Posto de gasolina

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*Lavínia*

Férias!! Sol! Paz! Vida!!!!!!!!! Era disso que eu precisava para me animar de novo. Depois do meu término com aquele ridículo do Carlos eu só quero curtir uma praia. Ainda bem que a Maria me ligou, faz um tempo que eu não falo com as meninas, preciso muito de um tempo para mim mesma. 

Desembarquei em Vitória. Vi a Maria, a Eliza e a Tamires me esperando, foi recebida com um abraço caloroso delas, não levei muita coisa. Tirando a mala de presentes e a malinha dos meus produtos para o cabelo, só ficou umas duas malas para curtir muitas semanas de paz no meio do mar.

- Faz muito tempo que a gente não se vê - falei para elas

- É verdade, a gente ficou muito ocupada com tudo, mas finalmente nos reencontramos - falou a Halana

- Eu estou cansada de ficar tentando reunir todo mundo. Vocês moram muito longe, pelo amor de Deus - falou a Maria levando minha mala com produtos para o cabelo - O que você trouxe Lavínia, é um corpo? 

- Maria não vamos fazer piadas de corpos por favor - falou a Tamires com uma cara de nojo 

- Maninha tu é dentista, tem nojo de corpo? - perguntou a Maria

- Bicha fica na tua mulher, eu hein - respondeu a Tamires

- Ai galera, vocês continuam o mesmo caos de sempre - falou a Halana

- Gente eu tô tão animada para passear na praia e fofocar olhando pro mar - falei empolgada 

- Lavínia, como que você consegue colocar tanta coisa na mala? Aqui tem uns 70Kg só de produtos para o cabelo - falou a Maria

- Ai Maria não exagera, tá muito leve, só trouxe umas coisinhas básicas para hidratar, fitar, limpar, amaciar e brilhar o meu cabelo - respondi entrando no carro 

- Agora vamos passar umas 2 horas até chegar no litoral de Aracruz, a famosa Barra do Sahy e ainda vamos demorar mais 30 minutos para chegar na casa da praia - falou a Halana ligando o carro.

- Incrível - falou a Tamires cansada

A gente passou o caminho inteiro conversando, decidimos parar em um posto estranho porque a Maria estava com vontade de ir ao banheiro. 

- Ai Maria se apressa, tá escuro e eu não tô gostando daqui não - falei

- Calma, eu vou bem rapidinho - falou ela correndo para o banheiro.

Senti o clima daquele posto estranho. Tinha um frentista que não parava de olhar para a TV, achei estranho porque ele nem se movia, parecia uma estátua, quando me aproximei dele, levei um pequeno susto e de um homem alto, ele parecia jovem. 

- Desculpa eu não queria te assustar - falou ele - Meu nome é Paulo, esse é o meu tio Antônio.

- Tudo bem, eu só fiquei curiosa, me desculpa pela intromissão - falei envergonhada - Meu nome é Lavínia, o seu tio está bem? 

- Ele teve uma série de Derrames, hoje em dia não consegue andar ou falar - disse ele alisando a cabeça do idoso.

- Poxa, sinto muito - falei 

- Isso é uma viajem de garotas? Acabei de encontrar uma mulher desesperada para usar o banheiro, tive que explicar que ela estava tentando entrar no almoxarifado - falou ele olhando para mim

- É minha amiga, ela está com sono - falei dando um sorriso - A gente está fazendo uma viajem, eu estou com minhas amigas e minha afilhada. 

- Criança? - perguntou ele

- Não, ela tem 26 anos, é uma história longa - falei - Mas o seu tio não sente desconforto aqui fora? Está bem frio aqui.

- Ele foi um dos primeiros trabalhadores desse posto, depois de aposentá-lo, o dono deixou meu tio frequentar o posto quando quisesse - falou ele - Inclusive fui lá dentro pegar um cobertor para ele mesmo.

- Entendi - falei voltando meu olhar para o tio do Paulo

- Bom, eu vi uma mulher loira lá dentro da loja, vou ficar por lá para atendê-la qualquer coisa pode me chamar, ok? - falou ele

- Claro - respondi, fiquei dando uma olhada nos arredores. Aquele posto no meio do nada era bem estranho. A única coisa que iluminava a pista era as luzes de lá. A Maria estava demorando e a Halana tinha sumido, olhei para o vidro atrás do carro e vi a Tamires dormindo, minha mente estava em outra dimensão, fechei meu casaco porque tinha começado uma ventania, quase adormeci em pé se não fosse por alguém tocando na minha mão.

Abri os olhos alerta, quando me viro é o tio do Paulo olhando para mim de uma forma desesperadora. 

- Fujam daqui - ele disse baixinho para mim 

- O que? - perguntei desesperada, pensei que ele não falava mais 

- Saiam daqui imediatamente, ele não é confiável - disse ele, eu queria gritar, mas não saía nada da minha boca. 

- Eles vão vir, eles estão chegando - foi a última coisa que o velho disse antes da Maria chegar. Meu corpo inteiro tremeu da pior forma possível. 

- O que foi? - perguntou a Maria

- Eu não estou gostando desse lugar, vamos embora agora Maria, chama a Halana por favor - falei preocupada. Depois a Halana saiu da loja como se nada tivesse acontecido. 

- Vamos por favor - falei desesperada, empurrei elas para dentro do carro para correr dali.

- Gente aquele cara é muito educado - disse Halana 

- Dentro do carro eu conto melhor, vamos por favor - falei 

Saímos rápido dali, estava muito frio e a Tamires não acordava, parecia muito cansada. coloquei meu travesseiro na cabeça dela para dormir confortável. 

- O que aquele cara disse? - perguntou a Maria

Eu contei para elas a história toda, o jeito que aquele cara me olhou me deixou muito assustada. Ninguém nunca me olhou com tanto desespero em toda minha vida. 

- Ué, aquele cara alto disse que te achou muito bonita - falou a Halana

- Estranho, muito estranho - falei.

A Maria dormiu e eu fiquei conversando com a Halana, só queria chegar logo para descansar a mente, aquela situação no posto me deixou muito assustada. 

- Estamos chegando - falou ela

- Ainda bem - falei aliviada por estar chegando finalmente  

CIA, CIA, CIA - O reencontro Onde histórias criam vida. Descubra agora