Dois

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[ •• ]

Não confie em estranho, princesa.

Meu pai sempre dizia isso, enquanto me ensinava a fazer investimentos bons como os dele. Mas, ali estava eu, ao lado de um estranho, na parte da frente de um navio em alta velocidade, se ele fosse um daqueles que queria atingir meu pai, já teria me jogado contra o mar e as hélices do motor. Porém ele parecia, distante, pensativo e... confuso.

Ficamos em silêncio por um longo período de tempo, e eu ainda não sabia seu nome. O homem ao meu lado, tinha a barba rala e feita, os cabelos eram grandes e loiros, estavam esvoaçantes na ventania que fazia ali — ele tirou o boné, que agora estava preso na votação da calça —, os meus deveriam estar emaranhados com alguns nó. Seus olhos eram de cor clara, não conseguia identificar qual cor era com a pouca luz, as mãos estavam cruzadas e os antebraços apoiados na grade.

Ele olhava para o oceano a frente, como se conseguisse ver algo além de água e escuridão.

— O que faz sozinho em um navio? — Puxei assunto, olhando na direciona que ele olhava.

— Estava buscando um lugar para ficar sozinho — confessou sem me olhar. Bacana Paloma, você atrapalhou o cara.

— Me desculpa, se me intrometi — falei culpada. Agora quem queria se jogar dali, certamente era eu.

— Fica sussa, eu penso melhor na companhia de uma mulher bonita — respondeu, dessa vez me encarando.

Os olhos traiçoeiros e curiosos, desceram pelo meu rosto e boca — ficou por segundos a encarando com o batom rosado —, descendo em seguida para o meu busto. Meus seios estavam avantajados, graças ao decote em V que se abria e ia até minha tatuagem de uma flor de lavanda. Mostrava o quão redondos eram, o quão intocáveis eram.

— Muito educado da sua parte — trouxe seus olhos para os meus —, obrigada. — Sussurrei a última parte e ele sorriu, repuxando aqueles lábios finos e corados.

— Está me agradecendo por falar a verdade? — Elevou as sobrancelha e sorri também.

— Estou agradecendo por fazer mais que sua obrigação — falei. O homem loiro gargalhou, e aquilo ecoou no meu estômago, o que não deveria acontecer.

— Você é engraçada Paloma. — Murmurou, e meu nome na boca dele, naquele tom de voz másculo e rouco, fez eu puxar um pouco do ar, voltando a encarar a vista.

Outra vez o silêncio pairou, e eu agradeci aos céus por isso. O vento ficou mais violento e frio, agora meus dedos estavam congelando e meus queixo estava levemente trêmulo. Senti os olhos dele queimando em mim, até que ele me puxasse um pouco para perto, e notou que eu estava congelando.

— Você tá virando uma pedra de gelo — riu baixo, encarando meu rosto de perto. Ele era absurdamente mais alto que eu, mas ficaria na ponta dos pés para beijo-lo se fosse o caso.

— Tem uma piscina aquecida a poucos metros ali, quer dar um mergulho? — Indaguei. O homem olhou por cima do ombro, para onde estava a piscina.

— Parece uma boa — sorriu. — Assim você se esquentava e ficava menos congelada. — Inclinou a cabeça e assenti.

Ele me puxou um pouco, me afastando da proteção do barco e seguimos para a piscina, andei até onde estavam minhas coisas, as juntando do chão e colocando em uma mesinha, que ficava entre uma espreguiçadeira e outra, voltando a beber da minha taça que estava curiosamente gelada.

Eu o encarei desabotoar a gola da camisa, e tirá-la, jogou-a em cima de uma espreguiçadeira e em seguida a calça que usava, jogando na mesma direção. Meu Deus, se Christina Gray era bonito, aquele homem lhe dava aulas de beleza. O corpo era torneado, e a tatuagem fechando as costas extremamente pálidas, brancas como se nunca tivessem visto luz do sol, me deixou com a boca salivando.

Imaginei minhas unhas passeando pelo leão, arranhando enquanto... Respira Paloma, parece que nunca sentiu tesão antes. Vamos fingir que não, que nunca tentei ir pra cama com algum carinha que estava afim, mas conforme o tempo na corte foi passando, passei a saber filtrar quem estava querendo me levar pra cama por desejo, ou apenas para espalhar por aí. Por via das dúvidas, pela minha reputação intacta e pelo sobrenome que eu carregava, preferi não ir com nenhum deles.

Mas ali estava aquele desconhecido. Não sabia seu nome, ele somente sabia o meu e achei indelicado perguntar depois de um tempo. Olhei para ele, que mergulhou na água quente e vaporizada. Porra, sua cueca era branca, então significava que... Minha nossa senhora da bicicleta sem freio.

— Não vai se molhar? — Perguntou, ao submergir.

Pode acreditar querido, já estou molhada.

Vou sim. — Respondi. Demorei cinco segundos, para relembrar que eu só usava a calcinha da lingerie rosa rendada, já que o vestido sustentava meus peitos, e se eu usasse sutiã ficaria aparecendo. Ele notou que fiquei encarando meus peitos, e em seguida o olhei. — Melhor não.

— Está sem nada por baixo? — Indagou e assenti.

— Só estou de calcinha — confessar em voz alta fez minhas bochechas corarem. Ele sorriu malicioso.

E estou doida pra que seja você quem a tire em um futuro próximo.

[ •• ]

bota aí o teu gemido do que eu faço ctg

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bota aí o teu gemido do que eu faço ctg

META: 30🔒 (baixei)
acelera pra mim atualizar (sempre que uso o "mim" me sinto analfabeta mesmo sendo o correto)

Um Jogador No Meu Natal ━━ Leo PereiraOnde histórias criam vida. Descubra agora