Baú de merda

Como só?? (Um capítulo diferenciado)

Para qualquer outra pessoa, aquela mesma situação poderia não ter um significado forte o suficiente para reagir da forma que ele reagiu, mas absolutamente ninguém além dele havia sido exposto aquelas exatas cenas, palavras, agressões verbais, físicas e psicológicas. Ninguém, absolutamente ninguém. Não havia nem uma única pessoa na terra que funcionasse naquela mesma sintonia, que enxergasse sob as mesmas lentes de contato, que processasse aquele mesmo conjunto de informações igual sua massa encefálica.

Logo, nem um único ser vivo tinha o maldito direito de ditar como ele deveria se sentir, de diminuir ou invalidar a forma havia perdido o chão repentinamente, pois... O que sentimos é também o que somos.

A realidade percebida por ele era a única real em sua mente.

Então como pode alguém vir lhe dizer que tudo é só psicológico? só?? Mas não é sempre tudo psicológico? Como só, se essa é a maior força que rege a humanidade? Não importa quão encoberto de um falso racionalismo se digam ser, o Homo Sapiens Sapiens é um ser emocional, você não consegue estudar matemática ou lembrar de todas aquelas fórmulas sem o conjunto certo de reações químicas responsáveis pela maldita estabilidade emocional que te mantém vivo ou com gosto pela vida. Só psicológico, como? se essa é a maior força que regia todo seu mundo interno? Se isso não só é o que definia sua jornada como é a arma capaz desviar, influenciar os passos alheios? Como poderia ser só??

Como alguém poderia ser tão cruel ao ponto de não levar isso tudo em conta? Ou de simplesmente lhe impor aquele rótulo burro, preguiçoso e limitante ao chama-lo de dramático?

Para outros aquilo poderia ser só, mas para si era algo tão... mas TÃO grande e denso que lhe tapava os olhos e ouvidos, que o tornava incapaz de simplesmente levantar da sua cama e enfrentar o mundo.