O início de um dia não tão normal

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Para meu irmão, que já compartilhou esse mundo comigo.

{Dois anos atrás...}

Já era à noite quando tudo aconteceu. Minhas mãos ainda latejavam pela força que usei, e meus braços estavam todos cortados graças à batalha.

- Hesitando? - provocou-me meu adversário - Sua covarde!

Isso foi tudo o que ouvi antes que ele me golpeasse.

Tentei me defender, mas minhas mãos tremeram com o peso da espada.

Eu estava atordoada, meu corpo inteiro estava trêmulo, meus dentes trincando com o vento forte de inverno.

Ele atingiu minha nuca.

Tudo ficou escuro.

E eu não ouvi mais nada.

{De volta ao presente...}

Eu estava em um quarto escuro, com apenas um fiasco de claridade vindo da porta. Não sei como, ou o que, mas eu simplesmente sabia que não deveria ser aberta, mas algo chamava pelo meu nome do outro lado. Eu me aproximei, e então ouvi:

-Pacífurr, por que está tão acanhada?

- Quem é...

- Venha, vamos conversar!

Eu atravessei a porta e me deparei com uma guilhotina, então parei ali. Mas algo me empurrou para perto, como se eu devesse morrer, e minha cabeça foi encaixada embaixo da lâmina. A voz falou novamente:

-Onde está Nork'yah?

- E-eu não sei quem é Nork'yah, e nem quem é Pací...

- Tsc, tsc, tsc... eu realmente não queria fazer isso.

Ouço uma corda ser solta. A lâmina desce pelo meu pescoço, e...

Eu acordei. Foi tudo um pesadelo.

Sempre tive uma vida normal, de uma garota normal, em um mundo normal, com amigos normais, até que um dia tudo aconteceu...
Eram 07:00 quando eu estava me arrumando para ir para a escola. Minha escola era muito rígida e complicada, então sempre costumo acordar cedo. Porém nesse dia eu me atrasei, e acabei saindo mais tarde.

{•••}

-Filha, seu café está pronto!- disse meu pai, com sua blusa vermelha, sua calça jeans, e seu casaco xadrez azul. Seus cabelos grisalhos estavam despenteados.

- Obrigada pai. - respondi.

Nesse instante meu pai pegou uma xuxinha de uma das gavetas da sala, e começou a amarrar meus cabelos castanhos.

Morávamos em uma casa pequena, em Portland. Tínhamos uma vida meio complicada, já que éramos pobres. Meu pai fugiu junto com a minha mãe de uma crise econômica no México. E antes que pergunte, não, ninguém aqui me respeita por eu ter origem mexicana.

- Vamos nos atrasar! - disse meu pai. Mas claramente estava despreocupado.
Enquanto tomava meu café, olhei de relance para os quadros de minha mãe nas estantes. Nesse mês faria nove anos desde que ela se foi...

- Sinto saudades... - minha voz vacilou. Meu pai sempre dava seu melhor para me sustentar, mesmo em nossa situação. Ele trabalhava duro como entregador de pizza, só para termos como nos sustentar. - Sinto falta de minha mãe...

- Oh, minha filha, não fique assim. Ela deve estar muito orgulhosa de você agora.

- É... Deve estar

Nesse dia seria um dia especial, pois eu seria apresentada na escola como melhor artista de minha escola! Era como ganhar um prêmio, tipo "Garota de dezesseis anos ganha medalha de artista, e sabe qual é a novidade? ELA TEM SANGUE MEXICANO!" Sim, com certeza seria isso. Nunca soube o porquê, mas eles odeiam gente de cor. Eu era parda, então nunca me encaixaria nesse negócio de "americanos" pois a grande maioria era branca, e não gostava muito de gente com o mínimo de cor. Um bando de frescurentos, né? Uma vez tacaram farinha em mim no meio do colégio para me deixarem branca, só para me irritarem. Bem, a surra que levaram em seguida foi bem merecida. Nem sabia que tinha aquela força toda.

- Vou te esperar no carro, Aurora. Não demore muito, estamos atrasados.

- Tudo bem pai. Não vou demorar.

Depois disso, fui ao meu quarto, coloquei o uniforme da escola - uma calça azul, uma blusa branca com o desenho de uma rosa, o emblema da escola no peito, e o casaco, com a mesma rosa branca no peito - e fui para o carro.

Seguimos o caminho inteiro calados. Estavamos quase chegando, quando o meu pai parou no semáforo.

Então do nada uma mulher com um capuz roxo começou a encarar a gente. Ela sorria com um sorriso de escárnio. Sua pele era tão pálida como as nuvens. Seu cabelo era negro, diferente de seus olhos belos e azuis. Ela tinha uma face linda. Era tão juvenil quanto uma atriz, e tão bela quanto o Central Park em Nova York.

[Ei, não me julgue por ter comparado a beleza dela com uma cidade, eu realmente não sei com o que associar.]

Ela estava atravessando a rua, mas quando pisquei, ela sumiu como se nunca tivesse existido.

- Pai, o senhor viu aquela mulher?

- Que mulher?

- Aquela no meio da rua... Deixa pra lá, deve ser coisa da minha cabeça.

Seguimos o resto do caminho, então chegamos em minha escola.

- Tchau pai, te vejo depois!

- Tchau minha filha! Te amo!

E assim, fui para a escola.

Oi genteee! Passando aqui só pra avisar que essa é a história atualizada, para vocês lerem com uma experiência um pouco melhor. Obrigada por ler até aqui! Não se esqueçam de comentar bastante o que acharam da história, nem de adicionar à biblioteca. Obrigada!!!

Mestres dos Poderes e a Vingança dos Antigos Onde histórias criam vida. Descubra agora