Chainsaw Man - Coletânea de One-Shots Denji X Power

Sangue para todos os lados

– A Power não me parece muito bem ultimamente, Denji. Diria que ela anda meio deprimida. Você sabe algo sobre ?

Makima refere-se a mim essa pergunta ao passo que eu desviava o olhar para a esquerda a fim de não encará-la nos olhos. Obviamente, eu sabia o porquê da Power estar deprimida: ela não consegue me fazer ser dela. Todo dia isso, cara. Eu já não consigo viver sem passar um dia em que ela não beba meu sangue. Se eu não fosse um meio-demônio, já estaria morto por causa da anemia ! Mas; contudo; porém; todavia, ela aparenta ter cansado de me atormentar ultimamente. Confesso que estou um pouco surpreso também, ainda mais quando se trata da Power. Certamente, a senhorita Makima iria querer saber o motivo dela não estar mais vindo mais para a agência.

– Digamos que ela está com "depressão". - respondo.

– Hum ? Um demônio com depressão ? - Makima interroga.

– Acho que podemos dizer assim. Depressão é o "bagulho" de estar profundamente triste com algo a ponto de não querer fazer mais nada.

– Entendo o significado da palavra, Denji. Mas quero saber por que ela está com depressão. Pode me responder ? - Makima falava tão calmamente e sonoramente bem que até parece que eu estou sendo controlado.

– AH-ah... Sim ! É que ela quer que eu seja seu escravo sexual.

– Power está tendo desejos sexuais ? Isso não é comum entre os demônios. - Makima olha nos meus olhos com um olhar penetrante. - Se é isso que ela quer e se isso é o único jeito dela voltar a trabalhar, então faça o que ela desejar.

– Hân ?? Ma-mas...

– Denji, você sabe que se ela não voltar a trabalhar, ela será considerada um demônio para se eliminar, certo ?

– Eu sei ! É que... e a nossa viagem juntos para Kyoto ?

– Quanto antes você conseguir colocar a Power de volta nos trilhos, iremos para a viagem

Legal, agora eu vou ter que adiar a viagem com a Makima por causa da Power. Estar nervoso é um eufemismo para a sensação que estou sentindo agora. Dentre todas as coisas do mundo, Power é a pessoa - ou o demônio no caso - que me faz ficar louco por quaisquer besteiras que ela faça. Sempre sobrando para mim no final das contas.

– Power ! Você é realmente um demônio na minha vida ! - exclamei enquanto entrava na nossa casa.

–...

Lá estava ela, sentada de frente no sofá. Vendo a famigerada TV que nunca passa nada de bom quando eu vou assistir. Ela estava usando o clássico short jeans e a camisa vermelha de quando ela veio pela primeira vez na casa do Aki. Além disso, usava como uma coberta o cobertor da minha cama em cima de sua cabeça e colecionava potes de sorvete ao redor do sofá e do chão. Seus olhos me pareciam bem tristes por sinal. O miauzinho aparenta estar dormindo em um dos "valões" do sofá. Realmente, essa cena parece que foi retirada de um filme clichê em que se precisa mostrar o "fundo do poço" de alguém.

– Tá viva ae, depressiva ?

– Vai embora... - dizia Power com uma voz baixa e rouca enquanto permanecia o olhar fixo na televisão.

Tá, eu admito: sinto-me um pouco triste por ela. Mas não a ponto de me fazer querer fazer "coisas" com ela por causa do sentimento de culpa. A única coisa que ela quer é chupar o meu sangue enquanto que se fantasia seu desejo sexual nisso.

– Você será caçada se continuar a parar de ir à agência.

– Eu não ligo... - dizia ela novamente com uma voz baixa e rouca e com o olhar vidrado na TV.

Já estava de saco cheio com esse drama barato de filme romântico. Uma determinação do além desceu sobre mim. Eu só quero acabar logo com isso o mais rápido possível. E se for preciso abraçar o demônio para que isso aconteça, que assim seja feito. Com passos firmes, vou até a Power.

– Humm....? - Power olha confusa, de baixo para cima em direção a mim que estava em pé na frente dela.

– Se isso vai me fazer ir para aquela viagem com a Makima, então que seja !

Brutalmente, pego o cobertor da Power e jogo-o para longe. Antes que ela pudesse reagir, pego-a pela cintura. Em seguida aterrizo ela deitada no sofá e me coloco por cima daquele demônio que inferniza a minha vida. Por causa dos atos rápidos e repentinos, o Miauzinho acabou fugindo de susto. Ainda bem, pois ele não vai querer ver o que está prestes a acontecer agora.

– Parabéns, Power. Você conseguiu me irritar !

– Do que você está falan- HÃANN !!

Mordo o ombro da Power com vontade. Sangue começa a jorrar dali. A cada segundo, seu sangue, de ácido e amargo, vira doce e meloso. Sinto suas pernas se envolverem em minha cintura e suas unhas arranhando minhas costas.

– HÂÂN! TÃO BOM ! DENJI, CONTINUE !!

Ela está gostando. Óbvio, era isso que ela queria. Queria que eu desse prazer a ela. Sinto-me envergonhado por ter perdido essa batalha mental e ter deixado o inimigo me dominar, mas se isso é necessário para ir a uma viagem com a Makima, não me importo.

–SIM ! HÃN ! EU TAMBÉM QUERO !

Sendo pego desprevenido, sou jogado ao chão. Antes de sentir o impacto da queda, como um raio, Power fica sobre mim enquanto mordia e chupava o sangue que jorrava do meu ombro.

– "Dilicsiousou. Seou sanguiei é mairairavilhousou !" - exclamava.

– Para de falar com a boca cheia de sangue, é falta de educação.- digo

Sinto que ela não deixava nenhuma gota de sangue cair no chão. Além disso, sinto que ela está cada vez mais no fundo nas mordidas. Acho que uma artéria se rompeu com o tanto de sangue que está escorrendo. Já estou ficando com a visão embaçada.

– "Vouçer tambiém preiçisar di sanguier !"

Power joga seus cabelos para trás com a mão esquerda e me beija com a boca cheia do meu próprio sangue. Conforme o beijo se intensificava, tive que morder a sua língua para pegar mais de seus sangue para me regenerar, porque se não eu ia morrer de anemia ali mesmo.

-...

Power separa nossos lábios e lambe os seus beiços por conta dos vestígios de sangue que ali se encontravam. Seus olhos pareciam mais vivos, seu sorriso escancarado era evidente. A forma com que ela demonstra a sua felicidade, através do sangue, é muito peculiar. Na sua visão, era o seu ato de demonstrar "amor".

– Acabou ? - pergunto.

– De começar ? Sim !

E ali ficamos chupando e compartilhando o sangue um do outro a noite toda.O chão tinha virado vermelho e as paredes, antes brancas, ficaram com um tom de vinho manchado. Depois dessa noite, Power voltou a ir para a agência, em troca de fazermos isso todas as madrugadas enquanto o Aki estiver dormindo.