(7) 七 SHICHI

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Se todo o pelotão já não soubesse o caminho de volta quase que institivamente, as chances de terem se perdido teriam sido imensas. Eles estavam em um período de considerável paz, mas isso não excluía as missões cansativas e exigentes, e Kyoko parecia apenas receber aquelas.

— Eu vou até o Yondaime reportar a missão — anunciou Kyoko, assim que eles passaram pelos portões de Konoha — Vejo vocês depois.

O restante do pelotão apenas assentiu, cada um seguindo o próprio rumo, ansiando por sua própria cama, depois de tanto tempo. Tudo que Kyoko também queria era chegar em casa, se livrar de seu uniforme imundo e um descanso de qualidade para variar um pouco. Só que os momentos de reporte era um dos poucos em que conseguia ver Minato no dia a dia, então não costumava fugir deles. Ela também tinha uma excelente memória, por isso não reclamava de ficar responsável por aquela tarefa.

O problema daquele dia foi que a garota estava tão distraída e cansada que não percebera que parte mais ao fundo da Vila parecia ter sido atacada.

— Oi. Vim reportar a conclusão da minha missão ao Yondaime — disse ela ao ninja do lado de fora da sala do Hokage, que estranhamente parecia silenciosa demais.

— Yondaime? Onde você estava que não ficou sabendo do que aconteceu? — perguntou o ninja, sem dar importância ao fato da garota ter empalidecido, seu próprio cansaço impedindo que reconhecesse a jovem — Yondaime morreu semana passada.

— O quê? — sussurrou ela, sem perceber que começava a andar para trás.

— A Kyuubi apareceu. Yondaime e sua esposa morreram para selá-la em um bebê — continuou ele, e, antes que pudesse fazer alguma coisa, Kyoko saiu correndo.

Aquilo não podia ser verdade. Ela precisava encontrar Minato.

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— Nesse ritmo, logo terminamos de consertar os estragos da Kyuubi — comentou Asuma, quando todos pararam para descansar um pouco depois de almoçarem.

Kakashi não estava realmente prestando atenção na conversa de seus amigos. Na verdade, desde o dia do incidente, estava preocupado com a reação de Kyoko quando voltasse de sua missão, ficava atento aos seus arredores, como se a qualquer instante pudesse vê-la em algum lugar. Era pouco o que ele conhecia da garota, mas sabia que era muito apegada tanto a Minato quanto a Kushina, a ponto de considerá-los sua família. Se ele próprio não estava sabendo muito bem lidar com aquilo, duvidava que Kyoko fosse se sair melhor.

— Kakashi? — repetiu Kurenai, tentando obter uma resposta do grisalho — Você está me ouvindo?

Ele não estava. Naquele momento ele sentiu o chakra que ele buscava na Vila se aproximando, e logo ele a avistou correndo pelos telhados e se pôs a segui-la.

Ela estava fazendo o caminho até a casa de Minato, ela já sabia.

— Kakashi! — Kurenai o chamou, que, estranhando a ação do garoto, se pôs a segui-lo, assim como Asuma.

Por estar tão perturbada, Kyoko não sentiu a presença de um ninja se aproximando, por isso se assustou mais do que deveria quando um braço passou pela sua cintura e a puxou em direção ao chão, segurando-a firme para que ela não se afastasse. Depois de uma aterrisagem não muito perfeita, ela quase começou a gritar com o desconhecido, mas, quando o reconheceu como Kakashi, ela congelou.

Agora ela confirmaria, só que não sabia ao fundo se ela queria mesmo uma resposta.

— Me diz que não é verdade – pediu ela em um sussurro, se desvencilhando os braços do garoto, mas não se afastara nem um passo. Seus olhos implorando para que ele desmentisse o que ouvira – Por favor, me diz que não é verdade.

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