cap extra: especial de natal.

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Natal, época linda, cheia de luzes. Os flocos de neve caiam no chão e formavam uma espessa camada branca no chão, onde uma dúzia de crianças se reuniam na praça e brincavam de fazer bonecos de neve. Ao longe, era possível ver os pinheiros enfeitados com luzes coloridas e uma linda estrela reluzente no topo.

Mas aqui é o Rio de janeiro e não a Europa.

O natal iria ser comemorado na casa de Leon e Franz, que diga-se de passagem andava tão mal humorado esses dias que Leon ligava assustado todo dia à meia noite para Jimmy em busca de saúde mental para aguentar o noivo surtando por conta das provas do semestre.

Não ajudava que hoje a ceia de natal iria ser realizada no apartamento dos dois ( contra a vontade de Franz, tenha certeza disso ) e Leon passou uma madrugada inteira pedindo conselhos e ideias de como fazer o moreno ficar um pouco menos irritante no dia da ceia.

( — Presenteei-o com livros — Jimmy sugeriu.

— Acho que ele não aguenta mais ver livros esse mês — falou Leon entristecido.

— Coito? — comentou Larry fazendo carinha de cachorrinho inocente.

— Ele falou que se eu tentasse qualquer gracinha eu iria ser seu primeiro paciente de castração química.

— Escreva um poema — sugeriu Jimmy novamente.

— Não.)

Mas depois Leon acatou pela ideia mais horrível que ele já teve, compôs uma música e tocou como uma serenata no meio da sala. Franz achou tão ridículo que riu daquilo por dias. Franz bem humorado, dignidade destruída, missão cumprida.

No momento os únicos que já estavam no apartamento era Franz, Leon, Larry e Jimmy que simplesmente acharam uma ótima ideia dormir no dia anterior na casa dos amigos, para imensa insatisfação dos dois. Os quatro fizeram somente algumas comidas da ceia, seguindo tradição, todos iriam trazer algo para comer. Era o que ele faziam toda vez que faziam alguma reunião na casa de um dos garotos.

— É natal, é natal, pega no meu...— Jimmy estava prestes a tirar a lasanha do forno quando a campainha tocou. — Larry, vai atender a porta — gritou.

Larry estava basicamente vestido como em todos os outros dias, de modo que quem olhasse de longe nunca diria que era natal. O rapaz usava uma bermuda, camisa do flamengo, e tinha um copo de cerveja na mão, pra completar a desgraça ele ainda calçava havaiana. O homem se levantou da poltrona e abriu a porta para que Marceline, Cristiane, Victor ( com uma cara muito irritada ) e Shadow que estava com uma caixinha de som no ombro e tocava " baile da gaiola" entrasse no apartamento.

Marceline encarou os garotos de cima abaixo com um olhar transtornado e frustrado — Vocês estão... — ela olhou para os amigos, a maioria dos garotos usavam camisa de time e óculos Juliet. Marceline bufou — Cadê o espírito natalino?

— Morreu com jesus na cruz — Shadow respondeu. — " bigodinho fininho, cabelinho na régua" — cantou.

Marceline franziu o cenho e suspirou — Eu devo ter falado que sou ateia na frente de uma igreja pra merecer um negócio desses.

— Por falar em igreja — disse Shadow desligando a caixa de som. — Cê acredita que uns carinhas aí do apartamento da frente me viram e começaram a apontar uma cruz na minha direção. O pessoal daqui é meio ignorante.

Os quatro correram para colocar as comidas que trouxeram na mesa. Leon saiu do quarto vestido com um gorro de natal e uma barba falsa de papai Noel, o que não combinava em nada com a regata do Corinthians e a bermuda florida que ele estava usando — Ho ho ho, papai Noel tropical vindo dar um feliz natal pra cês, satisfação pros de verdade e os interesseiros vão tomar no cu.

os burgueses da zona sul ( Lebre E Coelho )Onde histórias criam vida. Descubra agora