Faço um
Dois e três buraquinhos na face
Mas é meu coração que está esburacado
Faço um
Dois ou três buraquinhos no rosto
Mas a agulha que penetra a pele não sai do peito
Ela continua lá
Fazendo questão de ser lembrada a cada mínimo movimento
Dói
Dilacera
Eu nem sei como tantas delas foram parar ai
Só dói e vai continuar a doer
Faço um
Dois ou três buraquinhos na cara
Quando era as veias do coração que queria acertar
Esfaquea-las com um cateter
Pelo menos ai irei saber o motivo da hemorragia
Está cheio
Vazio demais
Está cheio
De memórias dolorosas
E arrependimentos de nem sei o quê
Está cheio
De saudades e mágoas
De saudades e tantos outros sentimentos que nunca ouvi antes
Está vazio demais
Um buraco negro de tamanho recorde
Um buraco negro que cresce impiedosamente
Sugando o pouco que restou de mim
E me levando embora
Estou virando um grande não-sei-o-quê
Já sinto meus órgãos declararem falência
Já vejo esse veneno me corroer a garganta
E eu não sei se quero ver o final dessa tragédia
(Acontece que piercings não preenchem vazios)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Baú de merda
PoesiaVivo de escrever essas coisas bregas pra depois perder, como estou cansada disso, deixo aqui meu baú do tesouro. Ou um baú cheio de caquinha, tal qual quem vos fala. (Uma sequencia de "poemas" de cunho estritamente sentimental e pessoal, textos tris...