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Respirei fundo tentando me acalmar eu queria escolher as palavras para não piorar a situação

- você poderia ter dito apenas que queria só ficar comigo que queria transar comigo, essa manhã toda fiquei me perguntado o que houve o que aconteceu ou até mesmo oq eu fiz !mais eu sei que não fiz nada, que não errei... e que não tenho culpa de seus atos fúteis- digo segurando minhas lágrimas

-eu não acredito que você acha que pode invadir meu escritório e achar que pode me cobrar alguma coisa -agora ele gritava tão alto que encolhi meus ombros um pouco

-eu não posso acreditar que tudo que vivemos foi uma brincadeira- falei em um sussurro

-isso mesmo Maiara,você acreditou que eu fosse bonzinho por que eu não sou... não sou o mocinho dos seus livros eu sou mau -deixei ele falar deixei que ele me humilhasse - e sabe o que me deixa mais irritado-balanço a cabeça em negativo ele vem em minha direção- o que me deixa mais irritado Maiara é que eu avisei eu te falei certinho como seria as coisas então não entendo o motivo desse teatro todo Sr Pereira, antes de entrar gritando e atacando coisas, você deveria primeiro bater na porta e pedir licença eu não sou seu amigo e muito menos seu namorado para você ter tamanha intimidade

Uma enxurrada de choro tomou conta de mim vou em sua direção e começo a estapealo o mesmo me imobiliza me impedido de continuar a lhe bater
Ele merecia....

-desculpe Maiara se você acreditou em tudo isso, mais pra mim não dá, Almira tem todos os seus defeitos mas sempre estará comigo seja pelo dinheiro ou não , ela me ama ,eu fico com várias mulheres até enjoar e você vai voltar pra mim como sempre faz, e já aviso não espere que eu seja bonzinho que eu não vou ser e você sabe das minhas reais intenções sempre soube- me solta e saio praticamente correndo do seu escritório, vou até meu quarto e me encolhi na cama escondo o rosto nas mãos e comecei a chorar Fernando foi totalmente diferente daquele homem que me entreguei ontem, lógico que eu não devia esperar demonstrações de carinho mas as palavras dele cortaram meu coração eu fui entrando em seu escritório achando que podia lhe cobrar alguma coisa ele estava certo de brigar comigo

Uma enxurrada de pensamentos e tristeza tomou conta de mim,eu queria saber administrar tudo aquilo más era demais e a primeira coisa que conseguir foi me arrastar o meu quarto e chorar até pegar no sono

A sexta amanheceu chuvosa,a vida ao redor de mim também parecia um caos, levantei quase caindo da cama e fui em direção ao banheiro me arrastando pra fazer minha higiene matinal,tomei um banho demorado e assim que terminei fui até o closet, vesti uma calça jeans escura,justa ,com alguns rasgos e uma blusa azul de manga soltinho e nos pés os meus coturnos pretos, peguei minha mochila desço as escadas indo em direção a cozinha vejo a mesa posta Fernando e minha mãe estavam sentados um do lado do outro ,traçando carinhos. Arg! Me aproximo e sinto e o olhar deles sobre mim, sento-me de frente para ambos e sirvo me de um copo de suco e algumas torradas

-Bom dia Maiara,essa foi a educação que eu te dei?- minha mãe pergunta

-bom dia-respondo fazendo pouco caso

-então queria o motorista não ira poder te levar hoje ,o Fernando pode te levar no seu colégio- sugere

-não obrigado, vou de ónibus mesmo- pego minha mochila e saio

Suspirei pesadamente, me contentando de que iria pegar o busão , melhor do que estar com aquele estúpido, grosso...

