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Blairys aguardou impaciente enquanto o tempo arrastava-se lentamente. Ela contou os segundos, os minutos e as horas, cada um parecendo mais longo do que o anterior até que teve permissão para adentrar no cômodo, não hesitando em correr de encontro ao irmão, aliviada por estar finalmente ao seu lado.
Os arranhões agora devidamente tratados não demorariam muito a cicatrizar, se a recuperação corresse como o previsto em pouco de um mês os raspões sumiriam.
O rapaz ao vê-la assumiu um sorriso e ajeitou-se na cama de modo a sentar-se.
— Luke... Eu tentei vir mais cedo mas -
O outro riu-se, conhecendo a sua teimosia melhor que ninguém o moreno antecipou as suas palavras.
— Deixe-me adivinhar, não a deixaram entrar.
A princesa não pôde conter um sorriso ao lembrar-se da sua persistência, talvez as criadas tivessem a expulsado se não fosse pela intervenção da tia.
Acomodando-se ao seu lado, envolveu suas mãos de forma suave confortando-o.
— Como está?
— Não sei quantas vezes tenho de dizê-lo até que se convença, eu estou bem irmã, foram apenas uns arranhões, nada de grave.
Ela não se referia fisicamente.
Não era novidade para ninguém que de toda a sua família Lucerys era aquele por quem o tio caolho guardava um profundo ressentimento. Assim como ele, ela também o conhecia, conhecia-o tão bem que conseguia ver o pavor em seus olhos causado pelo susto, estando a par do passado de ambos nada mais que normal sentir-se alarmado pela presença do mais velho.
— Luke é normal estar com medo. - Dito isso, o mesmo encara-a como se tivesse sido apanhado de supresa. — Eu sou sua irmã, mas sobretudo sou um ser humano e jamais, em momento algum vou julga-lo. Não precisas de esconder os seus sentimentos de mim, vou ficar sempre do seu lado, nos momentos bons e maus, quando estiveres pronto estarei aqui pronta a ouvi-lo.
Rhaenyra que permaneceu despercebida sorriu ao presenciar aquele momento fofo dos dois abraçados.
— Mãe. - Disse o príncipe de cabelos negros ao notar a presença da progenitora.
— Meu querido rapaz. - Cumprimenta a mais velha. - Blairys, uma palavrinha? - E com isso retira-se do quarto.
Seguindo em direção à porta, a mesma trava assim que o moreno chama o seu nome e profere um "Obrigado". Com os lábios em linha, num sorriso a princesa assente com a cabeça e abandona o local.
Frente à porta do cômodo de sua mãe, com duas batidas a mesma adentra no espaço.
— Precisa de algo, sua Alteza?
— Arrume as suas coisas, em poucas horas voltamos para casa.
Com as sobrancelhas franzidas num misto de confusão a jovem permanece estática, a decisão repentina deixou-a a pensar, só havia uma razão para súbita mudança de planos.
