Depois de dois orgasmos maravilhosos, ficamos juntos na cama e acabamos dormindo. Conversar com alguém pós sexo não foi estranho, dormir nos braços dessa pessoa é que foi estranho. Isso era algo novo para mim. Nem Gustavo teve esse privilégio.
Sentir o corpo quente e ainda nu de Taehyung causa uma sensação estranha em mim. Sua respiração leve e serena me acalma. Passo a ponta dos dedos em seu rosto, fazendo um carinho suave. Beijo sua bochecha e sinto seu braço apertando minha cintura, dando sinais que acordou. Deixo um riso envergonhado escapar e o vejo sorrir ainda de olhos fechados.
- Se isso for um sonho não me acorde! -diz apertando mais uma vez a minha cintura e deixando nossos corpos colados.
- Deixa de ser bobo garoto. -sussurro para ele enquanto roço a ponta do nariz em seu pescoço.
- Não sabe o quanto eu pensei, imaginei esse momento. Só não achei que seria tão difícil assim te conquistar. -confessa virando e ficando de frente para mim.
- Quero saber quem te disse que me conquistou.
- Seus gemidos. -me beija antes que pudesse lhe responder.- Sua tentativa de me seduzir descaradamente. -agora minhas bochechas são atacadas.- Os beijos insaciáveis que me roubou desde o primeiro dia. -quando chega em meu pescoço é minha ruína.- Sem contar a rebolada divina, digna de um prêmio, que você deu só para me satisfazer. -antes que pudesse responder Taehyung está em cima de mim, devorando meus lábios e esfregando sua ereção matinal em mim.
- Só porque nós transamos não quer dizer que eu seja sua. -provoco enquanto ele se distrai apertando minha coxa e entrelaçando nossas pernas.
- Tatazinha, você é minha desde Paris. Lá naquele banheiro, quando gemeu o meu nome mesmo estando nos braços de outro. -ele me confirma que viu tudo aquela noite e como provocação finge uma estocada firme.- Tive certeza naquele momento, é tão minha quanto sou seu.
- Convencido… -sinto uma mordida em meu ombro e solto um gemido.
- Pode não admitir, mas sabe que é verdade. Isso me basta por enquanto.
Estamos nos preparando para uma boa transa matinal quando escutamos Beatriz berrando por Jimin pela casa. Consigo ouvir seus pés batendo firmes na madeira da escada, mas quando uma voz masculina diferente surge fico confusa.
- O que o Jungkook está fazendo aqui? -Taehyung se pergunta em voz alta tirando o rosto do meio das minhas pernas.
- Jungkook? -faço uma careta insatisfeita, tudo que eu não precisava era de mais um para atrapalhar meus momentos com Taehyung, a Rebeca já é mais que o suficiente.- Deixa que eles se entendem. -resmungo agarrando seus ombros e o puxando para mim.
- Mas…
Antes que argumentasse qualquer coisa comecei a beijá-lo, mas a gritaria na sala em frente ao quarto acabou com todo o clima. Abro a minha mala e pego minha camisola, vou ver o que está acontecendo enquanto Taehyung se joga novamente na cama. Vejo Beatriz reclamando um monte em cima de Jimin enquanto o coitado tenta acalmá-la.
- Gente, o que foi dessa vez? -pergunto esfregando minha mão no rosto.
- Park Jimin é o problema! -Beatriz é a primeira a responder cruzando os braços.
- Não tenho culpa nenhuma se aqueles dois não conseguem nem respirar o mesmo ar! Eu não fazia ideia que ela também viria! -Jimin tenta se explicar e abraçar uma Beatriz teimosa.
- Eu vou embora, Noona. Não quero causar problemas…
- NÃO! -Beatriz e Jimin interrompem e gritam com Jungkook.- Você vai ficar. E aguentar toda e qualquer provocação, simples assim. -Beatriz decide o que vai ser feito e fala com Jungkook enquanto tenta se soltar do abraço de Jimin.
- Descobriu o que aconteceu? -ouço a voz de Taehyung depois de sentir um beijo em meu pescoço anunciando sua chegada.
Antes que pudesse responder qualquer coisa Beatriz agarra meu pulso para segui-la. Acabando com qualquer plano meu de voltar para o quarto com Taehyung. Respiro fundo e vou para a cozinha preparar algo para comermos. A cada objeto que Beatriz pega é uma reclamação diferente. Pelo menos assim consegui entender o que estava acontecendo.
Aparentemente assim como eu, Beatriz tinha sido interrompida por Jungkook chegando. O problema maior é que não estava nos planos ele estar aqui, já que Rebeca foi convidada. Juntar esses dois no mesmo ambiente não estava dando muito certo. Então onde um ia o outro não ia, aparentemente Jimin esqueceu desse pequeno, enorme, detalhe. Rebeca chegaria em poucos minutos e o plano era relaxarmos. Não ficar separando os dois de brigas idiotas. E não deu em outra, em pouco tempo, lá estávamos nós de novo no meio de outra briga em menos de quinze minutos. Rebeca não se conformava com a presença de Jungkook na casa. Ela nem precisou ver o garoto, o carro dele na garagem bastou.