Dei uma leve arrumada no cabelo e saí de casa passo pelos seguranças que me comprimeta seriamente ,logo chego no ponto de ónibus ,esperei pacientemente o ónibus chegar e assim que chegou entrei logo e uma multidão apareceu atrás de mim pedindo pra me passar logo pela catraca que povinho chato ,um empurra-empurra danado entre as pessoas apressadas pra entrarem

-cara vocês não tem desodorante em casa não? -eu disse já impaciente tapando meu nariz

E a cada parada entrava mais pessoas eu estava espremida e praticamente sem ar

-chega pra lá aí o bolo fofo- digo empurrando o homem gordo que estava com aquela pança enorme me apertando mais ainda

-me chamou de que mocinha?-disse irritado

-isso mesmo rolha de poço todo mundo sabe qui que você está tomando conta da metade do espaço do ónibus ,então chega pra lá que eu preciso respirar- digo já gritado e ele fecha a cara e a contra gosto se afasta

Depois de 15 minutos cheguei no colégio, logo ouço o sinal tocar me tirando dos meus desvaneios assim que entro na sala avisto alguns nerds lendo , e o grupo dos "fodões" que estavam cochichando e apontado pra mim e avisto Maraisa e vou em direção a minha carteira que fica logo atrás dela

-que cara é essa amiga? Tá acabada em- Pergunta rindo reviro os olhos

- tive que vim de ónibus- ela gargalha

-percebi, estava pensando que poderiam ir ao shopping amanhã o que acha?

-concordo por que essas suas roupas parecem sacos de dormir cheios de broches- dou gargalhadas

-Hey ,não fala assim das minhas roupas elas são super estilosas
Logo ficamos em silêncio

-pode falando -ela estala os dedos na minha frente e ficou aguardando eu falar

-falar oque?- faço me de desentendida

-Maiara algo me diz que você não está bem vejo que alguma coisa está errada- fala me avaliando

-sim ,aconteceu alguma coisa-respiro fundo Maraisa era uma amiga que eu tinha eu realmente precisava desabafar ou ia ficar depressiva

-então...- ela aguardava
pacientemente

-você sabe que eu me mudei recentemente pra cá pra morar com minha mãe e meu "padrasto"- dou um ênfase no padrasto

-claro...aliás seu padrasto é um pedaço de mal caminho ,com todo respeito a sua mãe- ela se inclinou mas na minha direção e de repente seus olhos assumiram um brilho travesso- mais o que tem?

-eu e meu padrasto a gente... é...- faço gestos com as mãos pra que ela compreendesse

-aí meu Deus- a expressão dela era assombro- como isso aconteceu? -agora ela mordia o canto interno da bochecha e me fitava com os olhos arregalados que logo tinha me arrependido de ter contado

-não sei explicar aconteceu né , e rolou mais que alguns beijos-digo tapando meu rosto com as mãos

-O QUE!?-ai merda- você tran...-eu tive que pegar em seu braço pra ela se dar conta da onde estávamos

-você transou com seu padrastro?- agora sua voz era um sussurro

- transei sim,e antes que você possa me julgar, eu quebrei a cara mesmo no outro dia ele me dispensou disse que tudo o que aconteceu foi um erro-suspirei ao lembrar de seus olhos e sua boca

-pelo amor de Deus Maiara , ele é seu padrasto é esposo da sua mãe, como você vai olhar pra eles todos os dias como se sente com isso?

-estou me sentindo um lixo,não tem como voltar atrás simplesmente já não tem mais volta e apreciaria muito se você não me julgasse - minha voz sai fria olhei-a de canto de olho

-tudo bem-levantou as mãos em sinal de rendimento

O professor de Geometria entra na sala....
Desligo me completamente do mundo real e perco me nos pensamentos o sinal toca mal percebo que já tinha de passado o recreio e já estava na hora de ir embora. Saio do colégio com a Maiara peguei seu olhar algumas vezes, peguei seu olhar apreensivo me virei pra ela e peguei em seu braço

-você quer me falar alguma coisa Maraisa ?

-na verdade quero sim-ela encarou a própria mão algumas vezes e depois de respirar fundo começou a falar

Meu padrasto Onde histórias criam vida. Descubra agora