Encontro

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Digamos que pegar o número dele foi a melhor coisa que eu poderia fazer, visto que havíamos avançado consideravelmente em nossos diálogos e nos tornado minimamente mais íntimos.

Ele era um rapaz legal e eu gostava de conversar com ele, mas eu pensava se poderia estar sendo meio chato, já que notei que eu realmente ficava o enchendo de mensagens sempre que podia.

O bom de trabalhar quase cem por cento em casa, era isso. Meu estúdio era aqui, eu editava todas as fotos aqui, meu escritório ficava aqui também. Dois cômodos apenas dentro de minha própria casa, o que me dava muito tempo livre para falar consigo qualquer momento do dia, mas que, obviamente, não era correspondido na mesma proporção. Especialmente durante a noite, ele sumia.

Eu sabia as razões pelas quais ele sumia durante a noite, na boca da madrugada, e estranhamente aquele fato fazia eu me sentir... estranho.

Era bizarro, já que apenas nos falamos duas vezes e em uma delas eu o encontrei como um mero cliente que apenas queria me satisfazer. Estaria eu apegado a si ao ponto de me incomodar que outros alfas transem consigo? Eu espero que não, mas não digo que não. É apenas o trabalho dele, bem digno, e eu não deveria querer exercer nenhum tipo de domínio ou me incomodar sobre algo. Nem tínhamos nada.

É. Sou bom em me convencer das coisas.

Mas o bom, é que eu havia conseguido marcar um encontro consigo nessa última semana. E eu estava me aprontando agora para sair em sua direção.

Ficamos exatamente uma semana e meia trocando mensagens e nos conhecendo. Ontem ele aceitou meu pedido para um encontro e estávamos saindo hoje, domingo, durante a noite.

Ele me disse que levaria um presente consigo, o que não consigo pensar no que deveria ser, mas fiquei achando que seria o certo eu levar um presente também, visto que seria indelicado não dar-lhe nada. Não costumo dar presentes no primeiro encontro, mas era ele, então me senti inspirado. Comprei um colar de prata com algumas pequenas pedras que apenas brilhavam em demasia, elegante e bonito.

Eu arrumei-me elegantemente, com uma roupa mais formal, porém estiloso. Com poucos acessórios, apenas alguns anéis; não contando com meu piercing na boca e sobrancelha. Passei uma loção e, enfim, estava pronto. Sorri ao meu reflexo, estava me sentindo incrivelmente bonito.

Mandei-lhe uma mensagem avisando que estava saindo e ele me disse que já estava no local, o que me pegou um pouco desprevenido e me fez apertar os passos para não deixar-lhe esperando. E, não muitos minutos depois, eu estava na frente do restaurante de alta classe que havíamos combinado. No banco atrás estava o seu presente, embalado numa caixa aveludada e preta, não muito grande. Não peguei nisso ainda.

Procurei pelo ômega ao estacionar meu carro pela frente do estabelecimento, notando que ele estava acompanhando de uma pequena pessoa. Uma pessoinha que parecia muito a si, só que em miniatura.

Sorri vendo a cena. Era ele e o seu filhote.

Ao estacionar e dar trava no carro, fui em direção a si, sorrindo. E ele quando me viu sorriu também. Nos saudamos com um abraço e um beijo no rosto.

— Por que saiu tão cedo? — Questionei-lhe.

— Uma certa pessoa estava com pressa... — Olhou ao filho, que encolheu os ombros e me olhou com vergonha. — Era este o presente que eu falei que traria.

— Jura? — Não me contive de sorrir.

De qualquer maneira eu iria entregar o presente que havia trago para si, mesmo que fosse uma tanto vergonhoso de minha parte. Eu havia escolhido com carinho e julgo que ele ficaria belíssimo com aquele apetrecho.

Exclusivamente meu • TAEKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora