Eu sou como a lua
Cheia de fases
Eu sou como a lua
As vezes um véu preto me cobre e de repente tudo fica tão terrivelmente escuro
Que me apavoro
E faço povos antigos acreditarem que este é o fim do mundo
Planejando um suicídio em massa
Tudo isso é medo do desconhecido?
Eu sou como a lua
Cheia de fases
Hora eu me mostro inteirinha
Cheinha, tão grande e redonda que te faz perder o fôlego
E pensar que se talvez esticasse a mão...
Tocaria naquela imensidão
Mas você não pode
Você não vai
Estou bem longe da estratosfera
Onde ser humano nenhum pode fazer-me mal
Ou bem
Eu sou como a lua
Cheia de crateras
Feridas abertas
Tudo porque não tenho coragem de deixar aquele meteoro ir pra você
Pra vocês
Seres de que me afastei
Por acreditar na minha completa incompatibilidade
Por não ser azulzinha e com alguns desenhos engraçados
Por ter tantas malditas feridas...
Abertas
Eu sou como a lua
Tão pacífica e quieta de longe
Mas sou eu quem crio ondas gigantescas no qual você se afoga
Tudo porque tenho medo
E se você chegar mais perto?
E descobrir que não sou um círculo perfeito
Criado pelo seu deus onipresente
Mas só um pedaço de pedra flutuante nascido ao acaso
Um pedaço de pedra desgastado
E feio
Eu sou como a lua
Cheia de fases
Multiplas faces
E em cada uma dela eu te dou uma interrogação diferente
Como pode ser tão fina? Como pode ser sometade do que um dia já foi um dia? E como assim restaurou-se do nada? Como pôde desaparecer junto com a luz do sol?
Eu sou como a lua
Algo que só é bonito de ver...
De longe
(Mas você não vai querer fazer morada aqui)
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Baú de merda
PoetryVivo de escrever essas coisas bregas pra depois perder, como estou cansada disso, deixo aqui meu baú do tesouro. Ou um baú cheio de caquinha, tal qual quem vos fala. (Uma sequencia de "poemas" de cunho estritamente sentimental e pessoal, textos tris...