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Já era noite e estávamos sentados de frente a uma fogueira, minha mãe estava sentada ao lado de Fernando o abraçando e eu estava do outro lado da fogueira os observando com ciúmes.

Minha mãe está rindo pra ele e o beija na bochecha, eles estão bem próximos e ela fala alguma coisa muito engraçada no ouvido dele que ele gargalha, eu fico vermelha de raiva,eu queria ir lá tirar satisfação, más ao mesmo tempo me sinto idiota.

Tenho algo a fazer? Posso Falar algo? Devo falar algo? Eles são um casal eu só sou só a outra.

É muito complicado pra mim vê-lo com minha mãe, más eu engulo a cena e fico em silêncio só os observando.
Sinto vontade de fazer xixi e rapidamente me levanto.

- eu vou fazer xixi- digo indo em direção ao arbusto que havia ali

- toma cuidado - Fernando diz e o olho com deboche e reviro os olhos.

Depois de fazer xixi , saio detrás do arbusto e vou em direção a fogueira,uma enxurrada de pensamentos e tristeza tomou conta de mim, quando vi minha mãe sentada no colo de Fernando, com uma perna de cada lado da sua cintura e o beijou, ela rebolava no colo dele igual uma puta , as mãos dele vai em direção a sua cintura e a afasta dele,transbordo de alivio por dentro.

- já conversamos sobre isso almira-fernando diz calmo

- eu já disse que não estou lhe traindo...não fique inventando desculpinhas, não transamos a meses Fernando a meses...- diz com raiva e sai entrando na barraca

Um fio de esperança tomou conta de mim, que fernando me ama de verdade, que ele está abrindo mão de coisas por mim.

Vou em direção a fogueira e me sento de frente pra ele , fernando me olhava em silêncio, seus olhos ficam me analisando, eles são um pouco puxados e as sobrancelhas dele são grossas e perfeitinhas... Era a primeira vez que eu havia analisado os detalhes mínimo das feições dele. Ele me olha fixado com um sorriso largo, me esforço para sorrir ,gostaria que meu coração não pulasse assim sem que ele me olhava com aquela carinha feliz, mas ele tem esse dom... Não acho que eu consiga ser imune, nem eu nem metade das mulher do mundo.
Me levanto e o olho pela última vez nessa noite

- tenha uma boa noite fer- digo com uma voz de sono

- boa noite maiara-diz com uma voz grossa e rouca que me fez estremecer.

Vou em direção a barraca e me agacho para entrar nela , olho pra trás e vejo fernando sentado me olhando com um sorriso malicioso, entro na barraca engatinhando e percebo que minha bunda estava a sua frente.
Safado e gostoso...

Fecho o zíper da barraca e me deito , e pego no sono rapidamente.

********

Acordo no outro dia com sons de passarinhos cantando, eu estava toda quebrada ,cada centímetro do meu corpo doía eu realmente não nasci pra dormir no chão.

Saio da barraca e vejo minha mãe saindo da dela , e fernando já estava acordado

-BOM DIA FAMÍLIA LINDA!- minha mãe grita alto ao sair da sua barraca

-credo, que ser humano acorda de bom humor ,depois de ter passado a noite no chão? - pergunto incrédula

-euzinha aqui

- que bom que vamos embora amanhã- digo sorrindo

- que pena! - minha mãe fala dando um suspiro triste

-só você mesmo pra gostar de ficar em meio de tanto mato- digo

-quando eu tinha a sua idade eu acampava muito com meus amigos, conheço tudo aqui como a palma da minha mão.

- hum que bom - reviro os olhos- que tédio, o que vamos fazer pra passar o tempo?

- você pode andar um pouco pela mata, eu vou ficar aqui tirando algumas fotos.

- ta, então vou andar por aí- digo olhando pra uma trilha e vou em direção a ela

- cuidado, não vá muito longe- minha mãe fala

-eu vou com ela- fernando diz

- amor fica comigo, eu não quero ficar sozinha- minha mãe fala e fernando assente.

Entro na trilha e fico observando cada detalhe daquele lugar, o canto dos pássaros, e outros barulhos que não sube identificar, havia várias plantas diversificadas e algumas plantas que nunca tinha visto na vida.

Continuo andando e vejo que daqui alguns minutos iria chover, mesmo assim resolvi explorar o lugar.

Depois de uns 30 minuto chego em um rio , sento na beira do rio colocando meus pés nele, o céu está bem nublado e derrepente vejo os pingos da chuva caírem na água,fico vendo isso como se fosse um passatempo. Mas tudo é uma forma de esquecer tudo o que estou passando, eu e fernando estamos nos aproximando novamente, irei excluir ele da minha vida e dos meus pensamentos, irei embora e não há mais motivos para me ficar.

Já estou aqui a tanto tempo perdida em meus pensamentos que esqueci de voltar para o acampamento, acho melhor ir embora , já vai anoitecer e tenho que ir antes que eu me perca no caminho, e tenho que conversar com Fernando e a minha mãe que irei para Goiânia, não vou ter medo se eles ficarem bravos comigo, eu não aguento mais ficar dependente deles, trair a minha mãe, e ter esse romance proibido com Fernando

Me levantei do chão e a chuva parecia ter ficado mais forte, eu não me importava com isso,já estava toda molhada e meus pés enlameados ,entro na mata e vou indo em direção a trilha .

Começo a andar rapidamente pois a floresta está ficando muito escura,e eu estou longe do acampamento , sinto um chute na barriga, "o bebê está chutando um pouco forte demais" pensei.
Mais começo a ficar nervosa quando o precesso se repetiu , e as dores na barriga aumentaram

-FERNANDOOO, MÃE!!- gritei alto
Isso não devia estar acontecendo, gemi

Levei minha mão ao pé da barriga e fiz uma careta de dor, respirei fundo,a cada contração que eu sentia eu imaginava que o bebê iria nascer, e aquilo me deixava muito ansiosa.

Continuo andando pela floresta quando sinto outra contração só que ainda mais forte, senti algo escorrer pelas minhas pernas, franzi o cenho e olhei para baixo
Essa não! !

Ando em direção a uma árvore e me sento com dificuldade, apoio minhas costas nela. Sinto um vento gelado me atingir e eu tremi, a noite estava completamente sem estrelas,uma escuridão, eu não conseguia enxergar cinco palmos a minha frente, eu gritava de dor quando as contrações vinham cada vez mais fortes.

Senti uma vontade enorme de ficar com as pernas abertas , começei a gritar minha mãe, fernando... Mais era em vão, começei a chorar de medo, a dor era tão grande que me deixava anestesiada, meio fora do ar, eu sentia meu bebê se mexendo dentro de mim,apoio minhas costelas na árvore para forçar a sua saída, más, por mais que eu fazia força o bebê não saia, eu senti que não ia passar.

Minha cabeça latejava, Deus a dor! Era como se eu estivesse sendo rasgada em duas , eu não posso mais, eu gritava em minha mente " tenho que parar"
Como doi!



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