incógnita e o sentimento de que não estou nada perto de resolver está me deixando louco. Não sei o que fazer e a sensação de fracasso é uma companhia constante, como uma entidade poderosa, safada e maldosa escondida no meu armário. Sem trocadilhos.

A única coisa que eu não tenho dúvida alguma é que o alvo mais provável não sou eu.

Louise.

Jamais irei me esquecer do assombro naqueles olhos dourados quando afirmei que Adam não faria nada. Me mata saber que pela primeira vez não posso confiar nas minhas próprias palavras, mas tudo o que eu queria era fazer com que a dor desaparecesse dos olhos que eu tanto amo, mesmo sabendo que Adam está cumprindo com suas ameaças antes mesmo de tê-las deixado sair por sua boca nojenta.

Louise está sofrendo há meses. Antes mesmo que eu soubesse de todo esse monte de merda, e não precisou nem que ela me confirmasse para que eu chegasse à essa conclusão.

Como eu não percebia?

Como não via seu desconforto a cada pequeno toque de Adam em seu corpo?

O contato dos meus punhos com o saco de areia se torna cada vez mais constate e forte a medida em que meus pensamentos viajam.

Adam a beijando

Soco.

Os ombros rígidos.

Soco

Louise se encolhendo a cada vez que Adam chegava perto.

Soco

— Ei, cara! — Sinto Dean segurar meu ombro direito com firmeza antes mesmo que o som forte do ultimo soco houvesse desaparecido completamente do ambiente. — Acho que precisamos dos seus dedos inteiros para o próximo jogo.

Me desvencilho de seu contato um pouco rude demais, levando meus dentes ao velcro das luvas que as prendem em minhas mãos, rapidamente me livrando das mesmas e as jogando no banco mais próximo.

Sei que exagerei, sei que isso tem acontecido frequentemente desde que a merda atingiu o ventilador.

E a merda tem nome e sobrenome.

Maldito Adam Kane.

— O que tá rolando com você, mano?

Caminho até minha mochila e resgato minha garrafa d'água, tomando um longo e demorado gole enquanto observo o corpo grande de Dean e ganho um tempo para inventar qualquer merda para dizer.

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⏰ Última atualização: Dec 08, 2022 ⏰

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