🍊. shoyo hinata

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•°‘ BRAZILIAN VICTORY! ’°•

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•°‘ BRAZILIAN VICTORY! ’°•

⚽ | Onde, ao ir ver o jogo do Brasil e da Croácia, você conhece um japonês com medo de falar português.

⚽ | Onde, ao ir ver o jogo do Brasil e da Croácia, você conhece um japonês com medo de falar português

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— Foi mal garoto, mas não consigo te entender — você observa a pequena troca entre um dos funcionários do bar e um asiático ruivo com certo interesse — Eu. Não. Te. Entendo.

— Ahn, moço... — o ruivo tenta formular uma frase coerente, mas as palavras parecem ter sumido.

— Oi, eu percebi que você não é brasileiro, posso te ajudar? — você pergunta em inglês, não querendo supor que ele é japonês somente pela aparência.

— Ah, finalmente alguém que não fale só português! — ele exclama — Eu quero saber quando o jogo de futebol do Brasil começa. Estou sem relógio.

— Começará em breve, faltam dez minutos — você responde depois de consultar o telefone.

— O-obrigado — a resposta vem em um português exitante, e logo ele continua — Meu nome é Shoyo Hinata, e é um prazer conhecê-la.

— Oi, Shoyo! Me chamo [Nome], também é um prazer conhecê-lo — você responde usando português, mas logo retorna ao inglês por não saber se ele conseguiria compreender — Você está sozinho? Pode se sentar comigo para ver o jogo, se quiser.

— Se não for te incomodar, eu adoraria.

— Imagina, estou sentada ali — ele o segue até uma mesa encostada na parede com uma visão ótima da televisão — Pode se sentar ao meu lado, assim da para ver o jogo melhor.

— Obrigado — Shoyo mistura os dois idiomas conforme fala, o que faz você achar uma gracinha o esforço.

— Então, de onde você é?

— Japão, eu sou jogador de vôlei da liga nacional japonesa, e estou tirando umas férias aqui em São Paulo — dessa vez, a resposta vem totalmente em português — Desculpa pela minha pronúncia, estou tentando usar as aulas de português que tive, mas quando fico nervoso fica um pouco... Como se diz? Ah, enrolado!

— Está tudo bem, podemos conversar em inglês, se for melhor para você.

— Na verdade, meu inglês é um pouquinho pior que meu português — você ri com a fala — Mas preciso treinar se quiser melhorar, então peço que perdoe meus erros.

— Relaxa, está tudo bem! Você veio para o Brasil sozinho?

— Sim, eu queria ter trazido meus amigos mas acabou que nenhum deles tinha espaço na agenda. Acho que esse é o mal de só ter amigos jogadores — ele ri, mas seu olhar parece melancólico.

— Não sei se isso é exatamente ruim, todos seus amigos são famosos.

— Isso é verdade, onde quer que eu vá, sempre vejo os rostos deles. Mas isso também só aumenta a saudade — Hinata suspira antes de um lapso de ânimo cruzar seu rosto — Mas, me fale sobre você. Desculpe, só fiquei falando sobre mim mesmo sem parar, isso é tão... Ahn, deselegante!

— Pare de pedir desculpas — você ri — Eu moro aqui, em São Paulo, desde que nasci. Estava planejando ver esse jogo com meus amigos, mas eles também estavam ocupados, então só vim para o primeiro bar que encontrei aberto e que não estivesse superlotado.

— Bem, parece que nós dois estamos solitários hoje.

— Sempre imaginei que ninguém conseguiria se sentir sozinho numa cidade cheia de pessoas animadas pelo mesmo motivo, mas veja só, refutei meu próprio argumento.

— Acho que uma vitória no futebol serve para animar alguém — Hinata diz — Eu adoro as camisetas que vocês tem aqui, tipo, vinte reais numa camisa idêntica a original? Não temos isso no Japão.

— Eu não diria exatamente idêntica — você ri quando vê que o símbolo da seleção é ligeiramente diferente do que deveria ser — Você quer pedir algo para comer? O jogo começou.

— Oh, é mesmo! Eu não tinha percebido ainda, foi mal — Shoyo resmunga — Você gosta de batata frita?

— É claro que eu gosto de batata frita! — a pronúncia de Hinata com seu sotaque tornava as palavras engraçadas, mas era possível compreender o sentido de tudo que ele dizia — Vou pedir uma porção com cheddar e bacon, você vai gostar.

O jogo fica em segundo plano quando você e Hinata mantém uma conversa animada não só sobre futebol, mas também sobre as diferenças na cultura, locais históricos a se visitar em São Paulo e até acabam trocando contatos pelo Instagram. Quando você começa a segui-lo, percebe que ele não é só um jogador de vôlei nacional no Japão, ele é super famoso e um dos melhores atualmente no cenário mundial.

— Eu vim para o Brasil por que sabia que o Japão não tinha chances de vencer a Copa, mas ver o Brasil perder me deixa triste — você tem quase certeza que ele está prestes a chorar — Aí! Agora quero aprender a jogar futebol.

— Acho que você deveria se contentar em ser o melhor no vôlei — você diz, dando alguns tapinhas em suas costas — Estou decepcionada, mas pelo menos não vi o jogo sozinha.

— O Brasil perdeu a chance do hexa, mas eu fiz uma amiga! — Hinata sorri — Acho que valeu a pena, de qualquer forma.

— Se você precisar de alguém para passear por São Paulo, sabe onde me chamar.

Você nunca deu muita atenção ao vôlei, mas talvez devesse trocar os jogos de futebol para ver mais vezes. Principalmente os da equipe de um certo ruivo.

Quero declarar minha imensa tristeza com a chance de ganhar o hexa indo pelo ralo, mesmo 1 ano depois desse jogo

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Quero declarar minha imensa tristeza com a chance de ganhar o hexa indo pelo ralo, mesmo 1 ano depois desse jogo.

Amo o conceito de ver futebol só de quatro em quatro anos por causa da copa, mas acontece né!

Espero que tenham gostado, não esqueçam de votar e comentar o que acharam! Até o próximo capítulo 💗

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