No dia seguinte, Draco e seus irmãos estavam ainda em sua comunal pensando seriamente em se esconderem nos dormitórios para não irem à aula.
A preguiça que os três estavam sentindo em comunhão, não era muito estranha para eles, já que nunca tinham vontade em ir para dividir horas com a grifinória.
Iam apenas para observarem o trio de ouro. Agora que estavam próximos deles, não precisavam mais olhar escondidos... ainda mais agora que Draco e Pansy falaram o que havia acontecido.
E Blaise sentindo vergonha pelos dois, rapidamente comprou a ideia de não ir para a aula. Coisa que se fosse nos dias normais, ele não aceitaria e obrigaria os dois a irem.
Mas quem disse que Snape iria fazer o mesmo que Blaise?
- Por que não foram ao café da manhã? - perguntou o professor de poções.
- Tio, eles estão com vergonha de dividir a aula com a grifinória. - Blaise explicou, enquanto sentava em sua cama e abria na página que havia marcado do livro.
O professor franziu as sobrancelhas, seu filho o explicou sua parte e sua amiga fez o mesmo. Ambos os adolescentes estavam envergonhados, mesmo que em mente, eles sabiam que iriam ter que enfrentar os leões novamente.
- Vocês vão à aula sim, se estão assim é porque obviamente não dá mais para esconder. Arrumem esses rostos, podemos não ter a coragem da grifinória, mas não somos do tipo que se deixam ser impedidos de alcançar o que queremos. - Snape discursou, logo pegando a capa de cada um e os entregando.
E quase os empurrando do dormitório para as aulas, o da capa esvoaçante bateu na porta da aula da professora McGonagall.
A mesma abriu, soltando um som de surpresa por o ver ali. - O que posso fazer pelo senhor, professor?
- Sua aula começou? - ele perguntou.
- Não, todos ainda estão se sentando em seus lugares. - Ela respondeu olhando para os três adolescentes que estavam sem expressão. - Posso perguntar o que está acontecendo?
- Esses três iriam chegar atrasados, então me pediram para que explicasse a você, para que não achasse que estariam mentindo. - Explicou a falsa situação e quase sorriu com uma ideia que veio em sua mente. - Poderia deixá-los entrar?
- Tudo bem, apenas porque pensaram bem em quererem explicar seu atraso. - os deu passagem para dentro de sua sala, quando seria a vez da professora entrar, ouviu seu nome ser pronunciado novamente pelo professor de poções.
Enquanto Pansy arrumava suas coisas contra sua vontade, Blaise tentava não rir dela e do loiro. Ambos se colocaram em uma situação bem complicada...
E definitivamente vergonhosa.
Foi quando a voz da professora soou alta na sala, chamando seus nomes. - Senhores Malfoy, Zabine e a senhorita Parkinson, por favor, se levantem e troquem de lugar.
Ambos os três ficaram confusos, mas não mostraram isso para ela. Então Draco finalmente falou pelos três.
- Onde quer que nos sente? - questionou.
- O senhor com o senhor Potter, Parkinson com Senhorita Granger e Zabini com o senhor Weasley. - respondeu calma, os vendo parados por alguns segundos, mas logo se movendo para perto dos grifinórios.
Rony que estava sentado ao lado de Hermione, desejou boa sorte a ela e ao seu amigo, logo passando para a cadeira de trás para que o sonserino pudesse sentar junto a ele.
E Draco, ao contrário de seus irmãos, teve que esperar mais alguns minutos em pé para que Neville arrumasse suas coisas, e o deixasse sentar de uma vez.
Quando estavam todos em seus lugares, ouviram os cochichos por toda parte, a professora ordenou que todos se calassem e deu início a sua aula. Draco tentava ao máximo não olhar para o lado, o moreno lhe encarava de vez em quando. Se mantendo focado na aula, para ter a desculpa que queria prestar atenção.
Mas sentiu uma mão em sua coxa, rapidamente olhou vendo que o moreno escreveu algo em um pedaço de pergaminho.
"O que aconteceu? Por que quase chegaram atrasados e precisaram trocar de lugar? "
Draco o olhou pela primeira vez desde que havia entrado naquela sala, e tentou procurar a resposta certa para ele, mas apenas respondeu com sinceridade.
