Capítulo 3

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POV ARIZONA ROBBINS

Ao voltar do meu transe, perguntei para a senhorita Calliope se ja podíamos começar a sessão.

Era nítido o quanto estávamos nervosas, embora não soubéssemos o motivo, sabíamos que tinha a ver com a presença uma da outra.

Ela relaxou os ombros, soltando o ar que só então havia percebido que estava segurando desde o momento em que passou pela porta.

— Podemos sim — respondeu simpática — pode me chamar de Callie, apenas meus pais têm o hábito de me chamar por Calliope — completou sorridente.

— Então não gosta do seu nome? — perguntei, organizando a ficha da mesma sobre a mesa — Há algum problema se eu chamá-la de Calliope?

A morena de olhos negros sorriu nervosa, certamente ela não esperava que eu fosse pedir para chamá-la assim.

— Oh, não — respondeu rapidamente — gosto do meu nome — ela fez uma pausa pensando em como se explicar — ele é diferente e muita gente não sabe pronunciá-lo — Calliope concentrou seus olhos nos meus — coincidentemente você foi uma das poucas pessoas que conseguiu pronunciar da maneira correta, não há problema nenhum se deseja me chamar por Calliope.

— Então tudo bem — lhe ofereci um sorriso simpático — irei apenas chamá-la de Calliope — após organizar a ficha da mulher sentada a minha frente, pousei as duas mãos sobre a mesa, me inclinando levemente para encará-la — Agora como posso ajudá-la?

Observei a morena ficar pensativa, quase como se estivesse pedindo ajuda.

— O que a levou a procurar os meus serviços? — perguntei pacientemente, sempre mantendo meus olhos fixos nos dela.

— Olha — começou a morena — você vai me achar uma doida por estar aqui, por causa de uma paranóia minha, juro que não sou... É que acho que meu noivo está me traindo.

— Não acho que seja doida só por pedir a minha ajuda. Mas por que acha que ele a trai? Vocês não fazem mais coisas de casais? — perguntei, tentando entender a situação que a levou até meu consultório.

— Talvez ele me traia por não me achar atraente, talvez ele não queira casar comigo e... — Calliope me olhou, meio tímida— não, não estamos fazendo muitas coisas de casais, ele tem chegado tarde em casa.

Depois de ouvir pacientemente o que Calliope disse, cheguei a uma conclusão: o cara era definitivamente burro, mas claro que não iria falar isso para a minha paciente apenas disse que a ajudaria.

Ao olhar para o relógio, vi que a nossa consulta tinha acabado, nos despedimos e ela saiu do meu consultório, deixando o rastro da sua loção corporal para trás.

Ao chegar no estacionamento, a vi falando no telefone parecia impaciente e com uma expressão de raiva como se algo tivesse acontecido.

Me aproximei devagar perguntei se estava tudo bem com ela. A forma sorrateira como cheguei a assustou e eu fiquei sem graça imediatamente.

— Que susto dra Arizona — disse, levando a mão ao peito como se estivesse acalmando o coração do grande susto que levou — aconteceu é que o meu melhor amigo esqueceu de vir me buscar e não está me atendendo, pois o meu noivo não sabe e o meu carro está em manutenção.

— Fora do meu ambiente de trabalho eu sou apenas Arizona, certo? — sorri gentilmente para a morena — Se você quiser, posso oferecê-la uma carona — sugeri, temendo que a mesma não fosse aceitar.

Após balbuciar por um tempo, Calliope finalmente respondeu — Eu posso aceitar, Arizona, mas — a morena estava levemente sem graça — tem certeza de que eu não irei incomodá-la? Não quero atrasar seus compromissos.

— Calliope por favor, eu insisto que aceite, de maneira alguma será incômodo — a guiei até o meu carro.

Enquanto manobrava o carro para sair do estacionamento, pedi para que me informasse o endereço para onde ela queria que eu a levasse e coincidentemente me dei conta de que era a duas quadras da minha casa.

Durante o trajeto eu liguei o som e estava tocando uma música que eu gosto muito.

— Adoro essa música — falei baixinho, não imaginando que ela se ateria a isso.

Pelo cantinho do olho observei que ela sorriu — Também adoro essa música — disse, em seguida.

Depois que a música acabou, conversamos sobre coisas aleatórias e acabei descobrindo que ela gosta de sushi.

Acho que não consegui esconder o quanto aquelas informações a respeito da morena me deixaram surpresa e entusiasmada com a possibilidade de sermos amigas.

Eliza não curte as coisas que eu gosto, o gosto musical dela passa bem longe do meu e quase nunca vamos comer sushi porque ela não gosta, geralmente eu vou sozinha.

Após deixá-la em casa, segui para a minha certa de que precisava apenas da minha cama para descansar. Assim como os outros dias, esse não fora diferente: corrido e cansativo.

Tomei um banho que foi capaz de recarregar todas as minhas energias, ao terminá-lo senti meu corpo relaxar.

Liguei para Eliza, pois precisava saber se a mesma jantaria em casa, caso contrário eu prepararia algo somente para mim.

Tentei falar com Eliza pela terceira vez, mas caiu na caixa postal. Apenas desisti, assim como as outras noites essa não seria diferente, pois mais uma vez estaria jantando sozinha.

Assim que acabei minha refeição, me certifiquei de deixar tudo limpo e em seguida fui fazer minha higiene pessoal, querendo terminar o mais rápido possível para jogar-me na cama macia que chamava por mim.

Para Sempre SuaOnde histórias criam vida. Descubra agora