Volto à minha terra natal

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Magnus Tree, um mundo fantástico com elfos, trolls, orcs, dragões e fadas. Um lugar repleto de magia e maldições, bruxas e humanos. Lugar de árvores gigantes, e que o céu é roxo à noite. Dimensão que dragões cospem fogo, e a tecnologia é inexistente. Minha terra natal. Lugar onde nasci. Onde adquiri meus traumas e bens. Onde passei minha infância até os catorze.

Atravessamos o portal, e entramos bem no meio do castelo, onde viviam as pessoas mais importantes. Isso era TERRÍVEL. Eu nunca gostei de ir lá, pois poucas dessas pessoas com "dons" iam para alguma batalha. E essas poucas que iam, eram MUITO parabenizadas, pois eram vistas importantes para Magnus Tree.

Mas dessa vez, estava pior. Eles estavam se aproximando de mim, perguntando se eu estava bem, e vários outros cochichavam entre si "Ela está viva!" Ou "Ela voltou!" Era estranho para mim, pois nunca gostei de muita atenção. E ainda mais agora, que eu tinha acabado de recuperar minha memória, isso era estranho. Vi Dylan, o irmão mais novo de Thomas (Thomas tinha dezoito anos, e Dylan dezesseis) escorado na parede olhando para nós rindo. Tive vontade de matar ele, mas não podia. Ele era além de tudo, irmão de Thomas. Ele nunca mais iria nem olhar na minha cara.

[Não que isso seja um problema, mas acho que você entendeu.]

Dylan veio até nós, meio confuso, acho que por eu estar viva, ou por aquele dia. Bem... Deixa pra lá. O que importa é que ele correu quando me viu e me abraçou forte. Quando ele soltou, ele disse:

- Aurora! - disse Dylan, com um sorriso bobo - Ah, me desculpa. Queridinha! Você está viva! Está tudo bem? Por que sumiu esse tempo todo? Estive preocupado! Nossa, você mudou muito...

Ele não terminou a frase. Seja lá qual era a pergunta que ele ia fazer, não fez.

- Ei, está tudo bem. - falei - Eu estava tendo problemas com memória...- Expliquei para ele tudo o que aconteceu.

Ele me olhou de cima a baixo, fazendo-me sentir desconforto.

-O que foi? - perguntei, seguindo seu olhar por mim mesma. - Estou com uma mancha na roupa? Perdeu algo em mim? - rapidamente, ele elevou o olhar, contemplado meus olhos, com um sorriso envergonhado e com rubor nas bochechas.

- Você esqueceu de... crescer?!

- Idiota. - revirei os olhos. - Você não mudou nada.

- Que bom, né? Já pensou se eu ganho um olho a mais bem no meio da testa?

- Ficaria mais horrível do que já é. - não, ele não era horrível, era só eu tentando abaixar sua autoestima inabalável.

- Não, i'm so perfect. - viu? Convencido até demais!

- Até fala em inglês pra enfatizar o quão belo e perfeito você é.

- Não precisa dizer, eu sei que além de belo e perfeito sou bilíngue.

Dylan era meu amigo mais próximo. Por mais que fosse irritante às vezes, era uma das pessoas mais especiais para mim do outro mundo. Ele era bem diferente de Thomas. Ele tinha cabelos castanhos-claro, mas os olhos eram iguais aos de Thomas. Eu achava os olhos deles bonitos, mas nunca tinha comentado. Seria estranho. Ele tinha a pele morena, como a minha. Já Thomas, era branco. Ele estava usando uma camisa preta, sua jaqueta marrom e uma calça jeans (uma roupa provavelmente vinda do outro mundo). E como todo o mundo, o colar de couro. Todos os que vinham desse mundo usavam o mesmo colar para se identificar no outro mundo. Era como um sinal, se alguém fizesse um "ritual" e o jogasse na água salgada o colar guiava para o lugar desejado. Mas só podia usar uma única vez. Ele tinha a personalidade de uma criancinha, mas sabia ser sério e responsável quando precisava. Confesso que já senti certa atração por ele quando éramos crianças, mas prefiro não falar sobre isso. Thomas praticamente nos criou, mesmo sendo apenas dois anos mais velho, então ele sempre foi o mais responsável entre nós três. Dylan era o que agia sem pensar, fazia piadas sem graça, e que tinha ideias loucas, que por algum motivo davam certo. Ele tinha uma personalidade bem específica, que eu nunca encontrei em ninguém.

Mestres dos Poderes e a Vingança dos Antigos Onde histórias criam vida. Descubra agora