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"Como é estranho ser humano"- Coisas da Vida, Rita Lee

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"Como é estranho ser humano"- Coisas da Vida, Rita Lee.

Monte-Carlo • Mônaco.

Willow deu um sorriso simpático para os seguranças ao passar pelas catracas, ajeitou sua franja que estava totalmente despenteada enquanto praticamente corria pelo paddock. Uma das coisas que ela mais odiava era estar atrasada, nunca gostou de pessoas que se atrasavam e desde muito nova era sempre pontual como uma britânica. Tinha ficado até às duas da manhã colocando em ordem a agenda dos meninos, todos os compromissos separados por cores e emojis.

- Willow! - Quatro vozes gritaram por ela em uníssono a fazendo pular de susto.

Sua careta se desmanchou ao ver um sorrisinho maroto nos lábios finos de um certo monegasco e ele não estava sozinho na lanchonete da escuderia italiana, ao seu lado estavam Lando, Pierre, Max e George Russell. Um grupo um tanto estranho, não? Willow queria correr deles como o diabo foge da cruz, mas o biquinho charmoso de Charles a deixou com o coração derretido, ele sabia como ganhá-la.

O seu olhar se perdeu nos olhos azuis dóceis do piloto inglês. Willow sentiu seu coração dar saltos ao sentir o calor que emanava das suas írises azuladas, suas bochechas queimaram ao perceber o quão petrificada ficou.

- Senta aqui. - George se pronunciou com a voz rouca, ele se levantou cedendo o seu lugar a ela, o que atraiu olhares incrédulos na direção deles.

A franco-brasileira não se surpreendeu com aquela atitude, George era praticamente um membro da realeza britânica, seus modos eram impecáveis.

- Que gentil, LazyTown.- murmurou ao sentar entre Norris e Charles e beijar-lhe as bochechas. - Bom dia meninos e tilápia, vocês precisam de alguma coisa? Tô mega atrasada.

Willow sentiu seu corpo estremecer e os seus ossos virarem geleia ao sentir as mãos fortes do piloto britânico em seus ombros, como se estivesse a protegendo de alguma coisa. Engoliu em seco sentindo um calor em seu ventre, assim como em todo o seu corpo apenas por sentir o perfume amadeirado dele.

- Só queríamos ser agraciados com a sua beleza, gata.- Gasly disse sorridente a fazendo revirar os olhos.

- Você já foi agraciado com ela durante um bom tempo, Gasly. - A franco-brasileira abriu um sorrisinho maroto, arrancando risadas dos demais - Se isso é um pedido para voltarmos, esquece. - brincou desajeitadamente com os dedos. - Figurinha repetida não completa álbum, anjinho.

- Uma dúvida que me atormenta. - A voz do piloto da Red Bull chamou a atenção de todos. - Qual é o motivo das suas relações sempre durarem no máximo três meses? É algum tipo de promessa ou superstição? - o sorriso irônico nos lábios dele a deixaram irritada. - Dizem por aí, que é superstição.

Willow sentiu seu corpo tremer e suas bochechas corarem. Estava sem reação alguma, quase petrificada, tentou abrir um sorriso mas não conseguia, aquilo doía como uma ferida exposta que continuava a sangrar, as lágrimas começaram a se formar nos seus olhos. George conseguiu acalmá-la enquanto massageava os seus ombros, ele suspirou pesadamente.

- O que isso afeta a sua vida, Max? - George a defendeu, sua voz saiu grave e visivelmente irritada. - Você deveria estar cuidando das fofocas sobre o seu relacionamento com o Checo.

Ficaram em silêncio desconfortável por alguns segundos antes de Max suspirar pesadamente e se levantar da mesa em um movimento rápido, todos olhavam atentamente para ele. Beaumont sentiu seu cérebro dar um nó, geralmente o inglês ajudava a perturba-la e não a defender.

- Me desculpe pela grosseria, Willow. - Deu um sorrisinho amarelo. - Fui um babaca.

