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Sentei na cadeira enquanto tentava ajeitar minha blusa e meu cabelo. Fazia muito tempo que eu não falava com o pai do Tyler e isso me deixava bastante nervosa já que ele não parecia gostar muito de mim mas eu sabia que o dinheiro da minha família sempre resolvia tudo.

Escutei a porta se abrindo atrás de mim e então respirei profundamente, logo o homem que não usava nada muito formal, sentou em minha frente e eu sorri mas ele continuou com uma expressão indecifrável.

── a que devo a sua ilustre visita? Ele debochou e eu sorri.

── vim pedir um favor, senhor Morgan. E isso vai apenas te beneficiar. ── ele me encarou com uma expressão de tédio. ── vim te oferecer uma nova atendente, eu!

O homem me encarou por alguns segundos e então riu alto, revirei os olhos enquanto ele dava seu pequeno showzinho, que tiozão chato.

── Quer trabalhar na minha pizzaria? uma Sinclair? Por
que você iria querer isso?

── a minha família pode ter muito dinheiro mas eu não tenho nada, Quero ter o meu próprio. ── ele sorriu.

── você não me engana nem um pouco menina, seus pais te dão muito dinheiro e você tem tudo isso guardado. ── ele me encarou, droga! Ele era esperto. ── me diz logo o real motivo.

── apenas me dê o emprego. Não precisa nem me pagar.

── não sabia que você era capaz de ir tão longe por causa de uma garota. ── ele riu e eu fiquei nervosa. ── O que foi? Tyler conta tudo para mim.

Aquele filho da puta fofoqueiro iria me pagar caro.

── eu espero que isso não seja mais um dos seus joguinhos, enid. ── ele olhou para os lados. ── sabe por que? Porque wandinha é uma garota incrível, você com certeza não a merece.

── você não tem nada a ver com isso. ── Dei de ombros, aquela conversa estava se tornando invasiva.

── se ao menos se importasse em saber mais sobre a wandinha, poderia descobrir o quão incrível a vida dela é difícil. ── ele me encarou e eu suspirei. ── eu praticamente te vi crescer enid, eu te conheço bem. Tão bem que eu sei que você está planejando algo, e não é algo bom.

Eu não estava gostando nem um pouco do modo como ele estava falando comigo e aquilo estava me deixando exatamente irritada.

── você não tem o direito de se meter na minha vida! Eu só quero a porra do emprego, pode me dar ou não!?

── primeiramente, você é estressada e mal educada, isso assustaria os clientes. ── revirei os olhos. ── Segundo, não vou te ajudar a fazer a wandinha de idiota, então não, não vou te dar um emprego.

── ah, vai pra puta que pariu então.

Ele riu e eu me levantei, sai daquela sala e bati a porta com força. Se tinha uma coisa que eu detestava, era não conseguir oque queria e naquele momento eu estava brava por isso.

Respirei profundamente enquanto sentia o vento bater em meu rosto e bagunçar meu cabelo. Eu estava frustrada e então havia bebido alguns drinks e naquele momento eu estava em frente à casa do meu ex namorado e completamente bêbada.

── oque você está fazendo aqui, enid? ── ajax apareceu na porta, usando uma cueca box preta.

── eu vim te ver, senti sua falta. ──  me aproximei dele e o abracei, mas ele me empurrou.

── de novo isso, Sinclair? Por que você não supera logo? ── escutei uma voz feminina e então a loira apareceu na porta, completamente nua. ── ele está comigo agora. E se me der licença, precisamos voltar para a nossa diversão.

── você é uma vadia do caralho, soph. ── ela riu e em seguida puxou ajax, fechando a porta na minha cara.

Voltei para os degraus da varanda e então me sentei no mesmo chorando incansavelmente. Se eu estivesse sóbria, provavelmente teria enchido a cara de soph de tapas. Mas eu estava tão triste que mal conseguia pensar em algo.

Ajax foi o único garoto que eu amei de verdade e eu não conseguia aceitar nosso término, mesmo que já estivesse se passado muito tempo. Eu não conseguia entender a porra do meu coração.

O vento estava cada vez mais forte e eu estava congelando lá fora mas eu não conseguia levantar enquanto escutava os gemidos daquela Vagabunda logo atrás de mim. Mas para minha sorte, alguém usando calças pretas parou na minha frente e se abaixou até onde eu estava sentada.

── ei, você está bem? ── wandinha me encarou com aqueles olhos pretos e intimidadores, e eu forcei um sorriso.

── eu posso ficar bem se você
não me deixar sozinha.

PIZZA GIRL, wenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora