EPÍLOGO

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O pequeno Jiang Rulan olhava curioso aquela pessoa que não saía da porta do restaurante da sua mãe. Ele achou o homem parado do outro lado da rua bastante bonito, mas nada como seu pai ou tios. Também pudera: quem seria mais bonito que os tios de Rulan?

Todavia esse não era o ponto ali. Aquele homem pareceu criar coragem e enfim decidiu se mover para empurrar a porta gigante de mogno que dava acesso ao salão.

Isso não chamaria a atenção do pequeno Jiang normalmente, mas ainda não havia passado das 10h da manhã, e o restaurante da sua mãe começava a encher todos os dias a partir das 12h.

Rulan adorava quando podia ir trabalhar com a sua mãe. Ele ganhava doces dos confeiteiros, as tias davam pequenas porções para ele provar e opinar e os demais funcionários ficam dizendo o quão forte e grandão ele é.

Tal como papai...

Isso extasiava o menino para além das nuvens. Ser igual MingJue era o ápice que Jiang Rulan poderia alcançar na vida. Não que ele não amasse o tio Huaisang, mas ser como MingJue? Rulan, do alto dos seus seis anos, não conseguia pensar em nada mais incrível.

Mesmo ele achando os demais tios incríveis, nada se comparava a seu pai gigante que o ensinou a andar a cavalo, a lutar judô junto com seus tios, cuidar dos animais entre tantas coisas mais. O menino conhecia o cheiro de MingJue da mesma forma que conhecia da sua mãe.

E sua mãe...

Como se fosse possível, ela estava ainda mais bonita e radiante do que nunca. A barriga estava crescendo pouco a pouco e Rulan não podia acreditar que ele seria um irmão mais velho também.

Tal como papai com tio Huaisang, tio Yao e tio Ling, ou como Tio Cheng e Tio Wei, ou Tio XiChen e Wangji, ou Tia Qing e Ning...

Rulan parou um instante notando que ele tinha muitos tios, afinal. Mas tudo bem, ele recebia presentes de montão. Principalmente do tio Wangji, sempre sério, ele sempre ganhava as coisas mais legais.

Aliás, o tio Wangji dava um pouco de medo em Rulan algumas vezes, mas o homem sempre sabia quando o menino precisava de alguma coisa enquanto o tio Wei só sabia entrar em desespero com as lágrimas da criança. E ele era um excelente professor de judô pra Rulan.

Na última prova da Fundação Bichen, Rulan havia conquistado sua faixa cinza ponteira amarela e ele se sentiu incrivelmente feliz com o olhar orgulhoso do tio Wangji por ele ter ajudado a acalmar sua parceira de treino que estava nervosa antes da prova.

Esse é o espírito judoca, afinal.

O homem estranho conversou com a Lili, a recepcionista da mãe, e ele achou estranho como ela saiu toda esbaforida atrás de YanLi.

Que pessoal esquisito. É só um cliente novo meio chato.

Rulan deu de ombros e resolveu que iria até a cozinha conversar com as tias. Quem sabe elas estivessem precisando de ajuda pra separar as verduras. Mamãe o havia ensinado a escolher os melhores.

E assim Rulan foi ficar na companhia dos funcionários que o receberam alegremente já o enchendo de guloseimas.

O pequeno estava entretido ajudando a separar tomates quando Lili entra ofegante na cozinha perguntando onde estava Jiang Rulan.

- Rulan! Rulan!

- Estou aqui, tia Lili. – O garotinho estava enterrado em um monte de tomates pra diversão das tias da cozinha. Era sempre divertido ver como ele as "ajudava" a escolher os tomates.

A regra era clara: "os tomates estariam bons se fossem tão incríveis quanto Rulan". Ninguém entendia de onde vinha tamanha autoestima. Quando questionaram na frente de YanLi, ela gentilmente desconversou e deixou todos acreditarem que teria sido de Jiang Cheng.

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