Garoto de programa

O Inicio!

Meu pai conheceu a minha mãe em uma quermesse.

Para quem não conhece, é aquelas festinhas de rua que tinha comida típica e bebida, tudo a preço popular que acontecia na praça da cidade. Em uma dessas festas meu pai a viu e se apaixonou perdidamente, foi amor à primeira vista.

Só que meu pai era mulherengo e namorador,sua fama na cidade era de não muito fã de serviço pesado, o famoso malandro.

Minha mãe sabia da fama de namorador e por isso o evitava, afinal ela sabia bem o pai que tinha.

Mas Jonas era um cabra insistente e bonitão, ao perceber que seu jeito safado não ia conquistar minha mãe;ele mudou a estratégia. muito fã de serviço

Mainha era religiosa, ia as missas todos os domingos e se confessava ao menos uma vez no mêsa.

Jonas então pegou gosto pela igreja e estava lá todos os domingos, até catequese ele começou a fazer, vendo a mudança nele, mainha acabou se rendendo as investidas do "novo homem".

Eles começaram a namorar escondido do meu avô, ele não aprovava o namoro .

Segundo meu avô; meu pai era vagabundo, safado e mulherengo ( convenhamos ele estava certo).

Acabou que mainha se entregou para meu pai antes do casamento e me fizeram.

Quando meu avô descobriu a gravidez, obrigou os dois a se casarem mesmo a contra gosto. E surpreendendo a todos os dois eram felizes, meu pai começou a trabalhar na feira da cidade.

Iniciou carregando caixas. O salário era pouco e com isso meus pais viviam uma vida de privações além de que pegar no pesado não era a dele. Então não demorou muito a virar vendedor, já que se engraçava com as moças que acompanhavam suas mães até a feira, e isso aumentou bastante o lucro da barraca.

O dono começou a lhe pagar comissões melhores, isso trouxe mas um pouco mais de conforto, aos dois e eles eram felizes. Mas painho queria mais, ele era ambicioso.

Ele flertava com as mocinhas mas não traia mainha, era mais uma questão de ego.

Ele gostava de se sentir desejado.Passou um pouco mais de um ano veio uma companhia de telecomunicações para a cidade. Eles estavam contratando vários trabalhadores e meu pai se inscreveu.

Como ele era bom de lábia, foi contratado.

O trabalho era pesado, furar buraco debaixo do sol quente nordestino e ainda aguentar um encarregado bronco, que só faltava pegar o chicote para a sua equipe.

Jonas estava prestes a desistir daquele sofrimento e estava pensando em voltar a trabalhar na feira, o salário era menor mas ele era mais feliz.

Com as humilhações sofridas no trabalho mais o cansaço pelo trabalho duro foi tirando a alegria e o sorrido de meu pai.

Fora que mainha tinha um filho pequeno, que chorava a noite e que demandava de atenção. Todas essas coisas foram causando em painho, uma angústia, ele via a vida passar e não estava se sentindo bem com isso.

Isso os esfriou um pouco e acabou causando um afastamento.

Um dia o dono da agência o senhor Holffman veio com toda a família para conhecer as novas instalações, e meu pai decidiu que ia pedir conta diretamente ao dono.

Ao pedir para falar com o chefe, meu pai foi barrado pelos supervisores mas sua filha Miss Daisy ficou encantada ao vê-lo. Negro alto, porte físico de atleta e um sorriso de comercial de pasta de dente.

Ela não tinha contato com negros em sua vida cotidiana, estudava em colégio de bacana, que só tinha brancos, morava em São Paulo aonde os negros eram empregados e em sua maioria velhos.