Capítulo 17 - Charlotte

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Charlotte Lima

24 de dezembro

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24 de dezembro.

Passei a maior parte do dia arrumando algumas decorações e penduricalhos em casa.

Giovana ainda aparentava nervosa, um pouco mais apática do que o normal após o fim do seu relacionamento de fato, sentada de lado num canto do sofá, pensando e deslizando a tela do seu celular. Esse será seu primeiro natal bem distante de Felipe.

Mas Luiza, por outro lado, parecia muito feliz e bem com a vida, parece que seu encontro com Enzo, o cara do trabalho dela, foi muito animado.

_ E qual é a ropa nueva de vocês para hoje a noite? - Pergunta Luiza quase cantarolando.

_ Separei uma saia vermelha e uma blusa com pompons, parece um pouco com de Meninas Malvadas. - Respondi ajeitando a toalha de mesa decorada.

_ Ah, bueno! E você, Gi? - Ela perguntava saltitando de felicidade, porém Giovana não deu muito ouvidos.

_ Acho que ela não escutou... - Dei um sorriso.

_ Acho que seria melhor se eles conversassem pra resolver as coisas - Cochichou Luiza em meu ouvido.

_ EU ESCUTEI ISSO! - Gritou Giovana.

_ Mira, ahora ella escuta, por que será? - Luiza dizia em tom irônico ao sentar-se ao lado de Giovana no sofá.

_ Meu amor, eu também não preciso dar satisfação à ninguém - Responde Giovana fazendo careta.

_ Pare de ser tão ranzinza e conversa com ele pra vocês dois ficarem bem, senão estraga o clima! - Luiza reclamava.

_ E você, pare com toda essa felicidade, de onde veio isso? Foi boa a noite? - Giovana levantava a sobrancelha.

Luiza passou a sorrir, voando com a mente nas nuvens, deixando suas bochechas rosadas, revirava os olhos e respirava fundo, quase em êxtase e equilíbrio consigo mesma.

_ Eu confesso que foi uma de las melhores noites que já vivi, andamos bastante por aí... - Ela ria - E também comemos até não dar mais! - Ela tapava a boca com as mãos - Depois ainda fomos numa boate, dançamos muito. - Ela fechava os olhos e se imaginava novamente - E ficamos o resto da noite abraçados. - Ela apertava as próprias bochechas.

_ Eita, ela tá apaixonada, ela tá apaixonada! - Giovana começava a cantar enquanto balançava o corpo, como se estivesse fazendo uma dancinha da vitória, mas uma versão "sentada ao sofá".

_ Então você ficou animadinha também, né? - Perguntei à Giovana, levantando a sobrancelha.

_ E não pode ficar feliz pela minha amiga, querida? - Giovana mandava outra encarada ranzinza e irônica.

_ Não falei nada disso, gata! - Respondi levantando as mãos.

_ Somos só nós três, ah! O natal das garotas! Vamos botar uma música só nossa! - Dizia Luiza levantando-se e ligando a TV.

_ E não se esqueça de mim aqui. - Fala Lucas, ao sair do seu quarto, mancando um pouco, com um de seus braços ainda enfaixado e um tapa-olho cobrindo a metade de seu rosto. Ele tentava, com toda a delicadeza e esforço do mundo juntar-se a nós no sofá.

_ Você já está melhor, garotão? - Luiza pergunta enquanto vai até ele e o ajuda a andar.

_ Lembre-se que você ainda está de recuperação, tem que ficar na cama, menino! - Eu falei.

_ Mas eu não quero mais, não aguento ficar parado aqui não, quero fazer alguma coisa, sair por aí, sei lá! - Lucas nos diz um pouco ansioso.

_ Calma que uma hora você vai melhorar mais e sair dessa, niño! - Luiza o responde. - Veja pelo lado bom, hoje vamos comer bastante! - e ela se dispõe a sorrir.

_ Eu vou comer com vocês, mas mais tarde, um amigo vai vir me buscar, também irei passar um tempo lá... - Eu dizia quando Giovana me interrompeu.

_ Hmm, que amigo é esse? - Ela pergunta.

_ Eu encontrei com ele uma vez na rua, depois o encontrei de novo na vez que saímos todos juntos com Luisa e o Enzo... - Eu comecei a contar.

_ Não me recordo dele, acho que não prestei atenção.

_ Claro que não prestou atenção, nós estávamos em uma mesa e ela saiu e foi até ele, sua tonta! - Lucas falava alto.

_ Ei! Eu não sou tão tonta assim! - Giovana o respondia com raiva.

_ É tão tonta ao ponto de ser corna do Felipe. - Lucas ironiza.

_ Galera, parem! Agora não é hora disso, por favor! - Luiza se põe entre eles e tenta apaziguar a discussão.

Giovana se levanta e vai para o quarto com raiva, bate a porta sem dizer uma única palavra sequer.

─────⊱◈◈◈⊰─────

Um tempo após o ocorrido, finalmente chegou a hora.

Meia-noite.

Estávamos reunidos a mesa: Luiza, Lucas e eu.

Com tudo o que tínhamos direito, uma variedade de saladas que eu fiz, os cozidos feitos pela Luiza, além do nosso lindo chester. E é claro que conversamos muito sobre o que queríamos fazer no próximo ano, nossos sonhos e objetivos daqui pra frente, e o quanto nós já evoluímos. Chamamos Giovana para se juntar a nós, mas ela simplesmente nos ignorou, creio que as palavras do Lucas realmente a machucou.

Meia-noite e quarenta.

A campainha tocou e eu fui atender, corri até a porta, eu estava esperando que fosse Shay, para o "encontro" que combinamos, seria quase que uma ceia de natal, apenas nós dois. Eu abri a porta e era ele, vestido de calça preta e camiseta regata cinza, com os braços musculosos à mostra, um gorro cinza e vermelho, além de um perfume forte, amadeirado e muito agradável.

_ Oi. - Eu disse enquanto sorria.

_ Oi, e aí? Vamos? - Ele disse.

_ Ué, você é o amigo dela? - Pergunta Giovana com uma cara estranha, após aparecer atrás de mim, na porta. Shay olha pra ela, depois devolve seu olhar a mim. Parecia confuso.

_ Vocês já se conhecem? - Eu perguntei enquanto os observava.

_ Vocês já se conhecem? - Eu perguntei enquanto os observava

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925 palavras.

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