CAP. 31

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capítulo sem revisão

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Faz 3 dias que eu passo as minhas tardes com o Júnior e a Íris no hotel onde a seleção está hospedada. Em tese isso não poderia acontecer, mas a comissão técnica entendeu que seria bom para a recuperação dele, principalmente pelo lado emocional, então eu e a Íris sempre estamos aqui acompanhando a fisioterapia da tarde, porque, ao longo do dia, ele faz outras duas sessões, até dormindo.

Óbvio que o momento é péssimo, mas, por outro lado, é a primeira vez, desde que nossa filha não é um bebê, que nós estamos compartilhando momentos juntos com ela e a Íris só falta explodir de tanta felicidade.

E isso tudo me leva a pensar: será que vale mesmo a pena me privar de viver tudo isso?

Eu e o Júnior em nenhum momento falamos do nosso afastamento dos últimos meses, mas agora que realmente estamos convivendo e ficamos conversando sobre coisas da vida, eu pude perceber que a falta que ele me fazia era bem maior do que eu imaginava.

— Como você tá se sentindo? - perguntei assim que entrei no quarto e me aproximei dele

— Cade a Ninha? - as vezes nós da família a chamávamos assim, era como se fosse um diminutivo de deusinha e tudo começou quando ela mesma começou a se chamar assim

— Está fazendo sucesso entre os seus companheiros - ri fraco - o Rica pegou ela e levou ela pra ver o pessoal, ela está amando, você sabe, não sei a quem puxou - semicerrei os olhos na direção dele e ele acabou rindo

— A você com certeza não foi - tive que concordar

— Você tá bem mesmo? - me aproximei mais, achando ele um pouco abatido

— Meu corpo tá meio fraco - deu uma reclamada - to me sentindo meio quente - resmungou e eu me aproximei ainda mais, colocando as mãos no rosto dele e claramente ele estava com um princípio de febre

— Há quanto tempo está se sentindo assim? - perguntei passando a mão pelo rosto dele

— Amanheci assim - resmungou

— Está sentindo mais alguma coisa? Já falou com o Dr. Rodrigo?

— Ontem depois que vocês saíram, minha barriga começou a doer um pouco e agora to assim.. mas, não, não falei com ele

— Júnior, essas coisas você tem que comunicar imediatamente, podem atrapalhar na sua recuperação - suspirei e acabei fazendo um carinho no cabelo dele enquanto o observava fechar os olhos - você tem termômetro aqui?

— Acho que lá no banheiro tem uma farmacinha cheia de coisas - assenti e fui até lá, voltando com o termômetro em seguida. Coloquei o termômetro nele e 3 minutos depois e, como eu desconfiava, já estava quase com 38 graus

— Preciso falar com o Dr. Rodrigo, olha isso - mostrei o termômetro pra ele - é bem provável que seja alguma virose ou algo do tipo - ele resmungou

— Puta merda, não é possível! - falou desacreditado, mas depois ficou pensando - pô, parece que alguém teve algo assim aqui também, acho que o Paquetá - assenti

— Eu já volto, tá bem? - ele assentiu - e vou pedir pra alguém levar a Íris pra casa, não acho bom que ela venha, tudo bem?

CALMARIA • Neymar JROnde histórias criam vida. Descubra agora