CAPITULO 32 - SARAH

120 27 10
                                    

O Cole é folgado.

Eu sabia que não ia prestar convidá-lo para passar um tempo na minha casa. Não conhecia nem o cara, não sabia suas manias. Principalmente a de andar sem camisa com o seu peito peludo pela casa.

Pego uma camiseta dele jogada no braço da cadeira.

Ele ainda está comendo todos os morangos que comprei para enfeitar o topo de um bolo que preciso treinar para a segunda-feira.

Folgado.

Quero expulsá-lo daqui, e acho que irei fazer isso mesmo.

Pego uma meia suja jogada atrás do ventilador.

Que tipo de homem não consegue pegar as roupas sujas e colocar na porcaria do cesto para lavar?

— Boa noite. — Entra na sala, já se preparando para tirar a camisa. Ergo a mão imediatamente na sua frente, impedindo.

— Parado aí.

— O que? — A bainha da camisa está puxada para cima, mostrando um pedaço do umbigo.

— Nada de andar sem camisa. Me incomoda. — Abaixo a mão, respirando aliviado por finalmente ter falado isso para ele.

Cole me olha. Isso dura aproximadamente cinco segundos, antes dele abrir um sorriso nível Sarah, daqueles que qualquer pessoa sã desconfia.

— O que foi? — Dá um passo na minha direção. Eu dou outro para trás — Você por acaso... — Continua andando. Por que? Por que ele está fazendo isso agora? — ...gosta de homens? — Franze as sobrancelhas bem questionativo.

Bato as costas na parede, colocando o cesto na minha frente para me proteger.

— N-não.

— É o meu peitoral, não é? — Sua voz está bem estranha. Bem sussurrada, do tipo que usam para seduzir alguém.

Socorro.

— N-não é isso.

— Locke. Locke. Locke... Seu nome significa bloqueio.

— E o que isso tem a ver com você agindo assim?

— Nada... — continua sussurrando, os olhos semicerrados e os lábios meio abertos.

Então simplesmente se afasta, começando a rir feito um louco. Ele até mesmo cai no chão com a mão na barriga, gargalhando por longos segundos.

Apenas permaneço sem reação, porque ainda não entendo o que acabou de acontecer. Ele é algum tipo de maluco que deixei entrar na minha casa?

A minha mãe com certeza estaria de cara feia, desaprovando o garoto. Apesar dos piercing ficarem bonitos nele e a tatuagem preta em contraste com a pele meio marrom ou laranja, não sei dizer, também ser algo que chame atenção, a minha mãe ainda o acharia uma péssima influência.

— Você está bem, cara? — Ainda está se recuperando da crise de riso.

Franzo o cenho, fechando a cara para ele.

— Vê se não deixa as roupas espalhadas pela casa.

Me enfio dentro do quarto até a manhã seguinte quando preciso ir trabalhar.



O Sr. Bellucci me passa as espátulas para alisar a cobertura branca revestindo o bolo, anda dizendo que sua mão está doendo e não pode fazer isso, por esse motivo o meu serviço agora é apenas confeitaria. E quando contei sobre a minha faculdade, ele ficou feliz e disse que me daria um aumento quando eu a terminasse.

Antes de Você Dizer Te Amo - Eva RabiOnde histórias criam vida. Descubra agora