*Halana*
A noite estava sendo muito divertida, sinto que Amanda estava sendo inserida nas conversas e estava se sentindo incluída nas atividades que todo mundo fazia.
A Lívia deu a ideia de fazermos um karaoke, os meninos não estavam na sala. O Apollo tava na cozinha, o Samuel e o Lupe tinham sumido do mapa. A cantoria estava alta e as risadas também, depois de um ano tão sufocante, eu precisava me sentir leve novamente.
Sei que minha diversão foi embora quando vi o Lupe passar sair com uma arma na mão, sem falar com ninguém. O Apollo seguiu ele e comecei a ficar desesperada quando vi o jeito que o Sá tinha ficado.
- Eu realmente não sei o que está acontecendo, ele estava falando umas coisas lá - disse ele assustado
- Calma, me explica isso direito - falei tentando acalmá-lo
- Então, a gente tava na varanda conversando e do nada ele começou a falar de facção, barco, Baía - falei
- Licença, o que você e o Lupe estavam fazendo na varanda sozinhos essa hora da noite? - perguntou Amanda se intrometendo, sei que ela tem essa mania de se meter em situações que não a cabem.
- Com todo respeito, isso não é da sua conta - respondeu Samuel levemente estressado - Eu realmente não sei o que se passa na sua...
- Ai e cabe a mim novamente conter aquela criança - falou Ma se levantando do sofá com a Cinthia para procurar o Lupe e o Apollo
- Realmente, ele parece que não usa nenhum neurônio, acha que isso é velozes e furiosos - falou o Samuel agora bem estressado
- Okok, vamos manter a calma - falei para todo mundo, o clima na casa estava muito tenso - Eles só estão com muita energia, vai ficar tudo bem
- Ele vai ver só, deixa ele voltar - falou o Samuel estressado
- E por que você tá assim? Relaxa, eles vão ficar bem - falou Amanda se aproximando dele, mas o Samuel foi pegar o celular para não gerar confusão.
A hora estava passando muito devagar. Eu não conseguia mais esperar, minha ansiedade estava atacando e chamei o Samuel para ir comigo atrás das meninas. Antes de sair da casa, recebi uma ligação da Maria que me fez andar mais rápido com o Samuel.
- Halana... - a Maria estava desesperada no telefone
- Não, você não vai me falar isso, nem pense - falei segurando o choro
- Halana, o que tá acontecendo? - perguntou o Samuel
- A gente tá chegando e eu vou ser a primeira a dar um soco nesses garotos, isso não é brincadeira - falei
- Halana! - o Samuel estava desesperado
- Vamo logo - falei puxando ele, tirei da garagem meu carro de praia. Saímos em alta velocidade, estávamos levando cobertores para os meninos porque estava muito frio, o tempo estava muito nublado, iria chover a madrugada inteira.
Assim que chegamos, a Ma estava consolando a Cinthia que estava chorando sem parar.
- Eu ouvi muitos tiros - falou ela enxugando as lágrimas
- Não, eles estão bem, relaxa eles... - falou o Samuel, na mesma hora vimos o barco que eles estavam explodir com muita força.
A polícia ainda não tinha chegado, o barco estava relativamente longe da praia, mas deu para ver com detalhes as peças do barco serem arremessadas em direção ao mar. As lágrimas que tanto segurei saíram sem que eu sentisse, Samuel e Cinthia não expressavam nenhuma reação, estavam paralisados enquanto a Maria gritava desesperadamente. Meu corpo estava imóvel, eu me virei de costas para não ver o barco afundando, mas depois de um tempo ouvindo o barulho do choro dos meus amigos, vejo a Maria correr em direção ao mar.
- Eles! Estão vivos!! - ela não parava de repetir isso.
- O Lupe e o Apollo! - falou a Cinthia e o Samuel correndo para ajudar, o Apollo estava carregando o Lupe que foi atingido por faca na perna e no braço.
Estávamos todos molhados para carregar os garotos para a areia, vimos a situação do Lupe e pegamos os lençóis e cortamos para improvisar ataduras para estancar o sangue.
- temos que levar ele para o hospital - falei
Assim que chegamos, ele foi atendido com urgência, não parava de jorrar sangue. A polícia finalmente tinha sido acionada, o atendimento dele foi muito rápido, voltamos para casa 1 da manhã. Samuel levou o Lupe para o quarto, trancamos bem as portas e janelas, liguei o sistema de segurança da casa.
Tive que tomar remédio para dormir, minha cabeça estava assimilando o que tinha acontecido. Sei que minhas perguntas são vencidas pelo efeito do remédio que me fez adormecer sem pensar.
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CIA, CIA, CIA - O reencontro
Roman pour AdolescentsUm grupo de amigos decidem se reunir em uma casa de praia no Espírito Santo para passar as férias e relembrar os tempos de ensino médio, mas os dias de curtição são ameaçados por algo que colocam em risco a vida deles. alerta para: - violência - a...