Capítulo 7

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Com o queixo apoiado sobre a pedra rústica, acariciada pelo toque do tempo, Blairys encontrou o seu refúgio particular próximo à janela

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Com o queixo apoiado sobre a pedra rústica, acariciada pelo toque do tempo, Blairys encontrou o seu refúgio particular próximo à janela. Ali, nos aposentos de Helaena, imersa numa atmosfera de encanto, ela rendeu-se à beleza inebriante da mãe natureza.

A luz do entardecer derramava-se como um lençol de ouro, banhando o horizonte com pinceladas douradas.

Em contraste com a grandiosidade do céu e a vastidão da paisagem, Helaena dedicava-se a um mundo íntimo de detalhes. Com destreza e paciência, entregava-se ao delicado ballet da agulha e linha, ao costurar graciosos desenhos num pedaço de tecido em suas mãos, como uma artista tecendo a essência das suas emoções em cada ponto.

No ambiente resplandecente, onde os feixes de luz entrelaçavam uma coreografia encantadora, uma melodia suave flutuou como um sussurro no ar.

Os herdeiros de Helaena, os adoráveis gêmeos Jaehaerys e Jaehaera, brincavam em silêncio no tapete perto da figura materna.

Envolvida no enigma musical, a mais nova arqueou as sobrancelhas em fascínio.

— Estás a ouvir isto? - Pregunta, inclinando a cabeça em direção à tia.

A mais velha, com um sorriso gentil, parou por um momento a costura e assentiu.

— É o festival da colheita.

— Festival da colheita? - Questionou em confusão.

Pousando o tecido em seu colo, a princesa sonhadora começou a explicar com ternura.

— É uma venerável tradição em homenageam à temporada exaustiva de lida nos campos, onde cada alma colhe os frutos das demais plantações, cultivados com zelo e devoção. - A cada palavra, a música intensificava gradualmente, acompanhada pelos risos e vozes animadas da comunidade reunida para a festividade. — É um momento de gratidão, no qual os nossos corações se unem para compartilhar as preciosas dádivas colhidas. Há danças, jogos e cantorias para celebrar a riqueza que a natureza nos proporciona diariamente em nossas mesas e em nossos pratos.

— Deve ser maravilhoso. - Comenta com entusiasmo ao vê-la assentir. — Então, quando vamos?

— Oh, não acho que seja uma boa ideia -

— Disparate! Vamos, Hel, quando foi a última vez que saiu do palácio? - Insiste Blairys. — Não seria bom passar algum tempo fora das muralhas do castelo? Ver algo que não os mesmos corredores vazios e solitários?

A mulher de sonhos profiláticos hesitou por um momento ao recordar-se das palavras sábias da mãe que a instruiu a permanecer na fortaleza, em segurança. No entanto, a proposta da sobrinha era uma tentação face à rotina de responsabilidades.

Diante de uma batalha entre a prudência e a ousadia que cintilava em seu íntimo, a princesa abraçou a incerteza do mundo além do muros assim que a brisa acariciou o seu rosto, como um sussurro da liberdade que a aguardava no lado de fora.

The Ashes of a Portrait || Aemond Targaryen Onde histórias criam vida. Descubra agora