Garoto de programa

Meu lugar!

Maria narrando

Depois da minha conversa com Smith e Aurora, não nego que fiquei sem reação por uns dois dias.
Foi difícil, muito difícil acreditar em tudo que eu ouvi mas diante de tudo que escutei ;eu precisava reagir. Eu tinha que fazer alguma coisa, foi aí que eu decidi ir até a casa de dona Ema.

Eu estava decidida a contar tudo pra ela, eu precisava desfazer essa rede de mentiras que Denis nos enfiou. Mas chegando lá...fui recebida com um abraço e com as palavras certas.
-ohhh menina, senti tanto sua falta
Ela disse toda carinhosa, e o que era pra ser a hora da verdade, virou a hora da saudade.
Havia tanto tempo que eu não ia naquela casa, desde que eu descobri a nova profissão de Denis, eu me afastei completamente; porque eu não conseguia olhar para Dona Ema e não falar a verdade.

Eu me sentia traída por Denis  mas eu sentia muito mais a traição de Denis com ela. A decisão dele jogou todo o esforço dela no lixo, esforco de  cria-lo o bem, de fazer dele  um homem honrado.
Denis  se vendeu logo para Daisy.
A mulher que de certa forma arruinou a vida do dona Ema enfim...

Eu simplesmente não ia mais lá mas ao chegar naquela porta,eu me senti tão em casa. Parecia tão certo estar ali, parecia tão o meu lugar... mas quando eu olhei nos olhos de dona Emma, aqueles olhos castanhos cor de folha seca...ela me interrogava só com um olhar.
Ela sabia que não foi somente o término com o Denis que me afastou dali, mas ali frente a frente com aquela mulher que eu amava tanto, eu percebi.

Eu não tinha o direito de contar a ela, não era um segredo meu para que eu contasse; então eu desabei em seus braços.
-acalme-se meu amor...
Ela alisava meus cabelos enquanto me consolava
-vai ficar tudo bem, tá bom?
Eu chorei muito, um choro compulsivo e senti que aquele choro,lavava a minha alma; ela ainda estava magra.
Afinal estava se recuperando ainda da cirurgia mas estava bem e viva.
Além disso ser um alívio,era a única coisa que me importava.

-vamos sentar?
Ela foi me levando para o sofá
-eu ainda me sinto fraca as vezes, mas me diga o que foi que eu te fiz?
Ela olhava dentro dos meus olhos
-o que? Nada dona Ema, imagina a sra. É como uma mãe pra mim
Ela ergueu as mãos para o céu e respirou fundo.
-ufa, graças a Deus não foi minha culpa, que você me abandonou em plena recuperação de um câncer grave.

Aquilo foi como um tiro em meu peito,de fato eu fui um ser humano horrível, eu a abandonei na pior fase dela.
-me perdoe por favor
Ela riu e eu amava sua risada
-claro que sim, menina besta rsrs eu tô bem só estava com saudades de você.
-eu também estava
Começamos a conversar e confesso que não vi a hora passar, me assustei vendo Heloísa entrando no colo de Denis.
-o que aconteceu?
Perguntei já em levantando assustada
-ela caiu na escola
Peguei Helo em meu colo e me sentei com ela no sofá

-porque você não me ligou Helo?
Disse fazendo carinho em sua cabeça.
-eu tentei...
Ela se ajeitou no sofa, mantendo a perna estucada por conta da tala.
-mas uma mulher ficava mandando deixar recado.
-estava fazendo arte pequena?
-não vovó, eu estava jogando bola e cai de mau jeito.

-ela vai ficar bem, foi só uma torção
Denis disse com aquela voz forte, quase um trovão....e óbvio que meu corpo traidor deu sinais.
-deita ela lá no meu quarto filho, vou pedir a Luana pra levar uma merenda pra nós duas.
Denis pegou Helo do meu colo e te-lo tão perto, fez os pelos do meu braço se arrepiarem.
-vem princesa
Helo foi sem reclamar, era incrível o amor que ela tinha por ele e dona Ema.

-minha linda tu fique a vontade viu...
Ela levantou devagar
-vou descansar um pouco com Helô...
Eu estava aérea vendo Denis sumir com Helo nos braços pelo corredor.
-se quiser pode deixar ela dormir aqui comigo hoje, tu vai trabalhar a noite né?
Voltei meu olhar para Dona Ema quando Denis sumiu corredor afora.
-sim, sim...muito obrigada dona Ema
-de nada linda..
Ela beijou meu rosto e saiu caminhando devagar

-ah..
Ela se virou pra mim quase próxima da porta
-eu gosto mais quando tu me chama de sogra
Eu ri e ela piscou o olho.
-maiinha
Denis logo saiu do quarto e passou por ela vindo em minha direcao, é claro que ele ouviu.
Me levantei pra ir embora mas Denis se colocou na minha frente.
-a gente precisa conversar
Olhando o de perto notei que ele estava mais forte, sem dúvidas o desgraçado estava malhando.
-sim,precisamos
Minha voz saiu falha e o idiota riu, ele sabe o efeito que causa em mim.

Denis segurou em minha cintura e se inclinou na minha direção, minhas pernas nao respondiam;ele pegou a chave da moto atrás de mim no móvel,enquanto apertava minha cintura.
-vamos pra sua casa
Ele disse com a voz rouca no meu ouvido,Denis já estava duro. Eu sentia seu membro pressionando minha barriga.
E confesso, fiquei feliz e mais excitada de ver que eu o afetava, tanto quanto ele me afeta.
-claro
Disse perto do seu ouvido e vi sua pele arrepiar.

Saímos dali com a tensão sexual nas alturas e eu sabia que independente do rumo da conversa, iamos terminar na minha cama.