11#Se prepara.

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Alice:
Passou-se algumas semanas e nós estávamos bem como casal e família,agora faltava uma semana só para o aniversário da Laurinha,eu estava uma pilha de nervos atrás de tudo que a Barbie princesa sereia queria.
-Filha,você precisa escolher a roupa-falo vendo ela com cara de quem não gostou,já era o sexto vestido que provava.
-Mamãe,eu não gosto desse-diz fazendo beicinho.
-Ok...tem mais duas lojas aqui,então vamos vê se encontramos um de seu agrado-sorrio,ela sorri concordando.
Saímos da terceira loja,minha filha estava muito exigente,lembro que à pouco tempo eu comprava o que queria e ela usava e estava feliz com o que ganhava,agora ela falava que não gostou e fazia cara feia,então eu tinha que levar ela pra comprar o que gostava.
Andamos um pouco e chegamos na loja,entramos e ficamos vendo os vestidos que estavam pendurados,os da vitrine eram de bebês,então não nos prendemos a coisas tão fofas.  Ela olhava atenta a cada vestido e eu a observava,estava cansada,estávamos andando basicamente o dia todo e até agora conseguimos as coisas da festa,mas nada do vestido que ela iria usar.
-Boa tarde senhora,gostaria de uma ajuda?.
-Claro,por favor.
-Tem alguma coisa em mente,ou posso mostrar o que tem mais saído da loja?.
-Minha filha quer um vestido de princesa,mas bem bonito mesmo por favor,estamos andando o dia todo e eu não tenho mais vontade de continuar andando-falo quase que em súplica e a moça sorri.
-Esperem aqui,logo trago os melhores vestidos de princesa que tenho na loja,podem sentar aí-diz apontando para uma fileira média de cadeiras e logo se vai.
Ficamos um tempinho ali,até que vejo um casal conhecido,mas eles pareciam descutir sobre algo,então nem falei nada,mas aí do nada ouço meu nome sendo dito e quando olho,vejo a moça me olhando com cara de fúria.
-Alice?-diz sorrindo.
-Oi,Enzo não é?-sorrio normal,não queria ser grossa,mas também não queria que a namorada dele avançasse em mim por nada.
-Sim,nossa eu queria mesmo falar com você,mas o Miguel não conseguiu me arrumar seu número,seus pais também acharam melhor não me dá.
-Para que quer meu número?-pergunto confusa.
-É Enzo,pra que quer o número dela?-diz séria e possivelmente irritada.
-Eu estou terminando uma história muito massa e quero transforma-la em filme e assim que te vi depois de anos,achei que podia fazer parte desse meu filme.
-Eu?,tem certeza?.
-Sim Alice,mesmo com alguns anos fora da mídia,seu nome ainda é o mais pesquisado,requisitado,suas fotos as mais procuradas,você e mais alguns atores afastados da mídia iriam alavancar meu filme,essa vai ser minha segunda produção,mas o primeiro filme não teve o peso que eu queria,todavia você chegou na hora certa-diz animado.
Vejo a expressão da namorada dele suavizar e agora a vendedora que já tinha retornado,me olhava com uma expressão de surpresa.
-Por favor Alice,aceite trabalhar comigo nesse filme,vai ser uma honra te ter conosco,a Camila também vai me ajudar,não é amor?-ele agora olha para a Camila e ela sorri.
-Olha Enzo,gostei muito do convite,mas primeiro eu tenho que conversar com o Felipe,preciso também da uma lida no personagem,na história e depois eu te dou uma resposta.
-Tudo bem,não precisa de rapidez,só me dá seu número ou e-mail por favor.
-Ok.
Pego um papel do bloquinho que eu sempre levava comigo,para anotar coisas que talvez eu precisasse,anoto meu e-mail com nome e sobrenome,destaco o papel e entrego em sua mão.
-Obrigado Alice,logo entro em contato-ele sorri e eu também.
-Nada,obrigada você. Vou ficar aguardando,vão com Deus.
-Fica com Ele também-eles saem acenando.
-Você é a Alice Salvatore?-pergunta a vendedora.
-Sim-sorrio.
-Nossa,que honra,tira uma foto comigo.
-Claro.
Ela puxa o telefone e põe na câmera frontal,eu poso pra foto junto com a Laurinha e a moça bate várias fotos.
