CALMARIA • Neymar JR

CAP. 6

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Ontem eu voltei de Paris, ao todo foram quase quinze dias por lá. É, sem comentários sobre isso. A principio seria uma semana, mas não me deixaram voltar pra casa. Foram dias incríveis, mas ao mesmo tempo, dias que fizeram com que os meus pés saíssem um pouco do chão. Não sei receber carinho, receber atenção redobrada e simplesmente ignorar isso. Eu achei que fosse possível, mas definitivamente não! Me despedi com a promessa de que nos encontraríamos em breve, mas sinceramente acho que prefiro que não seja assim

Atena: alô? - atendi o telefone que estava em cima da mesa do meu consultório. Bom, a gente já retorna correndo de volta pra realidade!

Laís: Nena, posso liberar a próxima paciente?

Atena: pode sim - suspirei e tentei deixar um pouco dos meus pensamentos de lado - oi, dona Ana - sorri e me levantei para recebê-la - como que anda esse coração?

Ana: ah Dra Atena, eu acho que melhorou - sorriu - minha neta tá pegando no meu pé, to fazendo regime direitinho

Atena: é? - dei uma risadinha - e os doces? as frituras? - perguntei enquanto pegava os aparelhos pra medir a pressão dela

Ana: to comendo quase nada - ela era uma das minhas pacientes mais difíceis

Atena: então posso perguntar pra sua neta? - ri fraco

Ana: ah Dra, não faz assim - deu uma risadinha - é muito difícil

Atena: com certeza é, mas a gente precisa controlar suas taxas e o peso, está influenciando muito nesses picos de pressão - ela assentiu - vamos medir?

Ana: minha nossa Senhora, sempre fico nervosa - se benzeu e eu prendi o riso, em seguida iniciei a medição

Atena: pronto - voltei a me sentar e analisei o aparelho - a senhora não está sentindo nada agora? - perguntei estranhando e ela negou - a pressão está muito alta, dona Ana, quase a 18 - ela arregalou os olhos

Ana: não sei mais o que fazer, Dra - suspirou

Atena: lembra do que a gente conversou há alguns meses? - ela assentiu - a senhora precisa se alimentar melhor, fazer exercícios e usar a medicação que eu to prescrevendo... isso é muito importante, precisamos da sua entrega ao tratamento

Ana: você tem razão - falou cabisbaixa e nossa consulta meio que se resumiu a isso.

Perdi as contas de quantos puxões de orelha dei ao longo do dia, muitos dos meus pacientes já eram pessoas mais velhas, então o meu trabalho era muito psicológico também, não era fácil convence-los a mudar o estilo de vida de uma hora pra outra

Ariel: oieeeee! - colocou a cabeça pra dentro da minha sala e eu sorri - meu Deus, que saudade eu tava sentindo! - deu pulinhos de alegria e veio me abraçar - já terminou todas as consultas?

Atena: já sim - sorri - também estava com saudade de você, minha filinha - ri e nos afastamos

Ariel: só faltou a filha mesmo, já que estava brincando de casinha com o NJ - falou me fazendo gargalhar

Atena: ridícula! - ri - mas já estamos de volta a programação normal

Ariel: nem ferrando, quero a outra versão de volta - riu - a propósito, vamos beber na Olegario enquanto você me conta da viagem?