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Quando Josh voltou para a mansão ele ainda estava bastante abalado pela confusão que ocorreu na casa dos pais de Noah. O loiro foi direto para seu quarto e trocou de roupa, depois saiu do cômodo e deu um olhada em Jaden e Ayla, que estavam dormindo tranquilamente. Decidido a esperar Urrea retorna para casa, Josh foi para a sala e se deitou no sofá, sentindo seus músculos relaxarem na mesma hora.

Perdendo a noção do tempo, Josh já estava quase dormindo quando ouviu um clique vindo da porta, indicando que alguém estava entrando em casa. Se sentando no rapidamente no sofá, o loiro vê Noah entrando com uma expressão derrotada.

— Você deveria estar dormindo, já passa das quatro da manhã – Urrea fala afrouxando a gravata em seu pescoço e deixando seu paletó de lado.

— Resolvi lhe esperar. Conseguiu resolver as coisas? Achou Lamar – Josh questiona afobado.

— Sim, Morris está bem. O levei para o hospital, seus ferimentos não são graves. Amanhã ele já deve receber alta – responde se sentando ao lado de Josh e deitando a cabeça no ombro do loiro — Sinto muito por essa noite, foi um desastre.

— Não tem pelo que se desculpar, não foi sua culpa afinal – Beauchamp diz como forma de conforto.

Alguns minutos se passam em completo silêncio até que Josh retorne a falar

— Posso fazer uma pergunta?

— Sim, claro – incentiva o loiro a continuar.

— O irmão daquele cara realmente matou a mãe de Ayla? – Noah imediatamente fica tenso com o questionamento.

— Sim – Urrea responde – Mas quem era para ter morrido era eu, o tiro que a acertou era para mim. O irmão de Jacke queria tomar o poder de todo o Canadá e para isso precisava me eliminar, mas falhou e acabou matando Alana.

— Uhn, sinto muito. Deve ter sido difícil perder alguém que amava dessa forma.

— É bem, eu não exatamente amava ela, mas sim. Me culpo até hoje.

— Não amava?

— Não, só tinha um carinho muito grande por ela. Nós éramos só amigos, Ayla veio de uma noite de bebedeira e se tornou um elo entre nós dois. Acho que você é a primeira pessoal com quem eu falo sobre isso em anos, pode parecer algo simples, mas não é um assunto que eu gosto de tocar – Urrea admite.

— Oh ... eu compreendo. Também não falo muito sobre a morte dos meus  pais, ainda é um assunto doloroso.

— Eles morreram em um acidente de carro não foi?

— Sim, um motorista bêbado bateu contra eles, fazendo o carro em que estavam capotar – Josh conta lembrando do pior dia de sua vida – A polícia disse que eles morreram na hora.

— O cara que bebeu tá preso pelo menos?

— Ah, sim. Foi condenado a 10 anos de prisão, mas fiquei sabendo que ele se meteu com quem não devia na lá e levou uma surra das boas. Hoje vive no hospital tentando se recuperar.

— Talvez esse tenha sido um preço justo a pagar por ser irresponsável e tirar duas vidas – Noah fala começando um cafuné em Josh – E desde então você tem cuidado de Jaden como seu filho, sempre atrás do melhor para ele.

— Sim, aquele pirralho é a minha vida.

— Eu acho lindo a relação de vocês dois, você tem criado um garoto incrível.

— Obrigado, o senhor também tem feito um bom trabalho com Ayla.

— É, mas eu não posso receber todo o crédito. Meus pais, Grace, Lamar e Bailey me ajudaram durante todos esses anos, sem eles eu estaria perdido – Noah confessa – E agora eu tenho você para me guiar também, as vezes sinto até ciúmes porque parece que Ayla respeita mais você como pai do que eu – diz fazendo Josh cair na gargalhada.

— Se serve de consolo, Jaden admira muito o senhor. Na visão dele você é quase um super-herói, ele só não fala isso pessoalmente porque tem vergonha.

— Oh, sério? Bom saber, vou roubar ele para mim assim como você roubou Ayla.

O dois riem e se aconchegam mais um no outro, entrando em um silêncio agradável.

— Aproveitando que estamos falando deliberadamente sobre nossas vidas, posso perguntar qual é o seu problema com comida – Noah questiona e sente o corpo de Josh enrijecer.

— Problema nenhum, eu só não gosto de comer – responde.

— E porquê não? – Urrea insiste.

— Porque quanto mais eu como, mais gordo eu fico – diz com uma dor perceptível em sua voz.

— Gordo? Você não está gordo Josh, na verdade é capaz de estar subnutrido. E mesmo que estivesse acima do peso, qual o problema disso?

— O problema é que quanto mais gordo eu fico mais feio as pessoas me acham – Josh reponde, lutando para não deixar as lágrimas caírem.

— Não, de jeito nenhum. Ser gordo não é sinônimo de feiura! Você é lindo de todo jeito meu anjo – Noah diz segurando o rosto de Josh entre as mãos de forma carinhosa.

— Não é isso que os outros dizem – fala não conseguindo mais conter o choro.

— Os outros que se fodam! – comenta secando as lágrima no rosto do loiro com as pontas do dedo – Você deveria falar com alguém sobre isso, procurar ajuda.

— Não preciso – afirma.

— Sim você precisa! Olha, eu conheço uma mulher, ela é psiquiatra e me ajudou com alguns problemas na adolescência. Seria bom se você pudesse conversar com ela um pouco, talvez ela consiga tirar esses pensamentos ruins que você tem sobre a sua aparência da sua mente.

— Não sei, não gosto da ideia de falar sobre isso.

— Por favor, vai ser bom para você! – Noah implora – Você vai em uma consulta e se não gostar, eu paro de insistir.

— Tudo bem, eu vou – Josh diz relutante – Mas você tem que me prometer que vai parar de falar sobre esse assunto.

— Eu prometo! – fala quase no mesmo instante – Vou marca uma consulta o mais rápido possível – diz oferendo um sorriso e deixando um beijo na testa do loiro, puxando-o para um abraço.

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Juntos ao luarOnde histórias criam vida. Descubra agora