- Foi mesmo - a voz da assessora soou trêmula. - Dessa vez passa, baiacu.

Conversaram por mais dez minutos antes do piloto da RBR, ter que se ausentar por causa dos compromissos.

- Você está bem? - A voz serena do monegasco a deixou um pouco mais calma. - Ele foi ridículo, gatinha.

- Eu estou bem. Já me aconteceu antes, não precisam se preocupar.

- Um babaca isso sim. - Pierre segurou a mão livre da franco-brasileira a acariciando levemente, um sorriso relaxado brincou nos lábios dela. - Você é incrível, Willow.

- Isso nem me afeta mais. - pegou sua bolsa no chão. Esperava que sua mentira tivesse colado.- Realmente eu preciso ir, Lewis tem compromissos daqui a pouco. Você vem, George?

Seu olhar cruzou com o dele. Um friozinho na barriga a atingiu por inteiro, seu corpo tremeu pelo arrepio forte que a atingiu. O inglês se levantou e caminhou em sua direção, Willow beijou a bochecha dos pilotos antes de sair às pressas da lanchonete. Estava grata pela atitude de George em defende-la de algo que ele nem sabia como tinha começado ou terminado, mas a vergonha dominava seus sentindos naquele momento. Ficaram em silêncio durante todo o trajeto até o hospitality da Mercedes, Beaumont cumprimentou todos e foi para a sua mesa.

Fechou a agenda segundos depois sem conseguir raciocinar direito, as palavras do Verstappen ainda pairavam em seus pensamentos, as lembranças ridículas do passado ainda a machucavam como uma faca perfurando seu coração. Sabia que ele não tinha feito por mal, era uma dúvida que provavelmente pairava sobre todos que a conheciam. Isso a deixava desconfortável imaginando o que se passava na cabeça das pessoas.

Se assustou ao ver um copo de café fumegante em sua frente, não precisava se virar para saber quem era. Seu perfume inebriante a deixava tonta, fechou os olhos ao sentir os dedos gentis em seus cabelos.

- Você ficou abalada e não adianta negar, docinho. - George se inclinou beijando levemente a bochecha dela. Seu coração bateu tão alto que ela não duvidou que o piloto estivesse escutando.

- Obrigada por tudo, Georgie. - Suspirou pesadamente ao fitar aquelas írises tão azuis. Ele abriu um sorriso animado, tão bonito.

- Seu sorriso já é o meu agradecimento.

Ficaram em um silêncio confortável enquanto a assessora bebericava seu café enquanto ele a observava. Toto Wolff os chamou para uma reunião de última hora, ele falava sobre os treinos livres que logo iriam ocorrer, as estratégias, entre outras coisas. Mas os pensamentos da franco-brasileira estavam longe, ainda conseguia sentir as carícias em seus cabelos, dos lábios quentes em sua bochecha, da estranha sensação de aconchego que George a proporcionou em minutos.

Se assustou ao vê-lo estalando os dedos na frente dela a fazendo soltar um grito assustada, chamando a atenção de todos na sala.

- Você tá bem, Maria? Parece pálida.

Sua voz grossa tinha um tom de preocupação, as bochechas dela estavam coradas como tomates. As mãos do piloto seguravam seu pulso, a fazendo se arrepiar.

- Estava ótima! Até ouvir sua voz, LazyTown.

Disse impaciente arrancando risadas da equipe, George bufou soltando o pulso dela.

- Não se pode ser gentil com você, não é? Sempre é a mesma grosseria.

Beaumont lhe deu um breve empurrão com os ombros o fazendo tombar para o lado, quase caindo em cima de Lewis.

- Isso não é gentileza, é perturbação. Não pode me ver em paz, credo!

- Calem a boca, pelo amor de Deus!

Brandou o chefe de equipe os fazendo voltar a prestar a atenção nele. Willow ainda sentia seu sangue ferver, só não sabia se era de irritação ou pelo contato com o inglês. Aquilo a intrigava.

London Boy • George Russell Onde histórias criam vida. Descubra agora