" Eu iria faltar hoje, mas o professor Snape não permitiu. " Respondeu escrevendo sem nem mexer em suas mãos.
" Está se sentindo bem? Quer que eu o leve a enfermaria?
Obs: como conseguiu escrever sem nem mesmo usar as mãos? " Devolveu o bilhete.
Malfoy olhou o papel e sorriu minimamente para que apenas Harry visse e respondeu: " Não estava com coragem de o encarar depois de ontem, e sobre como escrevi... É um feitiço da mente. "
" Não sabia que conseguia fazer magia sem varinha." Harry devolveu o bilhete.
"Não consegue fazer?"
"Não, eu não consigo fazer magia sem varinha." Harry o respondeu.
Draco o olhou espantado, em sua cabeça todos conseguiam fazer. "Como assim não consegue fazer? Isso é algo natural, não é?"
" Pelo que eu saiba, só alguns bruxos poderosos podem fazer. E mesmo assim, muitos poderosos também não conseguem. Hermione que é um gênio não consegue, e nem eu. " O explicou, vendo o loiro ficar espantado e olhar para suas mãos como se estivesse com medo delas.
Foi então que Harry percebeu que para o loiro isso era uma coisa natural. Mas agora ao descobrir que não era, ele estava receoso com aquilo que talvez ele fez por toda sua vida.
- Draco? - o chamou, mas o garoto estava se aprofundando cada vez mais em seus próprios pensamentos. - Draco, isso... Alguém da sua família também faz magia sem mão? - Questionou quando o loiro o olhou após ter colocado sua mão sobre a dele.
- Toda a minha família... Minha mãe, meus pais, meu avô fazia, meu bisavô também fazia. Toda a linhagem Malfoy... - falou desconcertado, como todos da sua família era uma coisa banal, não se aprofundaram em ensinar isso.
- Draco, magia sem mão requer muita estabilidade em sua mente. Você tem que ter o controle dela, pessoas ficam loucas ou se matam por causa disso. Sua mente e seu núcleo estão em união, e isso é perfeito! - O grifinório tentou o tranquilizar.
- Mas... E se me acharem ainda mais perigoso por causa disso? Eu... Eu... - pelo incrível que pareça, estava sem chão por uma coisa totalmente sem importância, mas que agora em sua cabeça estava fazendo toda a importância do mundo.
- Deveriam mesmo, você parece ser bom em tudo. E se eu não fosse seu amigo agora, ficaria impressionado, mas não com medo. Não ligue para outras pessoas que não sejam aquelas que amam você, os outros não importam nem um pouco. Magia de mão não é perigosa, se a pessoa não tentar fazer algo de ruim... Eu sei que você não vai fazer. - Falou fazendo um leve carinho nas mãos brancas como a neve.
- Como pode ter tanta certeza? - Malfoy questionou.
- Senhor Potter e senhor Malfoy, podem nos incluir no assunto de vocês? - ouviram a voz de minerva.
- Desculpe, professora. Não era nada interessante. - Harry sorriu.
- Então fiquem em silêncio, ou tirarei pontos da casa dos dois.
- Sim, senhora. - concordou Potter, mas ele apenas esperou que ela virasse as costas para escrever no pergaminho.
" Sobre sua pergunta, eu apenas sei. Você é uma pessoa boa e mesmo que não acredite nisso, basta apenas eu acreditar por nós dois." Passou para o loiro.
Draco escreveria com sua mão, mas sorriu pela resposta do moreno. Talvez, mas só talvez, ele realmente não devesse temer.
" Obrigado, Harry."
Potter olhou para ele e sorriu, ao ver que o mesmo estava fazendo como antes. - Não há de que. - Falou sem som, permitindo que o loiro lesse seus lábios pra entender.
Se o grifinório puder, sempre ajudaria o sonserino a resolver seus problemas. Não o deixaria sozinho, mesmo que sejam questionamentos banais e sem importância.
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Please don't judge me!
FanfictionAs vezes algumas pessoas podem não ser o que aparentam, devemos ter cuidado com nossas palavras. Mesmo não conhecendo a pessoa, sua fala pode machucar ao ponto de demorar para cicatrizar. Tente ler o livro, antes de o julgar pela capa!