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Fernando

Entro no carro rapidamente enquanto Bernardo ligava o carro em direção ao hospital. Eu só conseguia chorar e sentir um imenso desespero, Davi parecia inconsciente e senti todos os músculos do meu corpo doerem.

O medo estava presente de novo como o acidente que sofremos alguns anos atrás ,um medo que eu não conseguia descrever. Eu não posso perder o meu filho.

Bernardo estacionou o carro e saí rapidamente dele,corri até a recepção do hospital, alguns enfermeiros vinheram até a mim com semblante de preocupação.

-o que ele tem?- perguntou uma enfermeira

-eu acho que esta engasgado, por favor salve o meu filho.

Eles rapidamente pegaram Davi e entraram com ele pelas portas dupla.

Sentei- me na cadeira pensativo, olhei para o lado e havia uma mulher de cabeça abaixada,sua boca se movimentada de forma apressada, porém não saia nenhum som.
Ela...estava rezando?

olhei incrédulo e rescotei a cabeça na cadeira e fiquei observando porta da UTI,eu nunca fixei o olhar em uma coisa tanto tempo.
Derrepente uma vontade de orar também tomou conta de mim.
Mas como se faz isso?

A última vez que orei foi no acidente de carro, minhas orações deram certo, eu não fui totalmente ignorado.

Mais eu não via sentido de ficar pedindo por algo que com certeza dependia do trabalho dos médicos e da ciência que pairava por ali.

Ouvi passos ao meu redor e observei a aline vir em minha direção com o semblante de preocupação.

-oi meu amor, já teve notícias do Davi? Eu estou tão preocupada com ele...- ela se senta ao meu lado

-não recebi nenhuma noticia Aline, eu acho melhor eu ligar pra mãe dele-digo tirando meu celular do bolso

-não é uma boa ideia-fala seria

-por que não?

-ela vai ficar muito preocupada e vai achar que você é um irresponsável.

-você tem razão, não vou preocupa-la mais... Eu não posso esconder isso, ela é a mãe dele.

-ele vai ficar bom, não a deixe preocupada , foi só um susto

-e você sabe o que aconteceu?

-eu? Claro que não

-como isso aconteceu aline? Eu entreguei ele pra você cuidar, me diga o que você fez com meu filho?

-você está insinuando o quê? Eu jamais faria nada com uma criança, ainda mais com o seu filho- Aline se levantou murmurando, algo que eu poderia ter ouvido se não tivesse prestado atenção no médico que estava vindo até nós,me levantei rapidamente esperando o que o médico iria dizer.

-como meu filho está? Ele vai ficar bem?- gritei e o médico se assustou, me avaliando. Ele era um senhor de meia idade,com alguns fios de cabelos brancos na cabeça e um óculos meia lua,pendendo em seu nariz.

-você é o pai do garotinho?

-sim-confirmo

-seu filho se engasgou com um objeto, você deveria ter feito o procedimento para desengasga-lo é muito simples, evitaria algo mais grave

-eu não pensei na hora, eu estava muito nervoso

-pai de primeira viagem acontece...bom, Seu filho vai ficar em observação pois o atendimento demorou a ser feito, seus pulsos estavam fracos e se tivesse passado mais 2 minutos o pior poderia ter acontecido,amanhã ele poderá voltar pra casa

Meu padrasto Onde histórias criam vida. Descubra agora