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JENNA ORTEGA
NEW YORK CITY,
30 de setembro.Emma myers.
Ela queria algo de mim, eu podia sentir isso.
Passei por alguns psiquiátricas desde que fui pega mas nenhum deles aprovou meus crimes. Ao contrário, tentaram me convencer de que aquelas coisas eram erradas e que uma pessoa normal sentiria remorso e repulsa. Eles estavam apenas tentando comprovar que eu não os ouviria e portanto, me encaixaria nos padrões de psicopatia.
Com a doutora myers foi diferente. além de ter dito que eu fazia coisas positivas, ela também não foi direto ao ponto, não chegou falando de meus crimes, não voltou seus olhos para o agora, mas sim para o meu passado, o que francamente foi um desconforto. Mas no breve momento em que falamos sobre as pessoas que matei, eu notei em seu tom de voz que ela queria me passar alguma coisa, talvez brincar com a minha cabeça e implantar uma idéia dentro de mim. Mas que idéia? E por que? Qual era o real interesse de emma?
Talvez se eu descobrisse pudesse usar isso para persudia-la a convencer o juiz de que a pena de morte não era necessária. Não que passar o resto de minha vida presa fosse a melhor opção, mas com o tempo eu poderia ganhar a confiança do direitor do presídio e talvez eles até mesmo se convencessem de que eu não era mais um perigo para as outras detentas e pudesse conviver com elas. Mas não era sobre socializar, era sobre estar em um lugar onde eu pudesse ter poder. Porque sim, eu teria poder sobre elas se estivesse em seu meio. Hora ou outra as pessoas sempre acabavam confiando em mim, mesmo se eu fizesse coisas duvidosas.
O jeito como a doutora pareceu abalada quando eu avancei me mostrou que se eu me esforçar ela fará oque eu quiser. E talvez eu até tire uma casquinha no processo. Afinal, ela é só mais uma maldita psiquiatra, sempre acabo fazendo isso com todas as que cogitam pisar nessa prisão.
Como eu era uma pessoa graduada, possuía alguns privilégios, como acesso a livros na minha cela e um caderno para desenhar. Eu tinha muito tempo para desenhos. No momento, eu estava concentrada desenhando emma. Gostava de desenhar os meus objetivos, as pessoas no caso. Eu riscava as folhas de papél com os rostos das pessoas que pretendia matar e aquilo era como fazer um compromisso comigo mesma, como prometer à minhas mãos que no fim do dia, elas matariam alguém. E eu sempre cumpro as minhas promessas.
No caso de emma, não estava á desenhando porque queria matá-lá, mas porque tinha o objetivo de usá-la como peça chave da minha condenação. Além disso, eu queria olhar para seu rosto enquanto ela estivesse longe. Linda como a própria deusa Afrodite. Eu adoraria esmagar cada homem que um dia a machucou, gritou com ela ou apenas a passou para trás. Ninguém deveria fazer mal a alguém tão cheio de intensidade.
E mesmo que eu tenha acabado de conhece-lá, eu podia sentir a forte energia que vinha daquele espetáculo de mulher. Ela era diferente de qualquer pessoa que já conheci, emma não era irrelevante. Talvez ela viesse a se tornar a rainha no meu tabuleiro de xadrez. Mesmo tendo-a para usar em meu próprio benefício, eu tinha que admitir o seu alto poder sobre mim e sobre o jogo.
── hora do jantar! ── um dos guardas gritou ao parar em frente a minha cela. ── em posição, Ortega! ── berrou novamente.
Suspirei de maneira tediosa, deixando o caderno e o lápis sobre a cama e fiquei de pé, indo até a parede encarando-a enquanto o guarda abria a cela para o meu jantar, um outro veio atrás de mim e apoiou o cassetete sobre minhas costas, uma maneira de me vigiar enquanto seu colega deixava a bandeja sobre minha cama.
── por que desenhou a doutora myers? Ficou apaixonadinha? ── o que estava mais longe zombou e os outros riram. ── sinto informar, mas ela enfia moças como você em um buraco para loucas.
Sorri comigo mesma enquanto eles riam ainda mais e quando e pararam, eu esperei alguns segundos para responder.
── quando eu sair daqui, vocês seram os primeiros a morrer. ── disse calmamente.
── você só vai sair daqui no caixão, ceifadora! ── o que estava atrás de mim falou, apertando o cassetete contra uma de minhas costelas. ── e esperamos que a doutora gostosa faça isso o mais breve possível.
Meu instinto interior gritou para que eu virasse e apertasse o pescoço dele até seus olhos ficarem brancos. Seria fácil, de fato. Sempre fui forte, uma das policiais mais resistentes de meu batalhão, sem falar da minha agilidade por ser menor. Era boa em várias lutas e nunca perdi uma briga. Apesar disso, eu preferia ficar neutra até que o juiz decidisse o meu destino, mesmo com todo àquele protocolo exagerado de segurança que faziam comigo todos os dias. Era como se eles estivessem lidando com algo muito mais mortífero que um leão, patéticos.
── até que você não é ruim, mas precisa de algo a mais.
Olhei sutilmente para trás e vi quando o guarda pegou o lápis e riscou todo o rosto de emma no desenho. Aquilo foi como colocar fogo em gasolina. Antes que eu pensasse sobre, agarrei o cassetete do guarda atrás de mim e chutei sua barriga, fazendo-o cair deitado de boca aberta.
Em seguida fui até o homem que rasurou meu desenho. ele tentou me atacar mas eu apenas me esquivei e agarrei sua nuca batendo seu rosto tão forte na parede, que seu nariz quebrou. Feito isso, o virei de frente para mim e o apertei contra a parede usando meu braço em seu pescoço. Agarrei seu nariz quebrado e torci com os dedos enquanto ele implorava para que eu parasse.
O segundo guarda levantou do chão e começou a bater em minhas costas com o cassetete, mas eu não me deixei abalar nem um pouco, estava cheia de ódio e isso me cegava, sempre.
Um segundo depois e a cela já estava cheia de guardas. Pude sentir minha canela sendo acertada com uma rasteira, jogando-me no chão e o autor dela começando a me bater na cabeça.
Protegi minha cabeça com os braços enquanto sentia cada porrada por várias partes do meu corpo. Até que um deles disse para pararem, pois não podiam me matar ainda.
Após isso, me agarram pelos braços e me arrastaram até uma das celas da solitária. Sem livros ou desenhos. Apenas paredes ainda mais cinzas, um chão mais nojento, um espaço menor e consequentemente, bem mais quente.
── vai ficar aí por duas semanas, Ortega! ── um guarda dizia pela abertura da porta de metal onde eu podia ver apenas seus olhos.
── eu vou matar todos vocês! ── soquei a porta. ── vou arrancar cada membro de seus corpos, seus desgraçados, filhos de uma puta!
Ele me ignorou e simplesmente saiu do meu campo de visão. Eu queria arremessar alguma coisa mas não tinha nada ali, então desferi vários socos na parede, o que machucou os calos de meus dedos, mas isso não importava.
Duas semanas no pior do inferno. Duas semanas sem ver emma myers.
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REAPER, jemma
FanfictionJENNA X EMMA | ❛eu posso ser a sua figura materna, Ortega.❜