Me pergunto como sabia qual carro era o dele.
- Eu poderia ter sido avisada! -Rebeca reclama pela milésima vez.
- Você fala como se eu soubesse! -ver as irmãs brigando já era comum para mim, pelo menos o suficiente para saber que não devo me meter.- Estava com a boca ocupada na hora que o seu namoradinho chegou. -Beatriz debocha da própria irmã e a confusão está feita.
Algo que nunca fez sentido para mim é o fato de Beatriz não suportar a ideia de ver uma de nós transando, mas não ter um pingo de filtro quando é ao contrário. Já ouvi cada coisa, se não fosse tão assanhada quanto ela, teria me traumatizado. As duas estão trocando farpas quando os meninos descem. Olho em direção a escada e meu corpo gela dos pés à cabeça ao ver Taehyung vestindo uma camisa do rock in rio. Aquilo não podia estar acontecendo.
Porque eu ainda guardo aquela maldita camisa.
Querida, esquece o Sr. imprestável, é com essa daqui que você tem que se preocupar!
A diabinha aparece ao meu lado apontando para Rebeca, depois de ter me dado um dia inteiro de folga. Tudo que não preciso nesse momento é de uma crise de ciúmes da Rebeca por causa de roupa.
- Promete que nunca vai brigar comigo em Português? -Taehyung fala me tirando dos meus devaneios e me abraçando enquanto Jimin passa direto por nós tentando apartar a briga das irmãs.- Eu quero pelo menos entender quando for xingado, é o mínimo. -explica dando os ombros ao ver minha testa franzir.
Não consigo segurar o riso e o beijo, Taehyung me prende em seus braços fazendo o beijo durar mais que o esperado. Quando nos separamos encontramos Jungkook parado na escada com os olhos esbugalhados. Chega a ser fofo. Não entendo o porquê de Rebeca implicar tanto com o menino.
- Quando isso aconteceu? -Jungkook pergunta apontando freneticamente para nós dois.
Taehyung dá os ombros e volta a se engalfinhar no meu corpo. Parecendo um gatinho manhoso. Jimin se aproxima de nós se dando por vencido, até conseguiu acalmar Beatriz, mas ainda faltava a nossa caçula.
- Não sei mais o que fazer, tatazinha? -Jimin resmunga sentando ao meu lado e me fazendo uma cara dengosa para resolver o caos das duas.
- Ei! -Taehyung faz cara de bravo por ver seu apelido ser usado por alguém que não fosse ele.- Você fez a besteira, deixa minha mulher fora disso, ela está ocupada comigo. -aperta mais minha cintura enquanto fala.
- Com a Rebeca só uma coisa funciona. Voz de comando, ela trava com vozes firmes. É uma coisa bem estranha, por que ao mesmo tempo não suporta que gritem com ela. -explico abraçando Taehyung e brincando com seu cabelo bagunçado.
- Lebeca, chega não é mesmo! -Jungkook fala grosso pegando todos de surpresa.- Já estamos os dois aqui e nenhum de nós vai embora, porque não fingimos que o outro não existe.
A forma como fala com ela mostra que prestou atenção no que disse para Jimin. O mais engraçado é ver Jungkook cheio de si para fazer algo tão simples. Chegando até a estufar o peito e fazer uma cara de marrento. Está nitidamente provocando. Não teremos um minuto de paz, consigo ver isso.
- Eu vou matar ele se no mínimo ele não aprender a falar o meu nome direito! -Bufa cruzando os braços e resmungando em portugues já começando com a proposta de ignorá-lo.
- Dá um tempo pro cara! -defendo o coitado levando um olhar mortal de Rebeca.
É nessa hora que meu medo volta, a vejo passar o olho pela blusa de Taehyung. Faz uma careta, mas passa por nós sem falar nada e fazendo questão de bater com o ombro em Jungkook. O menino se controla empurrando a bochecha com a língua e não faz nada. Por sorte o restante do dia foi realmente tranquilo, Jungkook cumpriu a sua parte e se manteve longe de Rebeca. Respirava fundo quando ouvia piadinhas e deboches, mas tive a impressão que na verdade suspirou quando a viu de biquíni. Não acho que Rebeca ou mais alguém tenha notado, ele conseguiu disfarçar muito bem.
Com a casa cheia qualquer momento a sós era desculpa para Taehyung me agarrar. Sempre me arrastando para o banheiro mais próximo, como na primeira vez. Começo a achar que seja algum tipo de fetiche para ele transar contra a pia do banheiro. A volta para casa foi diferente. Dessa vez não dormi, fomos conversando o tempo todo. Tudo parecia um sonho, a diabinha tinha praticamente sumido, mesmo com tudo nossos caçulas da família se comportaram. No início tive medo que essa viagem fosse ser insuportável, agora tenho medo de tudo voltar ao normal quando chegarmos em Seoul.{...}
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Minha segunda chance
FanficUm beijo surpresa e memorável. Um reencontro conturbado. Novos membros na família. Uma viagem relaxante. Decidir entre dois amores pode não ser uma tarefa fácil, mas uma hora acabamos nos rendendo.