Depois da pequena sessão ela nos mostra os vestidos,a Laura veste e por fim escolhe um rosa rodado,a bainha era cheia de flores,a parte do busto era justa,tinha manga de princesa,era lindo de mais o vestido.  Fizemos o pagamento e fomos para casa.
No mesmo dia o Enzo me envia o material e eu passo o fim de semana lento tudo,a história era muito boa,porém era um tanto adulta,eu sabia como tudo funcionava,mas meu marido não e eu sabia que ele não gostava que eu trabalhasse com outros homens,ou recebendo o toque de outros homens,mesmo que fosse só cena.
Segunda de manhã:
-Oi amor-falo chegando na cozinha,beijo seu rosto e olho o que tinha pra comer.
-Fala aí gata.
Hoje ele me deixou dormir e fez o café,tinha acordado cedo e eu sempre acordava quando percebia que ele não estava ao meu lado.  Tinha feito o café e misto quente(pra ele),arrumo alguns mistros pra mim e ponho no aparelho de esquentar,depois ponho meu café e adoço.
-Acordou cedo hoje.
-Trabalho...
-Tudo bem?.
-Tudo e tu,tá bem?.
-Bem sim-sorrio.
-Vou trampa mais cedo hoje,depois que as cria já tiverem ido pra escola,tu brota no escritório-fala do seu jeito normal.
-Pra que?-pergunto curiosa.
-Vou te ensinar a atirar.
-Mas pra que isso agora?-tiro meus pães do aparelho e coloco-os no prato,depois volto a me sentar.
-Quero te ensinar a atirar,preciso que ande armada,que se cuide,que cuide das crias.
-Por que isso Felipe?,estamos 5 anos morando juntos,quase 6 anos e você nunca pensou em me dá uma arma,em me ensinar atirar.
-Ja disse!-fala irritado.
-Por isso brigamos sempre,porque não me conta as coisas!!-falo irritada também.
-Quer saber o que?,que eu tô sofrendo ameaças?,que o Talibã também tá sofrendo ameaças por causa de mim?,por ser meu amigo,meu irmão,meu cunhado?-ele põe a mão no rosto como se tivesse limpando suor,mas passa a mão bem de vagar.
-Desde quando?...-era só o que conseguia sair da minha boca
-Um,dois meses por aí.
-E não me disse por que?.
-Não queria te preocupar...
-Ah,não queria me preocupar,e eu e meus filhos podendo morrer a qualquer momento?!.
-Para de ser maluca,ninguém ia morrer,ninguém vai morrer,eu tô com tudo sob controle!!-ele grita sério e já levanta.
-Então por que eu preciso de arma?!,pra que eu preciso saber atirar?!!-levanto e fico na sua frente.
-Só precaução,ninguém quer matar vocês,o foco sou eu...
-Sabe que ainda pode sair disso tudo...
Passo a mão pelo seu peito(por cima da camisa),subo de vagar até o pescoço,ele se abaixa até eu conseguir alcançar seu rosto,então passo a mão leve ali,ele sorri sereno,mas logo fica sério de novo.
-Eu não vou sair Alice,sempre conversamos sobre isso,eu não vou sair-suspiro.
-Tudo bem...mas eu quero o seu bem,quero você vivo e só vamos conseguir isso quando sair dessa vida.
-Tu casou comigo sabendo que eu não ia sair,infelizmente tem que tá preparada pra tudo que rolar daqui pra frente.
-E se eu não tiver?.
-Se prepara-beija minha testa-,te busco umas 09:30,te amo.
-Ta bom,também te amo...amo muito.
Ele sai da cozinha e só escuto pegar a chave apressado,também escuto seu rádio da sinal e mais uma vez estava ele saindo de casa,correndo risco diário como tem sido todos esses anos que estamos juntos.  Ele sempre me diz que quem sofre mais riscos não é ele,é mais os meninos que vendem e que ficam de olheiro,já que eles quem ficam de frente,Zeus já fica na sala,qualquer coisa pula a janela e some pelo meio do morro,ou fica lá preso até a poeira abaixar.  Os meninos não,sempre ficam de frente ou correndo a ponto de morrerem encurralados.

Não toca é do chefe.Onde histórias criam vida. Descubra agora