Capítulo - 02

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Domingo  - Três meses depois

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Domingo  - Três meses depois

O dia de domingo não é bom, esse dia não me passa uma sensação de conforto de jeito algum, é deprimente, escuro, vazio e frio. Domingo à noite então, nem se fala, nada de bom passa na TV aberta, e para completar hoje, nesse domingo em específico está sem luz, sim, isso mesmo, escuro total. Mas, aí entra uma parte boa.

Falta de luz significa dia da "Cachoeira Musical".

A cachoeira musical, como chamamos, é quando nosso grupo de amigos nos reunirmos na cachoeira da fazenda dos Alexandersen's, escondido obviamente, para fazer o musical ao luar, somente com velas e lanternas clareando o lugar. Nós fazemos isso a anos, toda vez que faltava luz, tínhamos a brilhante ideia de ir à cachoeira, e em uma dessas idas o João Vitor, meu irmão do meio, resolveu levar o violão, e com isso passamos horas e mais horas lá, – quando voltamos para casa já passava das duas da manhã, nesse dia eu e ele apanhamos da mãe –, foi como uma espécie de karaoke a céu aberto, com voz, violão e de brinde, o barulho da queda d'água. A tradição ficou, então, toda vez que falta luz nós vamos para lá, não importa a hora, seja pelo dia ou pela noite.

Eu prefiro pela noite, é mais emocionante.

E hoje é dia da Cachoeira! E é noite!

A Rebeca, uma das minhas amigas, já mandou mensagem avisando que está chegando mais o restante da galera, ao todo, nós somos sete, incluindo o meu irmão e eu. Hoje acho que o João não vai, tem um tempinho já que não falo com ele agora que tá trabalhando, ficou muito ocupado, ele está trabalhando na fazenda. O João é formando em Agronomia, e a três meses quando o senhor Alrek voltou de sua viagem, ele começou a trabalhar para ele, foi a realização de um sonho, atuar na sua área de formação.

Ainda não o conheci pois ele não permitiu que eu ajudasse minha mãe nos afazeres em sua casa, disse que no momento a babá do seu filho que veio mais ele iria ajudá-la no que precisasse, que não queria muitos estranhos na casa, eu entendi, não gosta de pessoas desconhecidas, não o julgo, pelo menos a mãe está recebendo ajuda, é o que importa.

Ela até me disse que ele não é muito de se socializar com os funcionários, às únicas pessoas que ela já o viu conversando foi com o seu filho de 2 anos, a babá e com algumas pessoas ao telefone. O homem continua um completo mistério para a cidadezinha que gosta de uma fofoca, e mesmo após três meses de sua volta, da pra contar nos dedos quantas pessoas já o viram.

Escuto a voz de Alessandra me chamando no portão de casa, termino de pegar às velas e uma caixa de fósforo, o violão do meu irmão e coloco meu celular no bolso da minha calça e vou em direção a eles, meus pais já estão dormindo e o Caio também, como eles já sabem onde nós vamos, não preciso avisar.

Chegando lá fora encontro a Rebeca, a Alessandra, o Luís, o Carlos e o Gustavo. Somos amigos desde crianças, sendo esses três primeiros amigos meus e os outros dois do meu irmão, e sim, eu namoro o amigo do João Vitor.

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