Capítulo 2

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Feliz Natal leitores, que vocês tenham um Natal incrível. 
Mas um cap para vocês se alegrarem.. obrigada pelo apoio de vocês.

POV ARIZONA ROBBINS

Sou Arizona Robbins, tenho 31 anos, atuo como psicóloga há um tempo, tempo suficiente para ter conseguido fazer meu nome no ramo de psicologia.

Com tantos pacientes, às vezes me vejo sem tempo para passar com a minha namorada Eliza, namoramos há três anos e, embora moramos juntas, às vezes nossos horários não coincidem.

Às vezes me sinto péssima por não passar o tempo que gostaria com ela. Prometi a mim mesma que aliviaria a minha agenda, mas algo me fez encaixar uma última paciente nos meus horários.

— Eu sei, amor — disse, enquanto me dirigia para o consultório, tentando por tudo não xingar ninguém que se atrevesse a passar com o carro na frente do meu.

— Arizona — a voz cabisbaixa de Eliza partiu o meu coração — havíamos combinado de sair.

— Eu só tenho essa paciente — pensei por um instante — um e mais um, na verdade... e prometo chegar em casa a tempo.

— Quer saber — Eliza respirou fundo e eu soube na hora que ela estava com muita raiva, era isso que ela fazia quando estava a ponto de explodir — não precisa mais vir, fique aí nesse maldito consultório o tempo que achar que deve ficar.

Não sei porque Eliza se irrita tanto, ok ok sei que às vezes exagero ficando um pouco mais tarde, mas não posso deixar os pacientes de lado, não é?  Ou posso?

Interrompi esse pensamento tão rápido quanto a maneira rápida com que ele se acomodou na minha cabeça, precisava voltar ao trabalho.

Em um dos semáforos vermelhos, me dediquei a olhar rapidamente a ficha da minha paciente.

Calliope Torres

Me vi presa a esse nome, será que a mulher em questão era tão linda quanto o nome? Certamente eu não esquecerei esse nome em hipótese alguma... tão diferente quanto o meu, seria quase impossível.

No caminho até o consultório, ainda presa ao nome da minha paciente, me peguei fazendo inúmeras deduções a respeito dela: será que Calliope é aquele tipo de mulher rica e fútil que, ao não comprar a bolsa tão aclamada do ano, se ver tão mal que precisa de acompanhamento profissional para lidar com os problemas acarretados em decorrência da ausência supérflua de um objeto/item?

Parece a coisa mais idiota, mas ultimamente tenho atendido inúmeros pacientes assim.

Havia algo dentro de mim que sinalizava incansavelmente que Calliope não era esse tipo de mulher. Talvez ela fosse de fato uma mulher com problemas reais, muito mais sérios do que o vazio causado por qualquer objeto facilmente substituível.

Internamente eu torcia para que fosse capaz de ajudá-la, precisava disso, precisava saber que fui útil para alguém, ainda que eu não a conhecesse.

Mais que tudo, eu precisava sentir que ainda era capaz de fazer isso, ainda que eu estivesse enfrentando grandes dificuldades dentro do meu relacionamento eu queria sentir que podia ajudar alguém,  mesmo tendo um péssimo dia.

Eu precisava me agarrar a isso para me sentir viva novamente. Seja qual fosse o caso de Calliope, eu me esforçaria com afinco para ajudá-la a encontrar seu equilíbrio emocional.

Assim que cheguei na clínica, comecei com os atendimentos, um por um. Apesar de essa ser a rotina a qual eu já estava acostumada há algum tempo, não conseguia deixar de lembrar do nome Calliope. Por algum motivo ainda desconhecido, estava ansiosa para atendê-la.

Havia aquela famosa sensação de se estar fazendo algo pela primeira vez, era isso que eu sentia a medida que que os ponteiros indicavam que o horário da consulta dela estava próximo.

Repentinamente o nervosismo tomou conta do meu corpo. Eu tinha apenas um nome, sequer a havia visto ou escutado a sua voz. Por mais que eu me esforçasse para tentar entender o porquê desse comportamento atípico, algo me dizia que seria em vão.

Me vi pedindo silenciosamente para que o tempo corresse mais depressa, somente para que eu enfim pudesse conhecer a mulher que no momento vagueava entre os meus pensamentos, o que era muito esquisito, eu não tinha nenhum traço de Calliope ou forma para que eu pudesse ao menos me apegar.

Ao abrir a porta deparei-me com uma morena de cabelos pretos, seus olhos escuros tão lindos quanto o universo.

Ela usava uma calça legging preta e por cima do top escuro uma blusa de um tom rosa pastel que desenhava e destacava as curvas de seu corpo.

Foco, Arizona. Lembre-se de que tem namorada, obriguei-me a pensar em Eliza.

Provavelmente Calliope estava na academia e veio diretamente para o meu consultório.

Com aquele corpo tão em forma, eu imaginei quantas horas a morena devia passar dentro de uma academia.

Por um instante eu me questionei o porquê de está tão presa à beleza daquela mulher. 

Impossível não observá-la, quando ela aproximou-se e veio caminhando em minha direção para sentar-se na cadeira em frente a minha mesa eu realmente achei que meu coração fosse parar, na realidade eu acredito que ele chegou a parar por um instante.

De repente eu me vi sem palavras, e essa foi a primeira vez que um paciente foi o motivo.

Para Sempre SuaOnde histórias criam vida. Descubra agora