Para Sempre Sua

Capítulo 1

POV CALLIE TORRES

Meu nome é Calliope Torres mais conhecida como Callie Torres tenho 30 anos e sou personal trainer. Vivo em um noivado há 3 anos com o empresário George O'Malley para mim apenas George.

Sempre achei, na verdade sempre tive a certeza de que ele seria o homem ideal para mim. Nos conhecemos desde a faculdade, nunca vi um futuro sem ele ao meu lado.

Depois que formamos ele decidiu me pedir em casamento, óbvio que aceitei, aliás, era tudo que eu sempre quis, ou achava que queria.

Não acho que deixei de amá-lo, pelo contrário, o amo tanto que quero fazer funcionar novamente.

Depois que ele assumiu a empresa do pai, nosso relacionamento tem se tornado distante. Tenho medo de que ele esteja tendo um caso com outra pessoa, pensar que talvez eu esteja sendo traída tem me adoecido ao ponto de eu achar que preciso de ajuda profissional.

No fundo quero acreditar que ainda podemos reverter a situação, mas sei que sozinha não vou conseguir.

Na noite em que cheguei em casa, George não estava para o jantar, mais uma vez. Já havíamos conversado sobre isso e estava se tornando estressante e toda vez acabávamos discutindo.

Eu estava entre o: falar o que eu acho para tentarmos melhorar e consequentemente gerar uma discussão ou esconder o quão incomodada estou para ficar confortável para ele?

O pedir de fato era cansativo e partindo desses pensamentos incômodos resolvi pesquisar por psicólogos, eu não permitiria que essa situação me adoecesse.

Depois de conseguir agendar uma consulta para o dia seguinte com a psicóloga Arizona Robbins cogitei inúmeras vezes em cancelar ou simplesmente não comparecer.

Talvez eu estivesse louca. No fundo sabia que eu apenas tentava me agarrar a ideia de que ele não estava me traindo, eu precisava acreditar que isso era verdade.

Quando George chegou, eu já estava na nossa cama. Ele tomou um banho rápido e se arrastou para o meu lado em seguida deitou por cima de mim, me beijando de um jeito que eu sabia o que ele queria.

Era o que eu precisava, quero dizer, se ele estivesse me traindo sequer ainda sentiria algum desejo sexual por mim, esse era o pensamento que eu defendia com unhas e dentes.

Naquela noite nós fizemos amor e tive a certeza de que eu era a única na vida dele. Na manhã seguinte ele já não estava, saiu antes que eu pudesse vê-lo. Nenhuma mensagem para dizer que precisou sair.

Meu dia transcorreu numa inquietude sem fim. Após o meu último aluno de personal eu decidi, por fim, ir para a consulta com a psicóloga.

A consulta estava agendada para as 14h, cheguei um pouco mais cedo, a secretária me informou que nesse momento a Dra Arizona Robbins estava atendendo uma paciente.

Eu estava visivelmente muito nervosa, mas tinha que enfrentar esse medo, não podia permitir que o pensamento de que George talvez estivesse me traindo dominasse minha vida.

Repentinamente em minha memória veio uma senhora na faixa dos 60 anos que não ia saber falar sobre relacionamento, voltei ao mudo real quando eu ouvi a paciente se despedindo e a secretária gesticulou, indicando que a Dra. Arizona já estava liberada para me atender.

Posicionada em frente à porta da Dra Arizona Robbins, eu criava coragem para girar a maçaneta e entrar, mas antes que eu pudesse cogitar por mais tempo, Arizona abriu a porta, recebendo-me com um sorriso que, juro por Deus, me desmontou em fração de segundos.

A loira me olhava como se conseguisse ver tudo através dos meus olhos. Definitivamente ela era uma mulher atraente.

Certo, não irei poupar elogios, Arizona Robbins era muito gostosa. Balancei a cabeça em uma tentativa falha de desviar a minha atenção e pensamento, do corpo dela.

Meu Deus, Calliope, você é hétero! pensei, me sentindo patética.

Arizona usava uma camisa branca de botões que se ajustava perfeitamente ao seu corpo, eu tentei ignorar mas falhei miseravelmente quando meus olhos cismaram em observar os dois primeiros botões abertos em sua camisa.

A saia preta justa valorizava as curvas de seu corpo, a loira se movimentava de modo a me fazer questionar se meu semblante entregava o quão encantada eu estava por aquela mulher.

Arizona tinha cabelos loiros e seus olhos eram tão azuis que assemelhavam-se ao azul do céu.

Eu estava tão nervosa, impossível ela não ter percebido.

- Calma, senhorita Calliope - a voz suave da loira a minha frente tirou-me do meu transe - Estou aqui para ajudá-la - a Dra. Arizona gesticulou para que eu me sentasse - Fale somente quando se sentir bem, estou aqui para ouvi-la.

Abri a boca para dizer algo, mas não disse nada. O medo de eu começar a gaguejar era maior do que a minha vontade de dizer qualquer coisa.

Havia tempo que alguém não me deixava sem fala da forma como ela me deixou. Arizona Robbins era linda em muitos aspectos, mas a voz dela parecia que ainda ecoava em minha memória e por vezes me peguei admirando a beleza daquela mulher.