Eu gostei dela.

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Escrevi enquanto chorava pelo Brasil, nada de novo sob o sol.
Me deixem feliz votando e comentando ou chorem comigo por esse final doloroso da copa pros brasileiros.

Enfim, boa leitura ♡

Me levantei bem cedo, mesmo tendo fechado os olhos exatamente duas horas antes de acordar, eu me sentia satisfeita com poucas horas de sono, diferente de Enid que penteava seus cabelos enquanto choramingava.

  Mãozinha a ajudava com dedicação, passando corretivo embaixo de seus olhos, onde uma leve cor cinza aparecia.

  Eu assistia aquela cena sem esboçar qualquer reação, mas algo em meu subconsciente podia alegar com veemência que aquilo era extremamente fofo, além de hilário.

  O sofrimento de Enid não era capaz de me mandar em êxtase, mas sabia como melhorar notoriamente meu humor.

— Você me faz sentir pena. — murmurou a garota Addams, deixando o canto de sua boca se levantar levemente.

— Eu também estou sentindo pena de mim mesmo, mas dizem que Frankstill é um amor de pessoa, não vai nem ligar pro meu estado ter-ri-vel! — meu corpo se colocou rapidamente em alerta quando Enid pronunciou aquele nome.

  Eu tentei esquecer qualquer resquício de informação da noite anterior, mas eu era muito obstinada, obcecada e curiosa para deixar o nome daquela mulher e aquelas advertências da parte de Xavier, escorrer por entre meus dedos.

  Eu iria as segurar forte e faria isso com a ajuda de Thorpe, fundamentalmente.

— Bom dia, meninas. — Uma mulher alta, cabelos médios e castanhos escuro entrou no quarto sem bater na porta.

  Ela usava um vestido justo que terminava pouco acima de seus joelhos. A cor que parecia pertencer a ela era com certeza era o verde musgo. Seus olhos verdes realçavam, junto de suas vestimentas, as únicas cores diferentes em seu corpo, além da pele: Um batom vermelho sangue e seus cabelos castanhos.

  Seu pescoço estava circundado por um colar elegante de cobra, porém o material me parecia muito com as cascavéis que eu costumava caçar e preparar junto de meu pai.

— Sou a senhora Ardemia Frankstill, a nova mãe do dormitório. Irei introduzir algumas regras para nossa casa, medidas de proteção mais rígidas depois dos últimos acontecimentos... Enfim, iremos tratar de tudo isso hoje a tarde, durante o café que organizei com todas minhas meninas. A presença é obrigatória.

  Ardemia Frankstill me parecia a pessoa mais normal do mundo. Um pouco excêntrica e talvez narcisista. Tinha personalidade forte e adapta para ser imposta a todos ao seu redor.

  Todas essas características me faziam quase querer sorrir, pois sua figura era admirável e muito parecida com a minha em alguns aspectos, mas como eu me conhecia bem e podia analisar minha espécie com olhos críticos e objetivos, consideraria a perfeita ideia de me manter com um pé atrás.

  Isso era plausível, assim como a possibilidade de eu virar uma assassina compulsiva em uma cidade de pessoas estupidas e alienadas. Seria sempre o lugar e a situação a me moldar.

— Nada de perpetuar brigas ou... Relações intimas exagerosas e que possam ser vistas por mim. Avisem a todos, principalmente aos vampiros que ficam se mordendo nos cantos da escola. — a senhora Frankstill se recompôs imediatamente, olhando de maneira séria para mim e para Enid.

  Depois de suspirar profundamente, ela se retirou do recinto.

— Eu gostei dela. — disse, pegando minha mochila onde já se encontrava dentro alguns livros, objetos para emergência como uma pequena faca, e obviamente o Mãozinha.

A Metamorfose [Wandinha e Xavier]Onde histórias criam vida. Descubra agora