Capítulo 6

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  - S/N. – Ouço uma voz de fundo me chamando, enquanto uma mão gelada, toca o meu rosto. – Acorda, temos que sair daqui.

Puxando o ar com força, eu abro os meus olhos e vejo que ainda me encontro no banheiro, porém estou deitada no chão e a minha cabeça está deitada em algo macio, e ao levantar a cabeça um pouco, vejo que estou com a minha cabeça na perna da Kirari.

Eu poderia achar que o que aconteceu a alguns minutos atrás, não passa de um delírio da minha cabeça, mas eu ainda sinto a dor na minha cabeça, a moleza no meu corpo ainda se encontra presente, assim como me sinto arrepiada de frio.

- Você consegue ficar de pé? – Kirari me pergunta, enquanto continua a passar a mão no meu rosto.

- Não sei, acho que sim. – A respondo, e me apoiando no chão, eu consigo me sentar.

- Eu vou te ajudar. – Kirari me diz, e com a facilidade que eu invejo no momento, ela se levanta e dá a vota em mim, até ficar de pé na minha frente, e estende uma das suas mãos na minha direção. – Vem.

Se o momento não fosse tão trágico, eu poderia dizer que estamos representando muito bem uma cena de dorama.

Levantando a minha mão o máximo que eu pude, eu agarrei a sua mão fria, como se fosse o meu bote salva-vidas, e com ela me puxando para cima, eu consegui me colocar de pé, porém quando endireitei o meu corpo, tudo começou a rodar, e se não fosse por ela ter agido rápido e me segurado com força pela cintura, eu teria caindo no chão.

- Se apoia em mim, e me deixe te levar. – Ela fala com tanta calma e suavidade, que é impossível entrar em pânico.

- Tudo bem. – Eu concordo, e quando ela arruma o seu braço ao meu redor, eu passo o meu braço por cima dos seus ombros, e com calma, ela passa me guiar para fora do banheiro.

- Foi a Miyo, que fez isso com você, não foi? – Ela me pergunta com a sua voz firme, enquanto me guia pelo corredor.

- Foi. – Concordo, e quando passamos reto pelas escadas, eu percebo que não estamos fazendo o caminho que me levaria para fora do colégio. – Para onde estamos indo?

- Para minha sala. – Ela me responde, e depois suspira. – Somente a Miyo tem o antídoto, então não adianta irmos a um hospital.

- Eu bati nela, então com toda certeza ela não vai me dar. – Falo já sabendo que em breve vou partir desta, para melhor.

  - Eu cuido dela. – Kirari simplesmente me diz isso, quando paramos de frente para uma porta grande, e logo em seguida a mesma a abre, e comigo ainda me apoiando nela, ela segue até um dos sofás que tem ali, e me ajuda a me deitar.

Agora que estou deitada, pude perceber como essa pequena caminhada não me fez bem, pois agora que estou deitada, vejo que está mais difícil de respirar, estou sendo obrigada a puxar o ar com força e mesmo fazendo isso, parece que não vem ar nem um, e como uma grande consequência disso, é o meu coração que passa a bater descompassadamente e com tanta força, que parece que irá sair do meu peito.

- Eu vou atrás dela, tente ficar acordada. – Kirari me avisa, após ter colocado uma almofada atrás da minha cabeça, e ter ficado com a sua postura reta novamente.

- Não vai. – Eu pego a sua mão, quando ela dá um passo para longe. – Fica, por favor. Eu não quero ficar sozinha, eu estou sozinha a minha vida toda, agora que estou morrendo, eu quero sentir que tem alguém ao meu lado no final.

- Se eu ir agora atrás dela, você não vai morrer. – Por incrível que pareça, essa calma com frieza da Kirari, é o que está me mantendo calma. – O veneno tem um prazo antes de ficar fatal, então eu tenho que ir agora.

A Minha Mais Nova Obsessão (Kirari Momobami)Onde histórias criam vida. Descubra agora