Maiara
A fachada do centro era clara ,com arbustos para toda parte e seu nome ostentando na frente. Estava muito frio naquela manhã, mesmo o sol aparecendo.
Passo por grandes portões de ferro , começo a subir as escadas sem pressa. Eu não sabia qual seria a reação da minha mãe, e se ela queria me receber.
Passei toda noite agoniada e desesperada para encontra-la ,talvez fosse tarde demais, eu esperava que não.
Vamos lá, Maiara.Nada a temer...eu acho.
A frente do orfanato não era tão grande assim , antes de vim pesquisei sobre esse orfanato,é um orfanato muito simples e pedia doações.
O pátio era enorme, várias crianças estavam ali brincando com alguns brinquedos, e riam alegremente. Alguns perceberam a minha presença e começaram a cochichar.
Uma garotinha de cabelos lisos veio em minha direção sorrindo.
-oi- disse baixinho , ela era linda, usava um vestido branco, parecia ter uns 7 anos eu acho.
-oi florzinha qual é o seu nome?-pergunto me abaixando ficando da sua altura.
-Alice- diz cabisbaixa segurando a barra do seu vestido.
-que nome lindo, o meu nome é Maiara
- todos me chamam de Lili, e vc?
-eu não tenho apelido, mais você pode me chamar de mai o que acha?
-não- faz careta se afastando
-por que não?
-você não é minha amiguinha
-eu posso ser sim
-você vai levar alguma criança pra casa?
-não querida, eu não vim adotar ninguém, eu já tenho um filho.
-hum- fala triste- o que você quer aqui?
-eu vim ver minha mãe, ela se chama almira , você conhece?
-titia mi- fala sorrindo
-mi? Bom...deve ser essa mesmo.
Vejo uma mulher baixa vindo em minha direção, ela usava uniforme então devia trabalhar aqui.
-olá em que posso ajudar?-pergunta simpática
-ela veio ver a Tia Mi- a garotinha fala
-querida vá brincar com seus amiguinhos- diz a mulher seria
-eu quero ficar aqui- diz cruzando os braços
-já disse Alice! Saia
Ela corre indo pra algum lugar, fico com pena da menininha ela parecia ser bem sapeca.
-eu vim atras de uma mulher chamada almira você conhece?-pergunto não querendo revelar que ela era minha mãe
-ah sim, ela foi a cidade , ela deve voltar em algumas horas.
-tudo bem eu espero...
-fique a vontade- assinto e ela sai.
Encostei na parede e fiquei observando melhor o pátio, a quantidade absurda de crianças me assustou, parecia ser muita criança pra aquele orfanato. Um ventinho frio passou pelo meu rosto e eu fechei os olhos tentando me acalmar.
Eu não sabia o que poderia esperar da minha mãe, e isso estava me deixando meio incomodada, ainda mais que tudo ao meu redor também era desconhecido. Abri os olhos e tomei um susto ao ver a garotinha na minha frente me olhando curiosa.