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"Toda mulher quer ser amada, toda mulher quer ser feliz

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"Toda mulher quer ser amada, toda mulher quer ser feliz."- Todas as Mulheres do Mundo, Rita Lee.

Londres | Inglaterra.

Há duas semanas Raul Beaumont achou uma boa ideia deixar o seu caçula com a irmã mais velha. Motivo? Estava completando dez anos de casamento com Camile. Eles iriam passar um mês e meio em um cruzeiro ao alto mar. Low aceitou de bom grado, amava passar um tempo com a sua pulguinha, o único problema foi que agiu por impulso.

Londres era uma cidade gelada para quem foi nascida e criada até os quinze anos no Brasil. Em todas as férias de fim de ano, Low ia para a terra natal em busca do sol quente que apenas ele poderia lhe oferecer. Até os quinze anos, suas férias de fim de ano eram na França com seu pai e a madrasta, quando se mudou para Paris foi ao contrário. Ia para casa da sua avó Maju, passar as férias de fim de ano.

Um miado alto a fez abrir os olhos assustada, sua cabeça doíam como se um trem tivesse passado por cima sem dó alguma. Procurou Antoine com o olhar e o viu perto da tv, com Frida nos pequenos bracinhos, a pobre gata parecia estar assustada com os abraços e beijos afetuosos do francês. Frida tinha sido adotada há quase três meses, antes disso vivia em um abrigo para animais abandonados, seu único problema era não gostar de homens, apenas aceitava carinhos do sexo masculino caso o conhecesse. Na primeira vez que viu Lando Norris a gata arranhou os braços do piloto, mas com Tonton não! Eles tinham uma ligação, mas quem resistia a aquele pequeno menino de cabelos louros?

Tonton largou Frida em sua pequena cama e correu em direção ao sofá onde sua irmã estava deitada, na falha tentativa de fazer a dor de cabeça e corpo passarem. Com as mãozinhas geladas o menino acaricia o rosto da franco-brasileira que sorriu abertamente mesmo sentindo as maçãs do seu rosto doerem.

- Tá melhor, gatinha?

Seus olhinhos azuis estavam atentos a cada detalhe da irmã, como se procurasse a doença em seus rosto. Low o puxou para o seu colo, beijando levemente os cabelos cacheados do menino.

- Ainda não, pulguinha. Mas se ficarmos quietinhos por um tempo, vai passar.

O menino fez um sinal de silêncio com os dedinhos finos e se aninhou nos braços da irmã, se deitaram virados para a tv. Mesmo o sofá sendo pequeno, estavam confortáveis. Mesmo com o nariz entupido, Low conseguia sentir o cheirinho de bebê do irmão. Não demorou muito para ouvirem batidas na porta, suspirando pesadamente a franco-brasileira se levantou sentindo seu corpo todo doer, provavelmente era o porteiro com o jantar que ela tinha pedido há poucas horas.

Tonton estava atrás dela como uma pulguinha, era sempre assim quando estavam juntos. Quando o pequeno Beaumont nasceu, sua irmã passava por um dos piores momentos de sua vida. Mas ele foi a luz que a fez sair das profundezas, sua razão para viver. Até poderia dizer que tudo isso tinha sido por conta da morte de sua mãe, quando ainda era um bebê de dois anos. Mas estaria mentindo, mal se lembrava de Maria Bethânia. Infelizmente, tinha sido por amor ou o que ela pensava ser amor, já que agressão não é amor.

London Boy • George Russell Onde histórias criam vida. Descubra agora